Pois bem, quanto à Convocatória para um Congresso Democrático das Alternativas, ocorre-me para já dizer o seguinte:
Compreendo, solidarizo-me com, secundo e aprovo a defesa das liberdades políticas e dos direitos sociais consagrados ou a consagrar n(um)a constituição de (uma) república, e aplaudo a iniciativa e a vontade de cidadania activa que terão levado alguns amigos meus a subscrever o documento. No entanto, não vejo qualquer razão válida que me obrigue à “defesa do Estado Social” com que a plataforma dos subscritores se comete. Com efeito, trata-se de uma fórmula restritiva, que exclui quem não se reveja no modelo do Estado-providência e do seu compromisso histórico, por muito disposto que esteja a defender e a tentar multiplicar os direitos conquistados e hoje ameaçados que esse modelo incluiu, mas sem por isso se limitar a eles ou renunciar ao combate por uma democratização do poder político e económico que garanta a participação governante dos cidadãos, e dela faça o seu critério de definição da “soberania popular”.
Dito isto, veria como um sinal encorajador a participação no Congresso, na elaboração das propostas de alternativas e outras iniciativas que a partir daí se promovam, dos que se disponham a fazê-lo assumindo uma posição crítica perante esta plataforma redutora inicial. Se esta, como escreveu algures Nuno Cardoso da Silva, não significar que estão já activos os “filtros habituais”, destinados a garantir a dependência da participação dos “independentes”.
27/06/12
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4 comentários:
Tão cordato, Miguel?!...
Joana, eu penso que seria desejável uma plataforma mínima, em torno de objectivos claros, formulados sem marcas rituais, numa linguagem comum, não por certo neutra, mas "despartidarizada", e adoptando um modo de organização participsdo e democrático. Apesar da modéstia dos objectivos iniciais, esse modo de organização permitiria a passagem a outros e seria, em si mesmo, um contributo de primeira importância.
Infelizmente, o teor da convocatória leva-me a recear que, uma vez mais, estejamos perante um modo de funcionamento tradicional, com uns que escrevem por cima e outros que se limitam a assinar por baixo…
Teremos de esperar para ver, mas, se os meus receios se confirmarem, direi que estamos perante a repetição de uma lógica unitária que sintetiza o pior das práticas dos partidos que sabes…
Miguel, pelo que dizes (e que é o óbvio...) no segundo parágrafo desta resposta é que estranhei o tom do post.
Alternativas?
Com um PS, gestor do capitalismo, corrupto e mafioso não é difícil. É impossível.
Alternativa? Só se for uma Revolução Social. Tudo o resto são canções para embalar crianças e tontos.
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