tag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post1633853903805982764..comments2023-12-08T17:05:22.577+00:00Comments on Vias de Facto: Da confusão entre a esperança e o pesadeloVias de Factohttp://www.blogger.com/profile/17208417609194364156noreply@blogger.comBlogger5125tag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-15317669808854173792016-11-13T18:32:14.688+00:002016-11-13T18:32:14.688+00:00Meu caro Pedro Viana, referi o Kagan porque é repr...Meu caro Pedro Viana, referi o Kagan porque é representativo, entre eles. Também li esse texto. Mas os neoconservadores andam há muito incomodados com a falta de uma nova cruzada que permita expandir a fé e os negócios das armas. Pensem eles o que pensarem e digam o que disserem não acho que tivessem condições para estimular um conflito com a Rússia, caso Clinton tivesse ganho. <br />Acho que o condicionamento dos democratas faz-se pela esquerda e no caso de Clinton seria Sanders o principal condicionamento. Como escrevi aqui no Vias, com Sanders como candidato Trump teria sido claramente derrotado. Não esqueça, meu caro Pedro, que a abstenção foi maior no campo democrata e favoreceu Trump. Muita dela desiludida pela escolha dos democratas. José Guinotehttps://www.blogger.com/profile/18045778488533335800noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-84600707701014438602016-11-13T18:10:16.240+00:002016-11-13T18:10:16.240+00:00Caro José,
Não era apenas Kagan. Leia por exemplo...Caro José,<br /><br />Não era apenas Kagan. Leia por exemplo (Julho 2016):<br /><br />theintercept.com/2016/07/25/robert-kagan-and-other-neocons-back-hillary-clinton/<br /><br />Abraço,<br /><br />PedroPedro Vianahttps://www.blogger.com/profile/00246186627900871576noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-47106459528579891632016-11-13T15:58:51.904+00:002016-11-13T15:58:51.904+00:00Meu caro Miguel. Agradeço os teus comentários sobr...Meu caro Miguel. Agradeço os teus comentários sobre a distinção entre os neoliberais e os neoconservadores na América. Se recuarmos aos anos sessenta do século passado a diferença que tu referes julgo fazer todo o sentido. No entanto, ela foi perdendo relevância com o passar dos tempos. Julgo que faz todo o sentido defender, hoje em dia, que os neoconservadores conjugadamente com os neoliberais, mas com o predomínio politico dos primeiros, estão a modelar uma nova forma social na América que se caracteriza por uma radical des-democratização da sociedade. Os mandatos de Obama, por força da perda do controlo politico das duas Câmaras do Congresso, não conseguiram inverter esta tendência, pese embora algumas importantes iniciativas. Investigadoras como Wendy Brown ou Lisa Brawley refectiram sobre essa mudança, tendo concluído que o neoconservadorismo sempre obscureceu a importância do neoliberalismo nos EU. Apesar do famoso Consenso de Washington ter sido resultado da adopção pelos republicanos e democratas do conjunto central de ideais neoliberais, que foi depois adoptado na Europa pelos partidos do centro direita e pelos partidos socialistas e social-democatas, nos Estados Unidos a posição dos neoconservadores aproximou-se mais das posições da direita mais radical e não apenas por força das posições hiper conservadoras sobre a família. A verdadeira razão para essa aproximação radica na posição que defendem relativamente à politica externa e à defesa dos interesses americanos à escala global. <br />Brown denunciava nos ínicios do século a crescente importância do neoconservadorismo, atribuindo essa importância ao facto de estar a cavalgar a profunda desvalorização das instituições democráticas, acompanhada pela imposição da figura do cidadão empreendedor e do Estado como uma firma. Neste contexto o estado social como o conhecemos passa a ser uma vaga recordação de um tempo longínquo. O sucesso ou insucesso de cada um, a forma como lida com odesemprego, a velhice ou a doença, é uma questão que passa para o domínio da responsabilidade individual, não tendo o estado nada a ver com isso. Trata-se como defendem ambas as investigadoras da mais radical despolitização da desigualdade estrutural, que é ao mesmo tempo acompanhada da defesa do reforço do poder autoritário do Estado. Os Neoconservadores, que defenderam desde sempre uma posição belicista que esteve, por exemplo, na origem da intervenção no Iraque após a eleição de Obama perderam alguma influência. Julgo que a identificação feita no texto de Heinberg entre Clinton e uma eventual guerra com a Rússia deve - se ao facto de um destacado neocon - Robert Kagan - ter manifestado o seu apoio à candidatura da democrata. Kagan entendia que Clinton era muito mais próxima das posições dos neoconservadores do que Obama - nunca terá admitido que Trump ganharia - e que com ela seria possível endurecer a posição de apoio aos países vizinhos da Rússia, ou em conflito com eles, caso da Ucrânia. Não tenho dúvidas que Trump vai estabelecer excelentes relações com esta gente e que não irá virar as costas aos inimigos de Putin, pese embora as boas relações que tão glosadas tem sido ao longo dos últimos meses. <br />Um abraço<br />GuinoteJosé Guinotehttps://www.blogger.com/profile/18045778488533335800noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-15690023776784885342016-11-11T16:37:30.426+00:002016-11-11T16:37:30.426+00:00Caro José,
