tag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post6222053737990102973..comments2023-12-08T17:05:22.577+00:00Comments on Vias de Facto: Produzir para manter a ordemVias de Factohttp://www.blogger.com/profile/17208417609194364156noreply@blogger.comBlogger7125tag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-40455039544548458332013-12-19T12:07:02.578+00:002013-12-19T12:07:02.578+00:00Enrique Escobar, um dos responsáveis pela reedição... Enrique Escobar, um dos responsáveis pela reedição das Obras Completas de Castoriadis nas Éditions du Sandre, Paris, aponta num longo prefácio aos terceiro e quarto volumes- " Quelle Democratie?-I et II "- e perspectiva o futuro do projecto autonómico apontando: "Para aqueles que não acreditam em milagres, será preciso acima de tudo,sem impaciência nem renúncia, estarem atentos ao que pode surgir na sociedade- tentando construir, aqui e agora,instituições frágeis e imperfeitas, destinadas como todas as coisas a degenerarem, mas que podem talvez contribuir, outrossim, um dia, para o surgimento da novidade que puderá erguer-se. (...)o papel de um movimento politico organizado( paradoxalmente, já que no contexto actual não se vislumbra qualquer tipo de renovação no horizonte)pode ser importante para dar forma e voz à vontade,mesmo ultra-minoritária, de transformação da sociedade no sentido da autonomia ". E lembra aquela singular e fortíssima tese de Castoriadis, tantas vezes esquecida e neglicenciada:" O eclipse do projecto de autonomia pode durar seis anos, sessenta anos ou seis séculos ". NietAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-24260098801757665172013-12-18T22:51:07.366+00:002013-12-18T22:51:07.366+00:00Ola,
Dois pequenos reparos sobre esta vossa discu...Ola,<br /><br />Dois pequenos reparos sobre esta vossa discussão :<br /><br />1. Trabalho é uma palavra ambigua (ergon/ponos, opus/labor).<br /><br />2. O capitalismo é criticavel, pelo menos em meu entender, porque reduz o trabalho a uma so das suas componentes, pelo menos para uma grande multidão de pessoas, que se vê assim impossibilitada de lhe dar sentido, e de o apropriar (este ultimo ponto sendo uma obvia contradição da doutrina capitalista).<br /><br />Lembro-me perfeitamente de ter ficado deslumbrado apos a leitura do "que sais-je" que o Vaneigem escreveu sobre as heresias. Não fazia então a mais pequena ideia de que o autor era uma dos grandes nomes do situacionsimo...<br /><br />Abraços democraticos joão viegashttps://www.blogger.com/profile/09562212654138060079noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-3471717078793115192013-12-18T11:33:32.533+00:002013-12-18T11:33:32.533+00:00Caro Anónimo,
a destruição não é, para mim, um fi...Caro Anónimo,<br /><br />a destruição não é, para mim, um fim em si própria. No caso que nos ocupa, é subsidiária da vontade de democracia e da acção política que visa a democratização do regime económico governante. E a minha ideia é que a democratização do actual regime económico teria por efeito ou consequência a destruição do capitalismo - ou a sua transformação em qualquer coisa de radicalmente diferente. Quanto ao resto, não concebo a democracia como o fim da história, ou o desaparecimento das tensões e conflitos em geral. Concebo a democracia como um regime de participação igualitária por parte dos cidadãos no exercício do poder que os governa. É uma meta razoável e, se quiser, anti-utópica. <br />Por fim, não posso aceitar a ideia de que, no fundo, os regimes e modos de funcionamento da economia foram - e serão — sempre idênticos no essencial, ao longo da história humana. Basta considerá-la com um pouco de atenção para o demonstrar. Mas não é aqui o lugar mais adequado para tentar fazê-lo.<br /><br />Saudações democráticas<br /><br />mspMiguel Serras Pereirahttps://www.blogger.com/profile/15037992737494978391noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-71091003638485448152013-12-18T11:02:31.244+00:002013-12-18T11:02:31.244+00:00Caro Miguel Serras Pereira
