tag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post3883039408921773554..comments2023-12-08T17:05:22.577+00:00Comments on Vias de Facto: Obra Completa de João Bernardo na InternetVias de Factohttp://www.blogger.com/profile/17208417609194364156noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-11204632265126968922014-11-30T20:39:43.855+00:002014-11-30T20:39:43.855+00:00Não é que não haja nada a dizer sobre o João Berna...Não é que não haja nada a dizer sobre o João Bernardo, e até penso que muitas coisas, mais boas que más… o problema é que com o que se passa hoje e que já se passou ontem :<br /> esta sensação de desgosto perante a deriva das sociedades, e de um Portugal que está longe de se situar no último lugar quando se trata de denonestidade e corrupção. Da trafulhice generalizada. Do imaginário capitalista-liberal etc.<br /><br /> Penso, e pode ser que erradamente, que vocês integram tudo o que se passa hoje no funcionamento « normal » do capitalismo, então que pensar da ideia que emite o Castoriadis nas linhas que seguem sobre um passado diferente :<br /><br /> ( Sobretudo, o capitalismo tem necessidade , para funcionar, de « tipos antropológicos » que ele próprio destrói no seu desenvolvimento e assim tende a minar ele mesmo as suas próprias condições de existência :<br /><br /> « Esses tipos antropológicos, na sua maioria, o capitalismo herdou-os de períodos históricos anteriores : o juíz incorruptível, o funcionário weberiano, o professor apaixonado pelo seu trabalho , o trabalhador que apesar de tudo se sentia orgulhoso pela qualidade daquilo que fazia. Personagens assim tornam-se inconcebíveis no periodo contemporâneo : e nada permite de imaginar porque razão isso se reproduzeria e em nome de quê eles funcionariam.<br /> Mesmo o tipo antropológico que é uma criação própria do capitalismo, o empreendedor schumpeteriano – aliando uma inventividade técnica, a capacidade de reunir capitais, de organizar uma empresa, de explorar, de penetrar, de criar mercados – está em vias de desaparecer e a ser substituido por burocratas manageriais e por especuladores. » <br /> Conversa com a République des Lettres, 1994<br /><br /> Há dias, e por acaso, li o que pode ser uma anedota mas se não é é algo significativo da mudança dos tempos :<br /><br /> « Teófilo Braga, quando já presidente, e segundo uma foto conhecida, ia para o palácio de Belém sentado com o guarda-chuva num banco de pau de um eléctrico como vulgar fabiano. Foi o caso que um dia um sujeito o surpreendeu a viajar de comboio numa carruagem de terceira. Diz-lhe o sujeito escandalizado : - como assim ? O senhor presidente a viajar em terceira ? E logo, ele alvoroçado:<br /> - pois quê? Há quarta?Lapanoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-62295688442069676702014-11-27T22:50:43.809+00:002014-11-27T22:50:43.809+00:00Não foi só o Vias de Facto que deixou passar, mas ...Não foi só o Vias de Facto que deixou passar, mas parece-me que Portugal inteiro. Escrevi, creio que duas vezes, que o Castro Neves foi o português mais inteligente da minha geração. Continuo a pensar o mesmo. Ele preferia os bastidores à ribalta e o cepticismo que tinha sobre tudo aguçava-lhe ainda mais a inteligência. Aprendi muito com ele em Paris e depois também. O silêncio que houve perante a morte do Artur Castro Neves deixou-me mais descrente ainda desse país, em que a futilidade presente supera o que deveria ser uma memória profunda.João Bernardonoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-48557117420205874712014-11-27T17:42:45.021+00:002014-11-27T17:42:45.021+00:00Grande Prenda, muito obrigado. O Vias deixou passa...Grande Prenda, muito obrigado. O Vias deixou passar, no entanto, a morte de um castoridiano de longa data, e amigo de berço do João Bernardo, o grande politológo Artur Castro Neves, uma das maiores personalidades da diáspora super-intelectual portuguesa. NietNietnoreply@blogger.com