03/02/12
Adversativas, causais e finais
por
Miguel Serras Pereira
Razão tem, é claro, José Simões ao sustentar: "Tem razão Pedro Passos Coelho quando diz que 'Já estamos pobres. Alguns é que não deram conta disso'". Mas PPC ainda mais razão teria, e daria a José Simões, se dissesse: "Já estamos pobres, mas alguns enriquecem(os) com isso"; ou: "Já estamos pobres, porque alguns enriquecem(os) com isso"; ou: "Já estamos pobres, e vamos continuar a empobrecer para que alguns enriqueçam(os) com isso".
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1 comentários:
Talvez a questão da nossa pobreza devesse ser também tratada por outro ângulo: o de um país que tem sido incapaz de criar o mínimo de autonomia e sustentabilidade da sua economia. O que só foi agravado pela adesão a CEE quando os políticos do PS/PSD, com a colaboração do CDS, aceitaram todas as decisões europeias que aceleraram a decadência da índústria, agricultura e pescas neste país. Uma política também aceite por grande parte da população que viu na via dos subsídios e das grandes obras, a maioria das quais absurdas, como o caminho para o nosso acesso a uma sociedade de consumo cheia de centros comerciais e estádios de futebol...
A roubalheira geral, a corrupção e a acumulação capitalista das classes dominantes locais são pois uma das partes do problema. A adesão ao novo-riquismo consumista, pela pequena burguesia e trabalhadores, e a crença de que Portugal iria ser «rico» só porque fazia parte de um clube selecto, a União Europeia, não deixou de ser um erro crasso de grande parte da população portuguesa.Os políticos e a burguesia nacional, além dos seus sócios internacionais, só tiraram vantagens disso e são os mesmos que agora nos dizem que «vivemos acima das nossas posses» culpando-nos por uma economia desastrosa, que foi forjada por eles.
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