tag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post1097566563901546006..comments2023-12-08T17:05:22.577+00:00Comments on Vias de Facto: Capital, Estado e NaçãoVias de Factohttp://www.blogger.com/profile/17208417609194364156noreply@blogger.comBlogger8125tag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-77807659463961767042016-06-24T15:34:07.716+01:002016-06-24T15:34:07.716+01:00Olá nelson,
Esses sistemas existem, desde aqueles...Olá nelson,<br /><br />Esses sistemas existem, desde aqueles que já possuem uma longa história, nomeadamente comunidades campesinas ou cooperativas, até mais recentes, a uma maior escala, como as regiões zapatistas no México ou curdas na Síria, ou menor escala, um pouco por todo mundo. Em Portugal, muitas dessas iniciativas podem ser encontradas na Rede Convergir (redeconvergir.net). A nível internacional, o portal resilience.org oferece uma visão global sobre o que está a ser feito e as discussões em curso.<br /><br />Abraço,<br /><br />PedroPedro Vianahttps://www.blogger.com/profile/00246186627900871576noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-1440451471110875272016-06-24T14:33:16.168+01:002016-06-24T14:33:16.168+01:00
Olá Pedro
Não percebi a que sistemas alternativo...<br />Olá Pedro<br /><br />Não percebi a que sistemas alternativos se refere, supostamente em construção, nem em que partes do planeta se encontram, para fazer face a um previsível colapso do sistema capitalista. Importa-se de explicitar?<br /><br />abraço para todo o blogue<br /><br />nelson anjosAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-55795147000637374402016-06-23T10:00:55.409+01:002016-06-23T10:00:55.409+01:00Eu não acredito que a decomposição do capitalismo ...Eu não acredito que a decomposição do capitalismo dê origem, necessariamente, à emancipação democrática. É apenas uma possibilidade, que poderá se realizar em algumas regiões. Enquanto noutras o autoritarismo, am alguns casos na sua face mais negra, se instalará por tempo alargado. Re-afirmo que o que escrevi aqui não é algo que deseje. Limitei-me a descrever no post o que julgo poderão ser alguns efeitos, no curto médio-prazo, duma eventual saída do Estado britânico da União Europeia, em particular no que diz respeito ao impacto sobre o desenvolvimento de comunidades mais justas, igualitárias e democráticas. E depois no decorrer na nossa conversa, descrevi o que julgo acontecerá a mais longo prazo ao sistema capitalista, e em consequência da sua desintegração. Concordo com os marxistas no que respeita à inevitabilidade do desaparecimento do capitalismo como sistema económico dominante, mas não concordo com as causas que levarão a tal, nem com o que resultará desse colapso. O futuro pós-capitalista está cheio de incerteza, apesar de, infelizmente, prever, tal como tu, que não faltará uma enorme quantidade de miséria humana, não só devido ao colapso dos sistemas mais básicos de suporte social, como também devido à instauração de inúmeros regimes autoritários. A única maneira de minorar este terrível desfecho será começar desde já a planear e a (re-)construir sistemas políticos, sociais e económicos alternativos ao capitalismo, que permitam a sobrevivência do corpo social, e ao mesmo tempo ofereçam justiça, igualdade, e democracia a quem neles se insira. Felizmente, em inúmeras partes do planeta estes sistemas já existem, ou estão em construção. O meu receio é que não possuam massa crítica suficiente a quando do colapso capitalista, para resistir à instabilidade que daí advirá.<br /><br />Abraço,<br /><br />PedroPedro Vianahttps://www.blogger.com/profile/00246186627900871576noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-50989693726742208112016-06-22T23:06:10.725+01:002016-06-22T23:06:10.725+01:00Mas, Pedro, como é que podes acreditar que a decom...Mas, Pedro, como é que podes acreditar que a decomposição do capitalismo conduzirá à emancipação democrática? Os que raciocinaram assim — enfim, de modo semelhante — perante as ameaças fascista e nazi, como crises finais, às quais se seguiria necessariamente a revolução, enganaram-se e desarmaram os que lhes deram ouvidos.