19/03/11

E que tal, simplesmente, "revolucionários"?

Numa caixa de comentários do Arrastão, surge uma inevitável voz do mais acéfalo que a esquerda consegue produzir. O já notório "Leo" tem esta questão angustiada para nos colocar: «Não entendeu ainda que uma vez que um grupo pegue em armas contra o seu governo essas pessoas deixam de ser “manifestantes” e passam a ser combatentes, terroristas, anarquistas, ou qualquer outra coisa que lhe queira chamar?»
Como é que tantos anos de luta contra uma ditadura, de armas não mão se preciso, acabaram por produzir isto? Como é que agora resistir a um tirano é ser-se terrorista, anarquista ou coisa pior? E está visto que essa canalha que falta ao respeito às instituições só merece é cacetada: «Eu espero que se um grupo assaltar a esquadra do meu bairro e atacar o hospital e o tribunal do meu concelho que o governo actue e reponha a ordem.»
São gajos destes que dão mau nome à esquerda. E à espécie, já agora.

8 comentários:

José disse...

Por vontade do Leo, 1917 teria sido um ano normal, pois as tropas do Czar deveriam ter prendido os terroristas que pegaram em armas contra o governo...

LAM disse...

...e tantas críticas houve sobre algumas bocas ao lado na manif da geração à rasca: nunca leram nada do Leo, de certeza.

Banda in barbar disse...

as revoluções trazem sempre cortejos de mortos

vinganças e desagravos sucedem-se a invejas e coiso e tal

em guerra civil tomar lados

e chamar aos ingleses que enforcam opressores
e aos libertadores que queimam as casas do vizinho terroristas


é chato
especialmente se optamos por matar os velhos para safar os novos

se for o contrário também fica mal

Banda in barbar disse...

é por isso que sempre gostei do ~

Jean Bedel Bokassa
os da sua tribo e tribos aderentes massacravam os rivais e os jovens revoltosos

mas só os comiam quando estavam mortos

comer os velhos quando ainda estão vivos parece mal....

Zé_dopipo disse...

Convenientemente (parece-me), esqueceu-se de citar a parte do "combatente".
Seja como for, para além da adjectivação, pode p.f. explicar-me o porquê de esta parte do raciocínio do Leo ( a que cita, embora truncada ) estar errada?

Cumps

Anónimo disse...

Jesus! Este já passa diplomas de esquerda! E de espécie!
Vai acabar no Júlio de Matos...
Tem dó.

A.M.

Luis Rainha disse...

ZL, eu até podia explicar. Ou remetê-lo para alguns posts aqui que o esclareceriam sobre o absurdo que é isso do respeito religioso por fronteiras ou por autoridades "legítimas" que ao que parece se confundiriam com os povos que oprimem.
Mas a palavra "internacionalismo" ainda lhe diz algo? Ou também achou mal quando boa parte do mundo civilizado criticou a ditadura de Salazar? E que dizer da ajuda prestada a Lenine pelos alemães?
Mas a questão fundamental é outra: afinal, qual é o "raciocínio" do Leo? Não lobrigo tal coisa.
Um gajo que milita num partido com as tradições revolucionárias do PCP a pregar o respeitinho às autoridades... que imbecilidade.

Zé_dopipo disse...

Seja como fôr, caro LR, "one´s terrorist, is another´s freedom fighter". Peço desculpa pelo simplismo da minha interpretação das palavras do Leo ("...uma vez que um grupo pegue em armas contra o seu governo essas pessoas deixam de ser “manifestantes” e passam a ser combatentes, terroristas, anarquistas, ou qualquer outra coisa que lhe queira chamar?")
, mas continuo a achar que não são assim tão estúpidas como isso.
Mas pode ser, claro, falha da minha parte.
Cumps