tag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post3807433982702015105..comments2023-12-08T17:05:22.577+00:00Comments on Vias de Facto: Ainda sobre Chavez - I - o irracionalismoVias de Factohttp://www.blogger.com/profile/17208417609194364156noreply@blogger.comBlogger15125tag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-69302479571255485862013-03-20T17:31:14.521+00:002013-03-20T17:31:14.521+00:00Não é irracional, mas é dificil de entender, como ...Não é irracional, mas é dificil de entender, como é que um sociólogo e investigador, estranha que as pessoas (poderia dizer povo) tenham idolos que admiram e por vezes idolatram! Para além disso, nunca vi o pcp praticar o culto a personalidade a chavez ou a nenhum outro icone de esquerda.<br />Este artigo, assim como muitos outros do Dr. João, demonstram claramente o distanciamento que tem com sociedade portuguesa e pelos vistos com sociedade venezuelana.<br />Não acrescenta nada de novo e aparenta querer dar uma lição de ética e costumes aos "falsos revolucionários" e ao "povo venezuelano ignorante"!<br />Mas o mais incrível, como já disse, é um especialista da área não querer entender um vulgar fenómeno de popularidade de um líder político, simplesmente por si, querendo-lhe atribuir um significado para além do óbvio! Ou seja, o Dr. JVA pretende com as mais diversas casualidades mundanas justificar a sua cruzada contra a "falsa esquerda".<br /><br />Pedro MartinsAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-24492241550307852592013-03-15T08:40:36.279+00:002013-03-15T08:40:36.279+00:00É isso mesmo, caro João Viegas.Difícil dizer mais ...É isso mesmo, caro João Viegas.Difícil dizer mais e melhor tão lapidarmente.<br /><br />Voltando um pouco atrás, aproveito a deixa para mais uma precisão: o sofisma dos que opõem e sobrepõem a ética à política torna-se evidente quando nos damos conta - e como não daremos? - de que uma ética laica não pode deixar de interrogar-se sobre as suas condições sociais de possibilidade e/ou existência, nem ser-lhes indiferente. Ora, estas condições sociais são por excelência e essência uma questão política maior, inseparável da questão do regime e forma de vida da cidade. O que faz com que, como procurei já mostrar, a depreciação ou ignorância da política em nome da superioridade da ética seja eticamente inaceitável. <br /><br />Um abraço<br /><br />miguel (sp)Miguel Serras Pereirahttps://www.blogger.com/profile/15037992737494978391noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-2819596153557894032013-03-14T22:52:17.803+00:002013-03-14T22:52:17.803+00:00OK, parece então que estamos todos de acordo. A i...OK, parece então que estamos todos de acordo. A imagem de um cristo redentor não serve a politica, antes a oculta e a menoriza abusivamente. O facto de estarmos perante um cristo redentor Cheguevarizado não muda rigorosamente nada à questão.<br /><br />Mas reparem que a galvanização em torno da imagem de um cristo redentor não é censuravel por ser moral ou ética, mas por ser ma moral e ma ética (porque é ma politica).<br /><br />Boasjoão viegasnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-26045359781430455902013-03-14T21:31:04.743+00:002013-03-14T21:31:04.743+00:00Muito bem. Estou esclarecido. Subscrevo o que diz,...Muito bem. Estou esclarecido. Subscrevo o que diz, então.<br /><br />Cumprimentos seculares!Josénoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-64793801711134173292013-03-14T19:36:04.156+00:002013-03-14T19:36:04.156+00:00A moral não é separável da política. Nem isso me i...A moral não é separável da política. Nem isso me interessa discutir.<br /><br />Contudo, as lutas sociais têm resultados práticos muito precisos. E das duas uma. Ou transformam as estruturas sociais e políticas de tal modo que estas se passam a organizar em torno de relações solidárias, participadas e democráticas. Ou, de outro modo, são derrotadas e novas hierarquias surgem a partir do seu seio. Neste último eixo, os protagonistas da base percepcionam a realidade como se estivessem a concretizar o primeiro caso. Ora, quando na realidade ocorre o contrário, esses protagonistas tornaram-se em massas que apenas se agregam colectivamente em manifestações mas que não difundem novas relações sociais. Nesse contexto de retracção, o que mobiliza essas ditas massas é o seguimento de chefes e de líderes. O que me leva a colocar a aproximação aos líderes e aos dirigentes numa via irracionalista, pois que desfasada entre o que, no caso venezuelano, percepcionam por "soberania bolivariana" ou "construção do socialismo do século XXI e a realidade da sua transformação em carne para canhão na remodelação das hierarquias sociais. Esta sim protagonizada por novas elites, mas percebida pelos trabalhadores como "deles". O elo que liga os dois processos é, no caso chavista, e claramente agravado com o falecimento de Chavez, a moral enquanto escatologia de uma falsa libertação social. A questão da escolha do termo "moral" prende-se acima de tudo com um propósito figurativo, nomeadamente na forma como as "massas" populares e o "povo de esquerda" se agregam em torno de um líder recentemente falecido e já praticamente canonizado. Entretanto, as práticas políticas continuam intactas aos olhos dos seus próprios apoiantes entretidos que andam a chorar pelo santo padre Hugo...João Valente Aguiarhttps://www.blogger.com/profile/10073044844477720063noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-76755462820859093842013-03-14T17:10:41.073+00:002013-03-14T17:10:41.073+00:00Ola,