<br /><br />Imagina uma jangada de pedra a afundar-se. Por si só, o desastre iminente não impedirá que haja quem continue a dizer que, se o comandante fosse outro ou os subordinados obedecessem mais disciplinadamente, a pedra flutuaria e que, por isso, se trata não de mudar de barco, mas de reforçar a hierarquia a bordo.<br /><br />Abraço<br /><br />miguel(sp)Miguel Serras Pereirahttps://www.blogger.com/profile/15037992737494978391noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-14090323558549543772016-06-22T19:26:19.392+01:002016-06-22T19:26:19.392+01:00Olá Miguel,
A auto-destruição do capitalismo é in...Olá Miguel,<br /><br />A auto-destruição do capitalismo é inevitável. Com auto-destruição, quero dizer que não será por um acto voluntário dum agente social, como o proletariado, mas em resultado da desintegração social e esgotamento dos recursos materiais disponíveis. Portanto, não creio ser uma questão de se, e como, mas quando. O que resultará (de positivo) dessa auto-destruição depende da criação, entretanto, de sistemas políticos e sócio-económicos, mais justos, democráticos e igualitários, que se apresentem como alternativa às populações à medida que os Estados se desintegrem em respostas às convulsões finais do capitalismo, primeiro global, depois nacional. Não é, obviamente, um desejo, mas apenas o que julgo que irá acontecer com elevada probabilidade. Como antes afirmei, neste cenário, bastante negro admito, o nacionalismo começará por ser uma reacção social aos desmandos, e limitações, do capitalismo global, acelerando a sua (auto-)destruição, para depois definhar à medida que se tornar claro às populações que também não oferece o que prometia, por mais que aposte num fortalecimento da fusão entre Capital e Estado ao nível nacional.<br /><br />Abraço,<br /><br />PedroPedro Vianahttps://www.blogger.com/profile/00246186627900871576noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-33441546336858928142016-06-22T16:58:02.813+01:002016-06-22T16:58:02.813+01:00Viva, Pedro.
Os pontos sobre os quais divergimos t...Viva, Pedro.<br />Os pontos sobre os quais divergimos tornam-se mais claros. Não tenho tempo para desenvolver muito as questões que se levantam. No entanto, deixa-me dizer-te que a ideia de que o nacionalismo poderá ser um agente de desgaste ou auto-destruição do capitalismo, ou do modelo capitalista hoje dominante, não permite as ilações optimistas que pareces sugerir. A auto-destruição do capitalismo (substituído, no limite, por autocracias ou o poder de castas, praticando a extorsão directa ou esta ou aquela variante de esclavagismo ou outro regime de servidão) nunca poderá ser favorável à democracia ou à luta contra a dominação hierárquica e classista. O "quanto pior, melhor" é um catastrofismo, alimentado pela crença em automatismos sumários, que acaba por ser incapaz de conceber a importância da acção e conforta atitudes de irresponsabilidade e de impotência, ou de resignação e capitulação mascaradas do seu contrário. Bem sei que não é o teu propósito levar água a esses moinhos, mas boa parte do que dizes na tua resposta ao meu comentário poderá ser recuperado nesse sentido pelos defensores de soluções que tu, evidentemente, considerarias monstruosas. <br /><br />Abraço<br /><br />miguelMiguel Serras Pereirahttps://www.blogger.com/profile/15037992737494978391noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-78479750320132527322016-06-22T16:24:02.676+01:002016-06-22T16:24:02.676+01:00Caro Miguel,
