1- Impede-se a entrada de manifestantes de que não gostamos na nossa manifestação. É só mandar os gorilas do partido dar uns empurrões aos não-credenciados e já está.
2- Dado que essa tal gente já não segue integrada na nossa manif, a polícia já os pode encarar como uma manifestação separada, logo ilegal por não ter sido autorizada – seja lá isso o que for.
3- Por fim, é só fazer de conta que nada se passou. Imitando, ao fim e ao cabo, o comportamento dos jornais de referência a que temos direito.
22/11/10
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13 comentários:
Luís Rainha:
Como talvez saiba, já escrevi e argumentei o suficiente noutras caixas de comentário em termos que você não se dá ao trabalho de contestar aqui, preferindo a farpa curta.
Quanto aos blogues que referem ou não o que se passou estamos bem uns para os outros. Eu optei por valorizar o significado da manifestação e não me referir aos incidentes ou acontecimentos relativos ao grupo do final da manifestação, que, repito, só aí desfilou por acordo dos promotores da manifestação. Já o «vias» optou por só se referir a esse «caso» maribando-se no valor da manifestação. Escolhas.
Despeço-me do assunto, esperando que, com aplauso de Luis Rainha, para o ano a CGTP vá querer desfilar sem o acordo da UGT na concentração em Belém da UGT e a UGT, sem o acordo da CGTP, vá querer desfilar até à Alameda. E que, se alguma disser à outra que não pode ser, o Luis Rainha também venha falar em «credenciações» , «sectarismos »ou guetizações».
Passar bem.
Vítor,
Confesso que não acompanhei essas discussões noutras caixas de comentários.
Quanto à manif, se a comentasse seria para referir o desânimo que me causou a mobilização, que não me pareceu famosa – mas desanimar a malta não é grande estratégia.
Por fim, esse paralelo com centrais sindicais nem tolhe: aqui estamos a falar de alguns indivíduos, não de organizações nem de partidos.
E por falar nisso, qual foi a ideia de pintar a manif com resmas de bandeiras do PCP? Ganha-se alguma coisa remetendo a paternidade destas causas para partidos?
Creio, Luís, que hoje não está muito feliz.
Com efeito, escreve que «esse paralelo com centrais sindicais nem tolhe: aqui estamos a falar de alguns indivíduos, não de organizações nem de partidos.»
Ora, como muito bem saberá, aqui não estamos mesmo a falar de alguns individuos, estamos sim a falar, como é público e notório de cidadãos pelo menos momentaneamente agregados em torno de uma «organização» - a Pagan.
Se estivessemos a falar apenas de individuos e não de um grupo que queria afirmar, de forma colectiva e organizada, uma identidade própria na manifestação promovida por outras entidades, então seria caso para se dizer porque raio não fizeram como eu e outros milhares de manifestantes que se integraram individualmente na manif. passando dos passeios para o seu interior sem qualquer problema.
Quanto às bandeiras, o assunto já está por demais explicado desde a famosa e extraordinária manifestação contra a guerra do Iraque (altura em que alguns BE's habituais portadores de bandeiras partidárias em manifestações da CGTP ficaram muito incomodados com as bandeiras do PCP).
Em primeiro lugar, ao contrário de outros, os membros do PCP em nenhuma manifestação unitária desfilam em bloco.
Em segundo lugar, levarem as bandeiras do seu partido numa manifestação EM QUE O SEU PARTIDO É UMA DAS ENTIDADES PROMOTORAS é absolutamente legítimo e constitui um inquestionável direito democrático que não devia, para quem quiser ser sério, conduzir a inferências de «paternidade», podendo quando muito, para quem apreciar o tópico, conduzir a reflexões sobre graus de empenhamento e mobilização.
Pedia-vos que lessem um texto de opinião disponível em http://www.gatovadiolivraria.blogspot.com/ ou no site do indymedia pt.
Vem com o título: "Eu fui a Lisboa abraçar-te".
Tentei postá-lo aqui como comentário. Excedia o número de caracteres permitido.
Obrigado. Júlio.
