Não faltam sugestões sobre o modo mais eficaz para conseguir transformar radicalmente (e realmente) as relações de Poder numa sociedade. Num ensaio intitulado Strategizing for a Living Revolution, George Lakey expõe resumidamente a sua estratégia para conseguir essa transformação. Assente na sua extensa experiência, a estratégia que sugere faz para mim todo o sentido.
"We need to go beyond what has been done plenty of times in history, to overthrow unjust governments through nonviolent struggle, and create a strategy that builds at the same time as it destroys. We need a strategy that validates alternatives, supports the experience of freedom, and expands the skills of cooperation. We need a political strategy that is at the same time a community strategy, one that says “yes” to creative innovation in the here and now and links today's creativity to the new society that lies beyond a power shift.
With the help and feedback of many activists from a number of countries I've created a strategic framework that aims to support today's activists, something like the way Otpur activists were supported by their strategy. I call it a strategy for a living revolution.
The strategy not only encourages creating new tactics and more boldness in using the best of the old, but it also helps activists sort out which tactics will be most effective. Finally, the strategy brings in the dimension of time. It suggests that some tactics that are ineffective at one moment will be just right at another. It offers an organic, developmental framework of stages over time.
Time matters. Activists from other countries have been heard to laugh at U.S. activists because we notoriously lack a sense of history. This strategy framework supports us to overcome our cultural limitation and learn to think like the historical beings that we actually are.
The strategy framework has five stages:
Cultural preparation
Organization-building
Confrontation
Mass political and economic noncooperation
Parallel institutions"
George Lakey é também o responsável por este muito interessante repositório de ensaios e manifestos radicais maioritariamente escritos nos EUA: History is a weapon.
4 comentários:
é engraçado todo o exemplo do Otpor!, mas o lakey n diz que o movimento foi financiado pelo governo americano, até hoje ng sabe exactamente em quanto.
Acabei de ler agora mesmo outro artigo interessante dele:
How Swedes and Norwegians Broke the Power of the ‘1 Percent’
(com uma visão demasiado cor-de-rosa da social-democracia nórdica, mas é interessante a abordagem histórica)
Foi através desse artigo que cheguei ao texto que serviu de base a este post. Como dizes tem uma visão "demasiado cor-de-rosa da social-democracia nórdica", apesar de a dada altura afirmar que nesses países não se vive num paraíso (sem especificar). Parece-me ser algo habitual em cidadãos dos EUA. Compreende-se, tal o contraste com o sistema existente nos EUA. Também é óbvio que esse artigo foi escrito para motivar o movimento Occupy, sendo assim compreensível a ausência de referência a (todos os) aspectos negativos na evolução histórica e realidade actual dos países nórdicos.
Ainda não li a tal estratégia do Lakey mas assim à primeira vista parece um retorno à fórmula das mudanças por etapas com vista ao momento apocalíptico futuro da transformação social. O anarquismo, grande parte dele, que é quem no fundo inspira os novos movimentos sociais, abandonou há algum tempo esta perspectiva pelos perigos que contém, em benefício de uma estratégia que inclua simultaneamente a parte construtiva e a destrutiva da revolução. Digamos que esses cinco pontos devem ser levados a cabo em simultâneo.
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