Lá está: fazem-se opiniões com base em casos passados sem se dar ao trabalho de ouvir e expor outras ideias, para daí se construirem respostas com base em notícias de jornal. Entretanto deixam-se os argumentos de salvação aos que nos meteram no buraco. Quem é que os há-de levar a sério?
Cuidado, caros Luís e LAM, daqui a nada, aparece por aqui a alguém a dizer que vocês estão a pôr em causa o acerto da decisão do JS e do PCP, com o propósito de abalar a sua credibilidade aos olhos das massas, as quais, como se sabe, não podem deixar de se extraviar e ser derrotadas pelas palhaçadas da reacção se não tiverem uma fé a toda a prova no juízo dos seus dirigentes - ou seja, se ganharem a funesta mania de quererem outras provas que não sejam apenas a sua esclarecida palavra. Preparem-se, pois, para o circo, camaradas.
Ontem vi o Louçã na tv e foi mais ou menos a mesma coisa: fixam-se nos termos usados com que vulgarmente se se refere às ditas reuniões (como "diálogo", "negociações"), e aos enquadramentos formais em que decisões podem ser tomadas (governo), e o que eles à letra significam, para abdicar do essencial que era a apresentação de preocupações e soluções alternativas e afirmar que parte significativa da população não aceita, nem a sua situação precária permite aceitar, o agravamento das condições sociais.
Toda a razão, caro LAM. Chega a ser confrangedor ver como o Francisco Louçã parece rendido aos benefícios secundários do autismo cultivado pelo partido do seu émulo mais velho… Aqui há tempos o Manuel António Pina aventava a hipótese muito convincente de Passos Coelho ser um agente do PS à frente do PSD (http://www.jn.pt/Opiniao/default.aspx?content_id=1829108&opiniao=Manuel%20Ant%F3nio%20Pina). O BE faria bem em perguntar-se, adoptando mutatis mutandis o raciocínio do MAP, quem serve Louçã com estas posições.
Ora, disse a Morsa ao Carpinteiro vamos ter muito que falar: de botas, e lacre, e veleiros, de reis, e couves da casa, de saber porque ferve o mar, ou se há porcos com asas.
Lewis Carroll
Alice do outro lado do espelho, cap. IV
11 comentários:
Como se todos não soubéssemos ao que vem o FMI.
1º DEIXEM de chamar troika a um trio de recolhedores de opiniões
o acordo ortográfico aparentemente russificou-se com a crise
ó menos triunvirato
querer escapar a uma sondagem de opinião é perfeitamente normal
principalmente se não se tem nada a dizer
a informação e a troca de opiniões é necessária antes da tomada de decisões
infelizmente essa cultura de discussão
é ameaçada pelo chavão imediatista
do blogue ou do sms
não é possível trocar ideias com uma linha ou um parágrafo
e viagens mentais não se fazem com greves de pensamento
Anónimo disse...
Como se todos não soubéssemos ao que vem ...o anonimato das opiniões
apenas lança frases e simbologias obscuras
é como os horóscopos
há sempre alguém que se revê nelas
são os partidos do horóscopo
cristalizam o pensamento
Também todos sabiam que o Sol andava à volta da Terra.
e já não anda?
Hoje não posso garantir nada, que ainda não o vi.
Lá está: fazem-se opiniões com base em casos passados sem se dar ao trabalho de ouvir e expor outras ideias, para daí se construirem respostas com base em notícias de jornal. Entretanto deixam-se os argumentos de salvação aos que nos meteram no buraco. Quem é que os há-de levar a sério?
Cuidado, caros Luís e LAM,
daqui a nada, aparece por aqui a alguém a dizer que vocês estão a pôr em causa o acerto da decisão do JS e do PCP, com o propósito de abalar a sua credibilidade aos olhos das massas, as quais, como se sabe, não podem deixar de se extraviar e ser derrotadas pelas palhaçadas da reacção se não tiverem uma fé a toda a prova no juízo dos seus dirigentes - ou seja, se ganharem a funesta mania de quererem outras provas que não sejam apenas a sua esclarecida palavra.
Preparem-se, pois, para o circo, camaradas.
Abraços
miguel (sp)
Ontem vi o Louçã na tv e foi mais ou menos a mesma coisa: fixam-se nos termos usados com que vulgarmente se se refere às ditas reuniões (como "diálogo", "negociações"), e aos enquadramentos formais em que decisões podem ser tomadas (governo), e o que eles à letra significam, para abdicar do essencial que era a apresentação de preocupações e soluções alternativas e afirmar que parte significativa da população não aceita, nem a sua situação precária permite aceitar, o agravamento das condições sociais.
Toda a razão, caro LAM. Chega a ser confrangedor ver como o Francisco Louçã parece rendido aos benefícios secundários do autismo cultivado pelo partido do seu émulo mais velho…
Aqui há tempos o Manuel António Pina aventava a hipótese muito convincente de Passos Coelho ser um agente do PS à frente do PSD (http://www.jn.pt/Opiniao/default.aspx?content_id=1829108&opiniao=Manuel%20Ant%F3nio%20Pina). O BE faria bem em perguntar-se, adoptando mutatis mutandis o raciocínio do MAP, quem serve Louçã com estas posições.
msp
Miguel S.P.,
Sem querer especular sobre isso, o estranho é que é a esquerda que reivindica a rua que ficou espartilhada pelo formalismo.
abraço.
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