Estou completamente de acordo com o que diz ...Ola,<br /><br />Estou completamente de acordo com o que diz o Miguel Serras Pereira. <br /><br />A separação entre ética e politica não é apenas um contrasenso, é uma ideologia, que pode ter sido util quando se tratava de combater a hegemonia de uma determinada "moral" de cariz religioso mas que, no fundo, assenta sobre pressupostos incompativeis com as raizes da esquerda, tais como a sacralização da liberdade individual numa perspectiva formalista, em detrimento da preocupação genuina de criar um espaço real onde ela se possa manifestar concretamente.<br /><br />A politica é completamente ética, por definição e a melhor prova é que a separação entre politica e ética assenta, ela propria, numa visão moralista e, por sinal, anti-politica, das coisas...<br /><br />Espera ai, vous ali abaixo ver se é mesmo isso que diz o Miguel.<br /><br />Ja fui. Com certeza que é. Eu bem sabia !<br /><br />Abraços éticos e politicos a todos.<br /><br />Boasjoão viegasnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-38059056454531437642013-03-14T13:40:39.797+00:002013-03-14T13:40:39.797+00:00Caro msp,
Como disse, talvez eu não tenha entendi...Caro msp,<br /><br />Como disse, talvez eu não tenha entendido o João Valente Aguiar. Pareceu-me que o João secundarizava a importância da moral na construção da cidade nos termos com que V. a fundamenta. Isto é, que, para o João, o caminho para a verdadeira cidade se desbravaria com a "mera" acção duma luta de classes encerrada sob si mesma. (A este respeito, poderá ripostar-se que a luta de classes convoca já uma organização da cidade que não descure esse político aristotélico ou quasi-aristotélico. Mas não creio que assim seja.) Por isso escrevi eu "sobrelevação", querendo referir-me a uma elevação quanto à consideração de hoje sobre a relação entre o político e o ético. Deveria ter escrito, pois, elevação (ou valorização, como é mais pertinente) e explicitado melhor.<br /><br />Porque eu subscrevo, por inteiro, o que V. diz e escreve muito bem, como é seu hexis. O que eu defendo é, também, que esse bios politikos se ponha em actualização.<br /><br />Abraço,<br /><br />JoséJosénoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-56325075789956201442013-03-14T09:09:28.217+00:002013-03-14T09:09:28.217+00:00Caro José,
a crítica da sobrevalorização da ética ...Caro José,<br />a crítica da sobrevalorização da ética em detrimento da política conduz-nos, por mais admirável que a moral em causa nos pareça, a um beco sem saída. Muito aristotelicamente, eu diria que uma ética consequente implica o reconhecimento do primado da política (a mais arquitectónica de todas as artes), pois que uma justa arquitectura das relações de poder na cidade é condição da moralidade e de qualquer aperfeiçoamento moral que consideremos. Qualquer moral é, com efeito, tributária de uma socialização e de uma formação dos indivíduos (paideia), que, por sua vez, só uma certa configuração das instituições e do governo da cidade podem assegurar. Isto vale tanto para a "moral oligárquica" como para a "moral democrática", tanto para a moral que afirma os direitos e o desenvolvimento da consciência individual, a participação e a cidadania activa, enquanto condições da "vida boa", como para a moral que subordine o indivíduo a instrumento de fins superiores, sobre os quais ele não tem o direito de se pronunciar. Em suma, a autonomia moral dos agentes humanos, a atitude crítica e interrogativa que essa moral implica perante a ordem existente, a justiça, os fins ou valores fundamentais, etc., é uma criação social-histórica singular, inseparável de condições que a moral individual por si só não pode fornecer. Esquematicamente, o solo que sustenta ou o húmus que alimenta o sujeito moral autónomo não pode responsavelmente ignorar as suas condições políticas de possibilidade. Em rigor, não há "moral privada" que não tenha a montante a instituição social da "intimidade", uma paideia que a estipule e torne possível. Creio que Aristóteles não diria coisa muito diferente - ou que, se o dissesse, não honraria suficientemente a sua própria ideia da "vida boa" e da ética correspondente.<br /><br />Abraço<br /><br />msp Miguel Serras Pereirahttps://www.blogger.com/profile/15037992737494978391noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-52445545745659302652013-03-14T03:35:18.119+00:002013-03-14T03:35:18.119+00:00Obrigado.
