As ambições de feição neo-colonialista do regime brasileiro não são novidade. O que se passa na Bolívia confirma-o, levando para já muitos cidadãos do país a denunciarem, passando à acção, uma espécie de deriva lulista de Morales. Fica este excerto de uma peça publicada por El País sobre a demissão da ministra da Defesa na sequência da repressão policial que atingiu os índios que protestavam contra a abertura de uma estrada, financiada pelo Brasil, numa reserva natural do país.
Cientos de bolivianos se manifiestan hoy con vigilias, concentraciones y huelgas de hambre en diferentes ciudades para protestar por la violencia con que se dispersó a los indígenas amazónicos que rechazan una carretera financiada por Brasil que atravesará una reserva natural. Sindicatos, asociaciones indígenas, partidos de oposición y grupos ecologistas y de defensa de los derechos humanos han organizado protestas públicas para hoy y los siguientes días, incluyendo una huelga nacional de la Central Obrera Boliviana (COB), la mayor organización laboral del país, según informa Efe.
Los policías forzaron a cientos de indígenas a subir a autobuses que los llevaron al pueblo vecino de San Borja, de donde los trasladarán a sus comunidades, según dijo el general Muñoz. El jefe policial agregó que se "detuvo a tres o cuatro personas" y que hay varios heridos en ambos bandos, aunque no de gravedad.
Los medios de prensa informaron que muchas mujeres indígenas fueron separadas de sus hijos y pedían ayuda para hallarlos antes de que se pierdan en el bosque. La Policía impidió la cobertura de fotógrafos y periodistas y algunos perdieron sus equipos en medio de la refriega, según denuncias de los medios bolivianos.
La intervención policial se produjo horas después de que Morales anunciara un referéndum en los departamentos de Cochabamba y Beni sobre la carretera, y tras invitar a los dirigentes indígenas, ahora detenidos o dispersados, a dialogar en La Paz.
Morales, que ha visto afectada su imagen de indigenista y ecologista por este conflicto, según reconocen incluso miembros de su Gobierno, volvió a defender ayer la polémica vía, financiada por Brasil.
El desencanto social de Evo Morales se ha hecho más visible en Bolivia a causa de la represión de la marcha indígena que revela la inconsecuencia gubernamental entre sus postulados de promoción de los derechos humanos y, la práctica política de obviarlos. Varios de sus más importantes exaliados políticos y sindicales, además de analistas han coincidido en destacar la gestión gubernamental como contradictoria a los principios ideológicos con los que Morales comenzó su Gobierno en 2006.
26/09/11
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3 comentários:
Caro MSP,
Já reparei que cita imensas vezes o El País. Eu tenho boas razões para nunca mais ler o El País, porque já apanhei dezenas de notícias falsas sobre a América Latina (mais concretamente sobre os países da ALBA).
Esta notícia é mais uma que vem reforçar essa decisão. Acaso confirmou junto de outros meios de comunicação aquilo que aí está escrito?
Chegam-me informações que haviam duas manifestações e a polícia teve que as separar. Uma delas era de camponeses e até indígenas, que precisam da estrada e lutam para que a estrada passe perto das suas localidades - mesmo tendo que atravessar o Território Indígena do Parque Nacional Isiboro Sécure (TIPNIS). Não houve repressão policial.
A outra informação diz que apenas apoiam esta mobilização 10 das 66 comunidades indígenas que habitam em TIPNIS.
Perante estas manifestações, claramente minoritárias, o que faz o governo? Suspende a construção e convoca um referendo.
Deriva lulista?
Enfim, o mundo ao contrário..
Caro Miguel Lopes,
repare, em primeiro lugar, que o título do post comporta uma interrogação e está longe de afirmar categoricamente seja o que for.
Creio que a situação que se vive na Bolívia é confusa, mas não vejo razões para duvidar da notícia da demissão da ministra da Defesa nem das tomdas de posição da COB.
Por outro lado, parece-me claro que o regime brasileiro e os interesses que o governam se mostram cada vez mais animados por ambições de hegemonia na região - e não só (no Passa Palavra, por exemplo, poderá encontrar várias análises elucidativas sobre o regime brasileiro).
Uma coisa julgo podermos concluir: há tensões muito fortes entre as reivindicações de aprofundamento da democratização das instituições e das formas de governo a partir da base e o "desenvolvimentismo" de elites que procuram, como é óbvio, apresentar a sua causa como igualmente "popular". Nesse sentido, o título do meu post seria mais correcto e explícito se fosse, por exemplo: "A Bolívia na Encruzilhada: 'Desenvolvimentismo' lulista versus Democratização".
Saudações democráticas
msp
Na verdade a construção da estrada já foi suspensa.E no rebelion que normalmente tem opinoes simpáticas para com Morales há diversidade de posições e relação ao caso. A verdade é que houve um uso desmesurado da força - de resto já assumido por Morales - e que a obra foi suspendida pelo menos parcialmente. O El País é um pasquim, pois é. Como todos aqui do burgo, enfim é o que há.
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