tag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post1338933927397581558..comments2023-12-08T17:05:22.577+00:00Comments on Vias de Facto: O subsidio de natal dos funcionários públicosVias de Factohttp://www.blogger.com/profile/17208417609194364156noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-52888594173282263512016-10-16T12:43:39.450+01:002016-10-16T12:43:39.450+01:00Há um ponto de vista compatível com ambas as respo...Há um ponto de vista compatível com ambas as respostas dos funcionários públicos: a prospect theory do Kahneman. <br />Em particular a "aversão à perda", ou seja imagina que tens uma curva de utilidade equivalente relativa à distribuição do rendimento ao longo do ano. Imagina que para as pessoas seria quase indiferente receber o rendimento em 12 partes uniformes (A) ou em 14 com 12 uniformes e outras duas de 6 em 6 meses (B). <br />Essas duas hipóteses são quase indiferentes "a priori" mas a partir do momento em que elas se materializam (ou seja: a partir do momento em que alguém se encontra numa delas) a possibilidade materializada passa a ser preferível face à alternativa. <br />Assim, quando as pessoas estavam em B queixavam-se da mudança para A, e agora que estão em A queixam-se da mudança para B.<br /><br />Mas há uma explicação ainda muito mais simples que esta: não são as mesmas pessoas. Ou seja, se 50% das pessoas preferem A e 50% preferem B, quando mudas de A para B ou de B para A não vais ouvir 50% críticas e 50% elogios. Vais ouvir 45% críticas e 2% elogios.<br />Por alguma razão as manifestações "a favor" do governo são um indício de um regime algo autoritário. Tipicamente as pessoas que concordam com uma medida do governo são bem menos "vocais" do que as que discordam. João Vascohttps://www.blogger.com/profile/14810948198773329192noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-64649018854024696302016-10-16T11:10:34.855+01:002016-10-16T11:10:34.855+01:00Economicamente e no curto prazo é racional a ideia...Economicamente e no curto prazo é racional a ideia de diluir os subsídios. Na prática, o problema é a ideia de que os subsídios passem definitivamente a ser olhados como parte da remuneração ordinária. Desta forma, a negociação salarial passa a ser bem mais fácil para o empregador e bem mais difícil para o trabalhador: este último passa a ser obrigado a transformar em "mensalidade", despesas anuais não regulares (como férias, início de ano letivo, comemorações natalícias...). Pelo caminho lá se vai a percepção de um direito e da necessidade de o empregador reconhecer e contribuir para os momentos de vida do empregado, ajudando-o em situações excepcionais. Ou seja, a ideia dos subsídios tem também o seu quê pedagógico de "responsabilidade social".<br />Ps: sou bolseiro de investigação e muitas vezes vejo pessoas a comparar o subsídio mensal com a sua remuneração mensal, esquecendo sistematicamente os subsídios de férias, natal e alimentação, o que reforça a ideia de que algumas pessoas distinguem muito bem ambos os elementos, facto que é importante para a livre contratação.Paulo Batistanoreply@blogger.com