Num incompreensível afã de apresentar Kadafi como um resistente às ofensivas imperialistas dos EUA, o Bruno Carvalho lança mão da arma mais comum: a desinformação.
O intróito é ribombante: «Ao lado da Al-Qaeda, integrados nas empresas privadas de segurança, combatem muitas nacionalidades contra o regime de Kadhafi. Assim como no Iraque e no Afeganistão, milhares recebem dinheiro para combater a soldo do imperialismo.» Depois, segue-se uma recuperação de notícias recentes, que dão conta do envolvimento do fundador da Blackwater na criação de um batalhão contra-terrorista mercenário nos Emiratos Árabes Unidos.
Mas se vos parece que o Bruno estava a dizer-nos que a Blackwater e congéneres estão na Líbia ao lado dos rebeldes, desenganem-se. Afinal, ele diz-nos que «Ninguém falou da Blackwater na Líbia. E ela nunca iria apoiar o Kadhafi. O principal cliente da Blackwater são os Estados Unidos. Qualquer pessoa percebe que a Blackwater só pode estar de um lado.»
Isto é ignorar os factos (o fundador da Blackwater fugiu dos EUA para não ser acusado pela morte de civis no Irão) e a complexidade das relações entre o imperialismo, o dinheiro e os seus cães de guerra. É não conhecer o embaraço tremendo que o exército privado do senhor Prince está hoje a causar ao seu governo. É pegar numa notícia que dá conta da tentativa de mais um regime árabe autoritário se agarrar ao poder à conta do sangue alheio e virá-la ao contrário. É, em suma, não perceber nada e ainda querer enfiar a carapuça aos demais.
16/05/11
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1 comentários:
há 24 mil milhões para vender
que isto dar crédito para se matarem uns aos outros não dá
mesmo com garantia de bombardeamentos
há facções em conflito
kadahfi é um ditador com os seus adeptos tal como saddam
logo simplificar também não resulta
mercenários e ajudas pagas há dos dois lados
nunca houve guerra em que houvesse dinheiro em jogo sem mercenários
desde as minas do katanga
aos poços com contas semi-congeladas
o resto é....
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