Entendi, creio. Poder-se-ia dizer tamb...Obrigado. <br /><br />Entendi, creio. Poder-se-ia dizer também — e não quero vergar esta leitura, que me parece adequadíssima — que a adulação dos queridos líderes poderá contemplar uma transcendência para os trabalhadorezinhos, incapazes, impróprios, carentes. O carácter redutor duma democracia assim configurada evidencia-se. Renovadamente obrigado. <br /><br />Quanto à política enquanto espaço de debate moral, talvez discordemos. Mas não sei se o entendi bem. Se o que critica, por princípio, é uma sobrelevação da moral — da ética — que prefigure um político indissociável do ético enquanto modo de organização e de vida (à maneira aristotélica, se quiser), então creio que discordamos. Se se refere àquela moral de pacotilha, que se esgota no apupo ou na bajulação, então creio que concordamos.<br /><br />Cumprimentos!<br /><br />P.S.: Noto que creio muito (ou pouco). Sendo franco, do que não duvido é de que sou imberbe nestas matérias. Também por isso lhe agradeço e aproveito para estender o agradecimento ao resto dos autores do Vias, que sigo atentamente. (E já pareço um adulador.)Josénoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-73236338711053759182013-03-14T00:49:59.410+00:002013-03-14T00:49:59.410+00:00Pedro,
Um abraço!Pedro, <br /><br />Um abraço!João Valente Aguiarhttps://www.blogger.com/profile/10073044844477720063noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-50349350963048094372013-03-14T00:49:49.465+00:002013-03-14T00:49:49.465+00:00Caro José,
por redenção quero falar em "salv...Caro José,<br /><br />por redenção quero falar em "salvação". Ou seja, não estou aqui a fazer evidentemente uma abordagem aprofundada a conceitos religiosos, mas parece-me que o facto de existir uma adulação aos "líderes" paternalistas e protectores (e que no caso de Chavez se exponencia com o seu falecimento), significa que a política é, para muita gente e acima de tudo, um espaço de debate moral. Não digo que não o possa ser, mas apenas secundariamente pois as coordenadas das lutas sociais dos trabalhadores foram sempre em torno de aspectos como os da exploração económica e da opressão política. Se assim é, ou seja se essa adesão à luta política se faz nalguma esquerda a partir do emotivo e do irracional, então as suas coordenadas passam em visualizar qualquer alternativa de sociedade a partir de marcos moralizantes, em que face às agruras da vida quotidiana, as soluções autoritárias e nacionalistas personificariam um escape redentor, de expiação pelas dificuldades anteriores. Mesmo que elas se mantenham em boa parte no plano material como tive oportunidade de abordar noutro texto linkado abaixo...<br /><br />Cumprimentos!João Valente Aguiarhttps://www.blogger.com/profile/10073044844477720063noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-61150754003848958782013-03-14T00:43:05.455+00:002013-03-14T00:43:05.455+00:00Os católicos, bem ou mal, assumem a sua fé. Pior d...Os católicos, bem ou mal, assumem a sua fé. Pior do que isso são os que se assumem como laicos e acabam por copiar boa parte do mesmo irracionalismo. Não sei até que ponto a fé de muita gente à esquerda não é, neste momento, emocionalmente mais forte e expressa de modo muito mais intenso em Chavez do que da parte dos católicos em Bento XVI ou em Francisco I... Basta pensar nas 24 a 36 horas que a população tinha de esperar na fila para ver Chavez em câmara ardente... Se isto não é fé, então o que é a fé?João Valente Aguiarhttps://www.blogger.com/profile/10073044844477720063noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-22291249633041120152013-03-14T00:29:32.680+00:002013-03-14T00:29:32.680+00:00
Considero este post do Aguiar uma ofensa aos cató...<br />Considero este post do Aguiar uma ofensa aos católicos.<br /><br />Carlos Marques Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-50674809697094028552013-03-13T19:09:35.042+00:002013-03-13T19:09:35.042+00:00Caro João Valente Aguiar,
Subscrevo a sua crítica...Caro João Valente Aguiar,<br /><br />Subscrevo a sua crítica. São salutares a atenção e a acutilância que os autores do Vias (nomeadamente o João, o Pedro Viana e o Miguel Serras Pereira) dedicam às manifestações de adulação duma boa parte dos que se dizem esquerdistas.<br /><br />Não percebo o que quero dizer com o seguinte, porém: "Quando os mortos são o farol da vida então é porque a política já transporta algum grau de redenção escatológica." Que essa «canonização» remeta para um ideário próprio dos caríssimos senhores da direita e que seja incompatível com uma democracia verdadeira, parece-me claro. Mas não entendo como articula aqui a conceito de redenção. (Não é que veja a coisa como um problema por querer reclamar uma redenção noutros termos ou algo nessa linha. Trata-se duma dúvida meramente discursiva, se quiser.)<br /><br />Com cumprimentos democráticos,<br />JoséJosénoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-24831169442933836682013-03-13T17:13:38.805+00:002013-03-13T17:13:38.805+00:00Completamente de acordo.
Um abraço,
PedroCompletamente de acordo.<br /><br />Um abraço,<br /><br />PedroPedro Vianahttps://www.blogger.com/profile/00246186627900871576noreply@blogger.com