Luis,
a critica que aqui fazes à identificaçao dos militantes do PCP nao me parece justificada. Como o VD disse, e bem, o PCP era uma das entidades promotoras do evento e nesse sentido parece-me perfeitamente legitimo a identificaçao dos militantes. Bem mais grave me pareceu quando o "Bloco em bloco" se ensinuou na manif nacional organizada pela CGTP, com as devidas indumentarias, logos, autocarros e elementos de identificaçao. Sinto muito, e posso nao ter estado atento, mas nao te ouvi nessa altura perguntar: "Ganha-se alguma coisa remetendo a paternidade destas causas para partidos?"
Luís, tudo isto é mais velho do que a sé de braga... (não sei como te pode surpreender, embora possa perceber que te indigne)
Vitor Dias, a estanquicidade com que vê os participantes na manif leva-o a conclusões errads. Já se interrogou, por exemplo, quantos activistas da tal Pagan são também de sindicatos filiados na CGTP? É que uma coisa não exclui a outra. Pode haver (e é bom que haja, já agora), comunistas, social-democratas, anarquistas ou outras tendências entre os sindicalizados nos mais diversos sindicatos. Que autoridade os poderá impedir de participar na manif, senão uma visão estreita, prepotente e essa sim ilegal, imposta por uma organização política que se acha dona de uma confederação de sindicatos? Eu sou sindicalizado, o meu sindicato é membro da CGTP, organizador do protesto e, apesar de nem saber muito bem o que é a Pagan ou outros grupos que participaram na cauda da manif, considero-os do meu lado da barricada, ao contrário do Corpo de Intervenção. Se eu quisesse participar ao lado da tal Pagan, quem era o partido político que mo impediria? Era o que faltava.
A confusão e a distorção é total. A técnica é antiga, mas continuam apostados nela.
Desfilei na Av. da Liberdade sem credenciação, ninguém me impediu, ninguém me pediu «documentos».
Em relação às bandeiras do PCP:
1- não me parece estranho que uma entidade organizadora assuma a sua participação;
2- Estranho que os militantes e dirigentes do BE desfilem em bloco, fechado e sectário;
3- Estranho que mesmo em manifestações em que não façam parte da organização assim apareçam - como nas do movimento sindical unitário, onde lá aparecem partidária e sectariamente.
4- E a ser verdade que o BE é um grande movimento onde está a sua mobilização para estas iniciativas?
5- O que é a Pagan, quem são os seus dirigentes?
6- Porque razão alguns sairão da Pagan à última da hora, cortando algum cordão umbilical?
Para terminar:
O aproveitamento parasitário destes cidadãos/indivíduos que por acaso aparecem em grupo sempre bem organizado já é conhecido e vale o que valeu, pouco ou nada contribuindo para a manifestação, mas ajudando em muito ao clima que se criou em torno dela.
Ninguém sequer sugere que não "podiam" levar as bandeiras que entendessem. Acho apenas que não deviam: estão a circunscrever e menorizar a luta. Quanto a isso da Pagan/não Pagan, trata-se apenas de mais um sintoma que nos mostra bem o tamanho e a opacidade das baias desta malta.
Fiquem-se lá na companhia dos CPPC, dos MURPI, das MDM, que assim é que estão bem. E continuem a comparar pilinhas com o Bloco ou quem quiserem; acho que é mesmo o caminho certo para aumentarem a vossa influência.
Mas não me queiram impedir de me rir a bandeiras despregadas com as vossas tristes figuras.
Então haja coragem e dêem ao BE o mesmo tratamento que a estes grupos. Porque podem uns parasitar e outros não.
Ai, minha nossa senhora. Começo a chegar à conclusão que os organizadores até deviam era, se eles quisessem, permitirem que desfilassem logo à cabeça da manif. um grupo
de paladinos blogosféricos da «resistência islâmica».
Assim é que estaria bem para todos aqueles que atribuem inalienáveis e sagrados direitos a UM GRUPO exterior à organização da manifestação e não atribuem nenhum direito àqueles que, de facto a promovem, para ela rabalharam e por ela são LEGAL E POLITICAMENTE RESPONSÁVEIS.
Ora vamos lá por partes:
1- Não vi que ninguém estivesse a reivindicar lugares no patusco "quadrado" (a zona VIP das manifs) que costumam colocar «à cabeça» destas coisas.
2- Isso da «resistência islâmica» é correspondência enganada.
