Ontem, em zapping, devo ter visto dois minutos do programa semanal Ponto Contra Ponto (ainda não em linha, até ao momento), precisamente quando JPP se referia, criticando, a uma notícia que tinha classificado o estado do Vaticano como «uma monarquia absoluta».
Acontece que é verdade:
O facto de ser uma monarquia electiva não lhe retira a característica de absoluta, já que o papa concentra os três poderes: legislativo, executivo e judicial. Electiva porque não pode ser hereditária, claro - pelo menos até ver!
P.S: - Já depois de escrever este post, vi que Ricardo Alves se referiu ao mesmo facto no Esquerda Republicana, citando a página oficial do Estado do Vaticano, onde se confirma, expressamente, a característica de «monarquia absoluta» do Vaticano.
(Publicado também aqui)
5 comentários:
Não é electiva, não é electiva mas...sempre chamam de "cadeira de Pedro" a uma coisa onde nunca se sentou qualquer Pedro...
O Pacheco está no ocaso da sua credibilidade e isso custa!
Electiva é: pelo conclave dos cardeais, até haver o tal fumo branco...
Joana, as monarquias "normais" nem sempre foram hereditárias. Para não ir mais longe, nos reinos visigóticos há experiências históricas de monarquias electivas. O absolutismo, de facto, não tem necessariamente a ver com a origem do poder. Tem, sim, a ver com uma teoria acerca da origem do poder: a teoria de que o poder "vem de cima". É o caso.
Caro MFerrer, todas as instituições têm "mitos", não seja demasiado "objectivista" a olhar para a história, porque nesse caso haverá muitas coisas que não compreenderá mesmo fora da ICAR.
Claro, Profírio, a referência á hereditariedade foi jocosa por se tratar do papa, onde ela esta em principio excluída...
Absolutismo pela origem do poder e também pela concentração de poderes, certo?
Sim, Joana, a concentração de poderes é o absolutismo, a teoria da origem do poder é a justificação. É que nem toda a gente sabe que a actual organização da ICAR nem sempre foi como é e em tempos foi coisa muito discutida. Tal como a "infalibilidade papal" (apesar de ela não ser o que muitos pensam, porque só há pretensão de infalibilidade em circunstâncias específicas) não existiu sempre. Quero eu dizer: valia a pena saber mais de história das instituições para perceber como as coisas são "man made". Mas, de todo, nada disto se opõe ao que a Joana escreve: apenas comento, de passagem. (Ah, para alguns papas a coisa da hereditariedade não seria problema, claro está...)
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