A questão não é se o nacionalismo é ...Caro Miguel,<br /><br />A questão não é se o nacionalismo é prejudicial aos objectivos que partilhamos. É-o. O que defendo é que o renascer do nacionalismo na Europa acontece em oposição à trajectória de desenvolvimento do capitalismo. E para a evolução economico-social é mais determinante a trajectória futura do capitalismo do que a maior ou menor popularidade do nacionalismo. Ou seja, julgo que o mais importante não é considerar quais os efeitos dum crescente nacionalismo no que pretendemos atingir, mas sim quais os efeitos nesses objectivos resultantes da injeção de incerteza na trajectória futura do capitalismo em resultado das tendências centrífugas nacionalistas. Tal incerteza não seria de todo benéfica para o capitalismo actual, bem como para os Estados que dele dependem (em particular, os mais integrados na economia global). Se a existência do Estado recebe legitimização do nacionalismo, como protector da Nação, a sua sobrevivência depende do sistema que lhe permite reunir os recursos de que necessita para exercer a autoridade, ou seja o capitalismo. Um colapso do capitalismo arrastará consigo o Estado, não só pela razão esplanada mas também porque deixa de ser necessária toda a parafernália de funções do Estado requeridas para manter um sistema capitalista em funcionamento. A ideologia nacionalista pouco poderá fazer perante o (eminente) colapso do Estado, à medida que o capitalismo global soçobra, senão defender ineficientes variantes do capitalismo de Estado, que pouco mais podem aspirar do que à lenta decadência e progressiva perda de legitimidade, em que o nacionalismo também se verá enredado. Enquanto isto acontece, julgo que mais tarde ou mais cedo, o desenvolvimento de sistemas políticos e económico-sociais mais localizados, mais regionais, e inter-solidários, poderia oferecer uma alternativa mais justa e igualitária, mais democrática, à desagregação conjunta do Capital, Estado e Nação, ao mesmo tempo que ajuda a sabotar os alicerces em que assentam.<br /><br />Abraço,<br /><br />PedroPedro Vianahttps://www.blogger.com/profile/00246186627900871576noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-52822906326965954912016-06-22T15:13:38.725+01:002016-06-22T15:13:38.725+01:00Caro Pedro,
a tua denúncia veemente do capital, do...Caro Pedro,<br />a tua denúncia veemente do capital, do Estado e dos mitos do nacionalismo só merece aplauso. No entanto, muito à pressa, tenho a impressão de que é excessivo dizer que o Estado é uma criação do capitalismo, quando, vendo bem, foi e continua a ser um motor sine qua non do seu desenvolvimento, ao mesmo tempo que a forma por excelência da organização do poder enquanto dominação de classe. Parece-me também que subestimas o alcance destrutivo — a enorme força de regressão — que, nas condições actuais, teria a desagregação da UE e a reactivação dos nacionalismos. Fundamentalmente, o que penso é que a alternativa ao Estado (assente na distinção estrutural e permanente entre governantes e governados, etc.) só pode ser a democracia (definida como cidadania governante, participação igualitária no exercício do poder e nas decisõescolectivas, etc.), do mesmo modo que é a democracia a alternativa às relações de poder (politicamente instituídas) da economia capitalista e que a alternativa ao princípio nacional só pode ser a universalização da cidadania democrática (ou governante). O mesmo é dizer que a democratização deve ser o nosso critério essencial de juízo político e que, sendo assim, teremos, a cada momento, de nos interrogar sobre as condições que são mais favoráveis à abertura dessa via e sobre as que representam para ela ameaças maiores. As liberdades e direitos, conquistados por combates seculares, que ainda limitam o poder da oligarquia governante na Europa são, sem dúvida, insuficientes. Mas a sua destruição pela recrudescência dos nacionalismos, longe de abrir novas perspectivas de democratização, serviria apenas para absolutizar o poder do Estado e as prerrogativas sobernas da economia política dominante. Em suma, é em torno destas questões que, lendo o teu post, me sinto mais em desacordo contigo, apesar de todo o aplauso que os propósitos que incialmente declaras, sem dúvida merecem.<br /><br />Abraço<br /><br />miguel(sp) Miguel Serras Pereirahttps://www.blogger.com/profile/15037992737494978391noreply@blogger.com