3- «Exterior» era quase toda aquela gente. Ou os organizadores quereriam manifestar-se sozinhos? Quem trabalha numa manifestação, pode até ter direito a camarote com ar condicionado; mas agora impedir o direito de manifestação a quem se vista de preto ou de forma "suspeita"? Se calhar, antes do 25 de Abril haveria desfiles corporativos ou da MP em que era mesmo reservado o direito de admissão – isto para nem recorrer a outras comparações.
4- Pode pintar (ou ocultar, como preferiu fazer no seu blogue) este lamentável episódio das cores que entender; mas não me parece que vá convencer muita gente.
Vítor Dias,
devo começar por lhe dizer que o cumprimento pela maneira civilizada como você tenta discutir os assuntos. Goste ou não de o ouvir, tenho de registar e apreciar o modo como os seus comentários e intervenções se distinguem do estilo de intervenção blogosférico de certos militantes que se reivindicam da sua área política e cujas atoardas, difamaçõe sistemáticas, recurso ao "vale tudo", me fazem pensar sempre nesses personagens de uma canção do Zeca, que, nas suas (dele) palavras, "lembram os sheiks das fitas / que dão porrada a quem passa". E goste ou não de o ouvir, pressinto, com indícios fortes, que você vê com repulsa e desgosto, as tendências vandalizadoras - e eu ia a escrever "vidalizantes"… - de certas claques que torcem pela sua equipa e que, entre outras coisas, fazem ponto de honra do achincalhamento explícito das vias democráticas (o que não é sinónimo de vias parlamentares ou de consagração do modelo do "bloco ocidental" como horizonte inultrapassável do nosso tempo) de transformação da sociedade e das instituições, relações de propriedade e de poder, etc. A tal ponto que não sabemos se aquilo a que chamam "socialismo", ou apresentam como tal, não é sobretudo ódio à igualdade e liberdade dos trabalhadores e do conjunto dos cidadãos. O que escrevo não significa que não divirja profundamente de si na avaliação e caracterização da natureza política do seu partido e do legado do qual ele distintivamente se reclama. Mas não considero impossível discutir consigo e penso que você me retribuirá na mesma moeda. Mas as questões de fundo terão de ficar para outra altura, pois, neste momento, o que me importa discutir diz respeito ao que se passou por ocasião da recente manifestação durante a cimeira da NATO.
1. Como já tive ocasião de lhe dizer, "POLITICAMENTE, mantenho a mesma posição: poderiam e seria vantajoso que fossem convocadas para protestar diferentes organizações permanentes ou ad hoc, deixando em aberto a questão de saber se seria possível a integração condigna e negociada de todas no mesmo desfile ou se se realizariam duas, três ou mais concentrações simultâneas" - ao mesmo tempo "que não nego, antes sublinho a sua ideia de que o aspecto jurídico não é tudo", como, de resto, fez também a Mariana Canotilho no decorrer do debate blogosférico em que ambos participámos sobre o assunto. Assim, as nossas avaliações sobre a questão, sendo diferentes, não eram propriamente tão antagónicas que excluíssem a celebração de um acordo prático no terreno entre grupos, dos quais um adoptasse a sua concepção e outro a "minha".
2. No entanto, a partir do momento em que a polícia, primeiro, consulta um dos grupos sobre a sua concordância com as medidas que vai tomar quanto ao outro, e, depois, isola esse outro e estabelece um cordão sanitário à sua volta durante todo o desfile, penso que só haveria uma atitude a tomar. A qual seria recusar a resposta à pergunta da polícia e protestar contra o atropelo à liberdade dos manifestantes policialmente enquadrados. Por isso, não compreendo que você reivindique como prova do espírito aberto dos responsáveis pela convocatória inicial o terem permitido que o grupo "anarquista" desfilasse.
3. Se algum destacamento de apoiantes da "resistência islâmica" ou portadores de outras palavras de ordem visando sabotar a manifestação insistisse em integrar o desfile, penso que o serviço de ordem, autorizado pelos outros grupos participantes e pelo acordo a que tivessem chegado no terreno (já que não antes, devido ao que parece ter sido o sectarismo dos responsáveis pela primeira convocatória), deveria excluí-los do cortejo e isolá-los pelos seus próprios meios, sem recorrer aos serviços da polícia.
E, de momento, é tudo.
Seu contaditor democraticamente atento
msp
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