Concordo consigo quand...Caro Miguel Serras Pereira<br /><br />Concordo consigo quando diz "melhorar o capitalismo significaria, do meu ponto de vista, democratizar o regime económico e o seu funcionamento - democratizar a disposição e direcção dos meios de produção, democratizar o mercado, democratizar o trabalho através da decisão pelos interessados dos seus montantes, objectivos e modalidades, e assim por diante."<br /> <br />No entanto considero que estes "melhoramentos" favoreciam mais a situação das classes trabalhadoras se tivessem lugar no próprio quadro do capitalismo do que conquistados pela via da sua destruição.<br /><br />De certeza que já atravessou o seu espírito uma pergunta com algo parecido a 'o que é que estamos a ser enquanto somos investidos na destruição? '<br /><br />Ou, no que é que nos convertemos a pensar e a agir com o objectivo de destruir <br /><br />Se o funcionamento das pessoas e dos grupos fosse algo diferente daquilo que é, talves pudessemos pensar a transformação duma forma diferente. <br /><br />Não o sendo, acho a ideia de destruir o capitalismo uma ideia muito mais perigosa para aqueles que apostam na destruição, do que para os outros que vivem no capitalismo e que existem com a ideia de o melhorar. <br /><br />O conflito não é imanente à vida, aos grupos, às pessoas nelas próprias?<br /><br />Não será o capitalismo o sistema mais consentãneo com a ideia de conflito?<br /><br />Não vivemos desde sempre em sistemas económicos em que os pressupostos orgânicos de funcionamento são na essência básica idênticos?<br /><br />Os regimes a Norte da Europa não serão ao fim ao cabo a ilustração de que "os melhoramentos" funcionam melhor do que a ideia e a acção da destruição?<br /><br /><br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-53855072559434158582013-12-17T21:17:20.741+00:002013-12-17T21:17:20.741+00:00Carissimo Pedro Vieira. O Vaneigem tem uma obra en... Carissimo Pedro Vieira. O Vaneigem tem uma obra enorme e muito importante, com mais de 20 volumes. Foi o derradeiro " situacionista " a separar-se com diplomacia do intratável Debord, isto nos anos 80. Tem dado umas entrevistas muito importantes nos últimos tempos. Preconiza uma forma muito aberta e dinâmica de intervenção pluri-cultural através dos Conselhos e comunas de ateliers e bairros. " Não é um revolucionário mas ainda um individuo que não se libertou do intelectualismo, e que objectivamente se vira para a contra-revolução, aquele que admite<br />que uma revolução proletária se realiza facilmente e sem oposições...", sublinhou no seu famoso Ratgeb- Da Greve Selvagem à Autogestäo", traduzido em Portugal. O livro que o P. Viana cita foi o primeiro por ele publicado.Creio que outro tratado- "Banalidades de Base" , também existe em tradução portuguesa,e os dois referidos expressamente constituem dispositivos de certo alcance para a transformação social e cultural. Salut! NietAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-12817698866822310752013-12-17T19:08:28.135+00:002013-12-17T19:08:28.135+00:00Caro Anónimo,
melhorar o capitalismo significaria...Caro Anónimo,<br /><br />melhorar o capitalismo significaria, do meu ponto de vista, democratizar o regime económico e o seu funcionamento - democratizar a disposição e direcção dos meios de produção, democratizar o mercado, democratizar o trabalho através da decisão pelos interessados dos seus montantes, objectivos e modalidades, e assim por diante. Mas é difícil considerar que estes "melhoramentos" não equivalem à transformação do capitalismo num regime completamente oposto ao actualmente dominante - ou, se quiser, à sua efectiva destruição. <br /><br />Saudações democráticas<br /><br />mspMiguel Serras Pereirahttps://www.blogger.com/profile/15037992737494978391noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2525053614363345408.post-72474867258548529762013-12-17T15:32:32.899+00:002013-12-17T15:32:32.899+00:00E se em vez de lutarem contra o capitalismo, o mel...E se em vez de lutarem contra o capitalismo, o melhorassem? O trabalho, na parte das sociedades onde o capitalismo mais se desenvolveu, é algo que é desafiador, estimulante e que dá sentido de vida. Esta guerra contra o capitalismo só tira anos de vida e sentido de existência aqueles que a fazem. Melhorar e transformar o capitalismo, não destruindo-o. Anonymousnoreply@blogger.com