Ferro Rodrigues em entrevista à RTP 1:
«Defendo que haja um acordo, um acordo político que dê uma maioria forte no Parlamento, esse acordo tem de ser negociado a seguir às eleições», afirmou Ferro Rodrigues, em entrevista esta noite no Telejornal da RTP1.
Ferro Rodrigues lembrou, ainda, que já tinha alertado em Agosto de 2009, antes das últimas eleições legislativas que perante um cenário de crise internacional «não devia ser constituído um Governo que não tivesse maioria no Parlamento», posição que o cabeça de lista do PS por Lisboa mantém.
Em relação a tentar um acordo à esquerda, uma posição que tinha assumido no passado, Rodrigues considera que essa ideia, agora é «completamente impossível» de concretizar, porque ao longo do último ano e meio os partidos de «extrema-esquerda», têm colaborado «com a direita em relação à queda do Governo».
Mas, se os partidos da "extrema-esquerda" têm colaborado com a direita, na intenção de fazer cair o Governo, isso significa que os partidos da direita têm colaborado com os da "extrema-esquerda" no mesmo propósito — pelo que, então, o "acordo político" com os partidos da direita deveria ser tão impossível como com os da "extrema-esquerda". Ou será que estes últimos agiram sozinhos quando colaboraram com os da direita para derrubar o Governo?
23/04/11
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9 comentários:
Exactamente, Miguel. Se alguém pensava que Ferro daria um cheirinho de esquerda ao PS, ficou joje esclarecido.
A lógica difusa ou lógica fuzzy é uma extensão da lógica booleana que admite valores lógicos intermediários entre o falso e o verdadeiro.A fuzzificação define as variáveis de forma subjectiva bem como as funções pertinência. Algoritmos de dedesfuzzificação permitem converter as variáveis em valores aceitáveis pelo sistema,e.g.o algoritmo do centróide.
Também sob a forma de silogismo, Miguel.
É bem verdade, Joana. Mas eu só quis chamar a atenção para o tour de force que é acusar os partidos da "extrema-esquerda" de colaboração, em vista da queda do governo, com os partidos de direita, sem acusar os partidos da direita de terem colaborado também, daí tirando a conclusão de que seria igualmente impossível qualquer acordo político com eles.
miguel(sp)
Exacto, Miguel, outro silogismo possível...
Caro Miguel,
O que determina o que é lógico dizer numa campanha eleitoral não é a lógica, mas a teoria dos jogos.
Se o EFR pressupuser que parte do eleitorado de esquerda é primário e acéfalo, e reage com um reflexo condicionado à ideia de o BE e o PCP terem feito "o jogo da direita", o que ele lhes disse tem toda a lógica, como forma de capturar os votos desses eleitores para o PS. É essa a finalidade do jogo.
Como poderia ter toda a lógica o Basílio Horta dizer que o PSD e o PP fizeram "o jogo da extrema-esquerda".
Uma santa Páscoa, se andar para aí virado, e cumprimentos cordias, quaisquer sejam quais forem as suas preferências...
Caro Manuel,
não nego a pertinência do seu ponto de vista ou leitura. Só que permaneço convencido de que a introdução no debate político de alguma "razoabilidade", que se oponha aos atropelos evidentes ao exercício do logon didonai (dar conta e razão), é um objectivo salutar e desejável. Creio que nisso estaremos de acordo.
Bom final de Páscoa também para si.
Cordial abraço
msp
Completamente de acordo!
Mas receio que o crime compense...
Não há ninguém de esquerda na actual direcção do PS e dos "velhos" não reza a história. A esquerda: PCP/BE/outras só podem contar com as "massas" socialistas que, têm votado PS por falta de alternativa de governo da esquerda, caso surja a hipótese serão milhares a largarem o PS.
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