Heinberg apenas se limitou a constatar...Caro José,<br /><br />Heinberg apenas se limitou a constatar alguns aspectos potencialmente positivos da vitória de Trump, tal como alguns dos mais negativos. Não vamos a lado nenhum pintando o mundo a preto e branco. Aliás, é exactamente essa atitude que Trump tem estimulado, e que vem no seguimento de décadas de polarização política (artificial) crescente, que muitas das vezes mais não serviu do que para evitar discutir questões efectivamente mais relevantes para maioria da população dos EUA. Um dos exemplos mais óbvios nos EUA é a chamada “guerra cultural”, que durante décadas serviu aos dois partidos dominantes, e às elites que os controlam (cada vez menos), para evitar falar das divisões de classe nos EUA, e no modo como se foram agravando durante essas décadas.<br /><br />Quanto ao “lado bom”, é inquestionável que Clinton é considerada um “falcão” em termos de política externa, tendo-se rodeado duma equipa onde pontuavam vários conhecidos neo-conservadores, russófobos, partidários duma linha agressiva perante a política externa russa. O que poderia levar a uma situação de conflito, inclusivé directo, vide situação na Síria, entre as duas superpotências nucleares no planeta. Não me parece que seja algo de memorizar. Quanto a Israel, apesar de ambos serem seus apoiantes incondicionais, o simples facto de Trump ter (aparentemente) tendências mais isolacionistas faz com que seja mais perigoso para a política israelita. Ou seja, estará à partida menos disposto a contribuir com dinheiro, material ou apoiar militarmente qualquer aventura israelita. Ainda, o José não menciona a vertente económica. Clinton é uma neo-liberal. Ardente defensora dos tratados de comércio livre, em grande parte responsáveis pela destruição social nos EUA e Europa que hoje alimentam personagens como Trump. Este é (aparentemente) completamente oposto a tal tipo de tratados, sendo que devido a isso o TTIP está morto, o TPP igualmente porque não será enviado para ratificação no congresso, e é possível que o NAFTA venha ser pelo menos renegociado. Finalmente, a questão do neoliberalismo no partido Democrata. Acho que percebeu, só pode ter percebido o que Heinberg pretendeu dizer. Basta olhar para o que aconteceu no Reino Unido, com a reconfiguração do Partido Trabalhista na sequência da derrota nas últimas eleições gerais. Onde estaria Corbyn se Miliband se tivesse tornado primeiro-ministro? O que será preferível; Corbyn na oposição ou Miliband no governo? Eu não tenho qualquer dúvida em preferir a 1a situação (mas também é verdade que não vivo no Reino Unido…).<br /><br />Quanto ao “lado mau”, é verdade que Heinberg não menciona o “Obamacare”. Não acho que tal seja motivo para crítica tão áspera ao seu texto. Até porque o Obamacare não é nenhum mar de rosas, e até pode ser defendido que a sua existência é um obstáculo a que apareça um maioria em favor dum sistema público de saúde, como Sanders defende. Já não é verdade que Heinberg ignora o efeito duma presidência Trump sobre minorias (o que inclui imigrantes e muçulmanos). Acaba a descrever o lado mau com (…) Estes serão tempos terríveis para mulheres e minorias.(…)<br /><br />No texto de Heinberg não leio de modo algum qualquer tipo de optimismo relativamente à vitória de Trump, ou relativamente ao futuro. O que vejo nesse texto é optimismo, ou crença, na capacidade para as pessoas, em comunidade, conseguirem melhorar as suas vidas, e arranjar soluções para os seus problemas, incluindo os muitos que a vitória de Trump irá criar. A acção colectiva não começa, nem acaba, nos instrumentos do Estado. E quanto menos destes depender mais resistente será aos choques políticos, sociais e económicos que nos esperam.<br /><br />Abraço,<br /><br />PedroPedro Vianahttps://www.blogger.com/profile/00246186627900871576noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-6650836763202155652016-11-11T14:30:54.142+00:002016-11-11T14:30:54.142+00:00"Vamos ver se Trump resiste à pressão dos neo..."Vamos ver se Trump resiste à pressão dos neocons - seus adversários, é verdade - para implodir o incipiente sistema social americano, para instalar as ideias de Adam Smith em todo o seu esplendor."<br /><br />Os neocons não são liberais económicos (o "neo" está lá por alguma razão) - eles são contra a Great Society do Johnson mas a favor do New Deal do Roosevelt; entre as várias variantes do conservadorismo norte-americano, os "neos" são os que são mais a favor do "estado social", defendendo apenas que ele deve ser alterado para incentivar a família tradicional em vez de (como os neocons alegam) incentivar o divórcio e as famílias monoparentais.<br /><br />Compara-se, pegando nas primárias republicanas, Marco Rubio (apoiado pelos neoconservadores) com Ted Cruz (que era mais um conservador sem prefixo) - o discurso de desmantelar o estado social vinha muito mais do segundo.Miguel Madeirahttps://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com