tag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post4243327308323068249..comments2023-12-08T17:05:22.577+00:00Comments on Vias de Facto: Corrupção versus Desigualdade: quem determina o quê?Vias de Factohttp://www.blogger.com/profile/17208417609194364156noreply@blogger.comBlogger6125tag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-43863437835955353682016-04-07T14:23:53.064+01:002016-04-07T14:23:53.064+01:00A burocracia partidária institucional nas democrac...A burocracia partidária institucional nas democracias representativas hodiernas funciona como a "sede" do verdadeiro poder politico. E como este se encontra em correlação( onde controla e superintende) com o executivo, o legislativo/ judiciário, que geram uma mediação sucessiva positiva ( ou totalitária) no exercicio do poder governamental, ai se focalizando a erupção dos fenómenos de corrupção. Tudo isto, como o Libertário deve saber, são questões imensas, e que eu costumo dizer que só eventualmente se poderão esclarecer, com uma análise social-histórica multidisciplinar, onde a obra de Castoriadis pode e deve servir de guia...para a acção, claro. NietNietnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-18965727503385447972016-04-06T21:42:20.863+01:002016-04-06T21:42:20.863+01:00A corrupção, é a meu ver, um fenómeno generalizado...A corrupção, é a meu ver, um fenómeno generalizado de apropriação da riqueza social por parte da elite política e burocrática que desempenha um papel fundamental para as submeter aos interesses das classes dominantes. Mas o que se está demonstrando no Brasil é que a corrupção desempenha também um papel central na integração da esquerda que chega ao Poder nos mecanismos de redistribuição do Sistema neutralizando a sua capacidade, e possibilidade, de transformar radicalmente a sociedade. Isto vale também para o que aconteceu em África com os antigos movimento de libertação. <br />Não deixa de ser curioso ver a ambiguidade como este fenómeno é tratado pela esquerda tradicional que substima a sua importância já que permanece presa aos seus modelos marxistas de análise económica. A questão do Estado e do Poder continuam em aberto no campo anti-capitalistas desde os debates na AIT, no século XIX e nas primeiras décadas do século XX...Libertárionoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-81567887942226810642016-04-06T12:40:56.061+01:002016-04-06T12:40:56.061+01:00Urge não esquecer e de forma capital e incontornáv...Urge não esquecer e de forma capital e incontornável realçar o papel da burocracia -grupo social particular que exerce a dominação económica e politica agravando as cruciais assimetrias do "sistema", quer "socialista" quer capitalista - como sublinhou Castoriadis nesse texto essencial e premonitório de 1978 sobre " O Regime Social da Rússia". " As relações de produção na Rússia são relações antagónicas, que dividem e opõem dirigentes e executantes.Implicam a exploração dos produtores ( operários, camponeses, trabalhadores dos serviços) e também a sua servidão a um processo de trabalho e de produção que escapa inteiramente ao seu controlo.(...). Na Rússia( como nos países de Leste da Europa,na China, etc), é a burocracia( das empresas, da economia, do Estado e sobretudo do PCUS), que dispõe colectivamente dos meios de produção , da gestão do horário laboral e dos resultados da produção. Sob o disfarce da forma juridica da " propriedade nacionalizada( estadual), ela gere o jus fruendi, utendi et abutendi. Desse dispositivo, a etatização e a planificação burocrática constituem os meios adequados e necessários. A burocracia dispõe dos meios de produção e da produção " estaticamente " a todos os instantes.Faz a partir disso o que quer, fisica e economicamente, tanto ou mais que um capitalista faz o que deseja do " seu " capital.Mas sobretudo, dispõe desses meios de uma forma dinâmica. Decide a forma e os meios pelos quais a mais-valia é extraida da classe trabalhadora, da respectiva taxa de mais-valia e da sua afectação( da sua repartição entre consumo burocrático e acumulação, assim como da orientação dessa acumulação).(...) Esta natureza das relações de produção, e do regime social, está inscrita na materialidade dos meios de produção e agenciada por eles. Como instrumentos de trabalho- pela forma e o conteúdo que imprimem ao processo de trabalho -, esses meios visam a assegurar a servidão dos produtores ao processo de trabalho, quer pela natureza do trabalho que impõem, quer pelo tipo de organização do trabalho e da empresa que erguem. Como instrumentos de produção - pela natureza dos produtos que devem produzir- incarnam a orientação imprimida à vida social pela burocracia, os seus fins especificos, os valores e as significações que subjugam a própria burocracia ", C. Castoriadis: La société bureaucratique, pags 555/6/7. O.C.Tome V. NietAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-90089711587170421872016-04-06T00:07:31.703+01:002016-04-06T00:07:31.703+01:00O regime talvez não combata a corrupção — ou fá-lo...O regime talvez não combata a corrupção — ou fá-lo, pelo menos, menos do que a alimenta e engendra. Mas pode denunciá-la verbalmente e terá, tant bien que mal, de a conter dentro de certos limites, sob pena de decomposição. O mesmo não se passa com a desigualdade de rendimentos e de poder: a economia política dominante tem nela condição necessária, tanto prática como conceptualmente e o mesmo vale para os seus aparelhos de Estado, que requerem a distinção estrutural e permanente entre governantes e governados.<br /><br />miguel(sp)<br />Miguel Serras Pereirahttps://www.blogger.com/profile/15037992737494978391noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-2779776858613534972016-04-05T23:48:15.906+01:002016-04-05T23:48:15.906+01:00Miguel não me parece que o regime oligárquico a qu...Miguel não me parece que o regime oligárquico a que te referes faça sua a bandeira do combate à corrupção. Mesmo admitindo a hipocrisia e inverosimilhança a que referes, as oligarquias não chegam a tanto. Concordo contigo que de todo não combatem a desigualdade. Mas também aí, nesse particular, podemos encontrar a mesma hipocrisia puramente retórica.José Guinotehttps://www.blogger.com/profile/18045778488533335800noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-28664199092929934362016-04-05T23:10:06.899+01:002016-04-05T23:10:06.899+01:00Caro José Guinote, se não me engano muito, comecei...Caro José Guinote, se não me engano muito, comecei o meu post por dizer que não deveríamos subestimar o alcance revelador dos Panama Papers. E, do mesmo modo, não escrevi que, por si só, em si mesmo, ou (menos ainda) necessariamente, combater a corrupção fosse legitimar a desigualdade. A minha ideia foi só recordar aos distraídos, ou aos interessados na distracção dos demais, que um dos traços fundamentais, uma condição sine qua non, da economia política dominante é a desigualdade. E também que esta desigualdade, juntamente com a organização hierárquica do poder, são as razões seminais da corrupção. Assim, deste ponto de vista, o regime oligárquico que nos governa pode fazer sua — com maior ou menor hipocrisia iu sequer verosimilhança — a bandeira do combate à corrupção. Mas o mesmo NÃO vale para a (des)igualdade. Daí que seja à minha compreensão que escapa que razões poderás ter a objectar-me. Querer e reivindicar a democratização das relações de poder, avançar na direcção da cidadania governante, não se limita a reivindicar oligarcas insuspeitos de corrupção, mas terá de visar o fim da oligarquia. <br /><br />Abraço<br /><br />miguel(sp)Miguel Serras Pereirahttps://www.blogger.com/profile/15037992737494978391noreply@blogger.com