Bom, mas isso pode não implicar nada de importante. Aposto que a unidade de riqueza criada por hora por trabalhador na Alemanha será bastante superior à do caso grego.
Aliás, devo acrescentar que os países do antigo "socialismo real" padeciam do mesmo problema. Apesar de o pleno emprego poder ser considerado como algo precioso do ponto de vista social, de um ponto de vista de afectação de recursos, o socialismo mostrou-se menos eficaz que o capitalismo. Alguém faz ideia das causas?
E se lhe disser que a Grécia tem dezenas de milhar de postos desnecessários na função pública, criados como job for the boys? (O que é também, de facto, o caso de Portugal.) Se aceitar o meu raciocínio, será forçado a concluir que, apesar de o trabalhador médio gastar mais horas no seu trabalho diário, de facto verifica-se que a formiga (aqui simbolizando o país e não o trabalhador) alemã sustenta a cigarra grega.
É óbvio que se pode contra-argumentar que a entrada para a UE de um país como a Grécia Portugal serviu em última instância para destruir o nosso tecido produtivo a troco de dinheiro para comprar o trabalho à formiga...
"a formiga alemã a sustentar a cigarra grega" tem validade não pelo número de horas trabalhadas, mas pela riqueza efectivamente produzida. Os Alemães produzem valor acrescentado, os gregos nem por isso. Até porque é a riqueza que pode ser trocada e redistribuída levando ao bem estar geral, e não as horas passadas no posto de trabalho.
De qualquer das formas parece-me que o problema grego está mais na generalizada fuga aos impostos, o que faz com que o estado tenha recursos insuficientes para cumprir as suas funções básicas.
Ora, disse a Morsa ao Carpinteiro vamos ter muito que falar: de botas, e lacre, e veleiros, de reis, e couves da casa, de saber porque ferve o mar, ou se há porcos com asas.
Lewis Carroll
Alice do outro lado do espelho, cap. IV
5 comentários:
Bom, mas isso pode não implicar nada de importante. Aposto que a unidade de riqueza criada por hora por trabalhador na Alemanha será bastante superior à do caso grego.
Aliás, devo acrescentar que os países do antigo "socialismo real" padeciam do mesmo problema. Apesar de o pleno emprego poder ser considerado como algo precioso do ponto de vista social, de um ponto de vista de afectação de recursos, o socialismo mostrou-se menos eficaz que o capitalismo.
Alguém faz ideia das causas?
"Bom, mas isso pode não implicar nada de importante."
Será importante para a validade da narrativa "a formiga alemã a sustentar a cigarra grega"
E se lhe disser que a Grécia tem dezenas de milhar de postos desnecessários na função pública, criados como job for the boys? (O que é também, de facto, o caso de Portugal.) Se aceitar o meu raciocínio, será forçado a concluir que, apesar de o trabalhador médio gastar mais horas no seu trabalho diário, de facto verifica-se que a formiga (aqui simbolizando o país e não o trabalhador) alemã sustenta a cigarra grega.
É óbvio que se pode contra-argumentar que a entrada para a UE de um país como a Grécia Portugal serviu em última instância para destruir o nosso tecido produtivo a troco de dinheiro para comprar o trabalho à formiga...
"a formiga alemã a sustentar a cigarra grega" tem validade não pelo número de horas trabalhadas, mas pela riqueza efectivamente produzida. Os Alemães produzem valor acrescentado, os gregos nem por isso. Até porque é a riqueza que pode ser trocada e redistribuída levando ao bem estar geral, e não as horas passadas no posto de trabalho.
De qualquer das formas parece-me que o problema grego está mais na generalizada fuga aos impostos, o que faz com que o estado tenha recursos insuficientes para cumprir as suas funções básicas.
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