Anda por aí um post que — partindo o seu autor do pressuposto de que a violência e a força bruta são as figuras por excelência da razão e tanto o mais perfeito meio como o fim último de toda a acção política — apresenta a prática dos piquetes de segurança da CGTP que espancam manifestantes dos Precários Inflexíveis como uma expressão superior de unitarismo. Na caixa de comentários do mesmo post, um correligionário do autor, denuncia os espancados e as vozes que se levantaram em sua defesa como divisionistas, cavadores de fossos anti-unitários.
O mais curioso é que todo este alarido vem a propósito de um certeiro texto de Carlos Guedes, cuja importância a Joana Lopes já assinalou na rubrica "Leituras" do seu Brumas, do qual se podem - devem - reter as seguintes palavras: É histórico o desprezo com que a CGTP trata os movimentos sociais que vão surgindo e não há, infelizmente, nada de novo aqui — ou seja, nas equívocas e ventríloquas declarações de repúdio por "actos de vandalismo" que Arménio Carlos houve por bem proferir — assim fazendo, como sublinha também Carlos Guedes, a «figurinha» de parecer estar a defender a brutalidade policial e a esquecer o que os seguranças da CGTP fizeram.
Conclusões imediatas:
1. o desprezo histórico com que a CGTP trata os movimentos sociais é politicamente desprezível e, como tal, só pode ser combatido sem reservas por qualquer democrata.
2. Igualmente desprezíveis são as considerações e as concepções orgânicas — tácticas, mas não só — que a levam a não combater e denunciar a infiltração nas fileiras dos seus apoiantes de ruidosos apologistas de métodos e ideias de inspiração caracterizadamente fascista, como é o caso do reincidente autor do post que aqui comecei por referir e de alguns daqueles que, na respectiva caixa de comentários, o aplaudem.
23/03/12
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4 comentários:
Claro que o sr. C. Vidal procura " navegar " em águas turvas e fazer espectáculo do tipo estaliniano do mais abjecto e grosseiro que existe. Na Grécia também o partido comunista(KKE)e a sua central sindical(PAME)se envolveram em duros confrontos com os grupos autonomistas e anarquistas, não só na Praça Syntagma na capital como na ilha de Creta e também noutras cidades de província. As forças estalinistas tentaram ocupar " a solo " a praça Syntagma e controlaram o acesso das outras forças políticas ao local da contestação diante do Parlamento. Os anarquistas e radicais reagiram e foram objecto de duros ataques por parte dos serviços de ordem dos estalinistas. Niet
Entre o minuto 4,23 e o 5º:
http://www.youtube.com/watch?v=n8Mnt3UDGtk&feature=player_embedded
Registo, não sei se embevecido se embasbacado, que o movimento sindical parece não fazer parte dos movimentos sociais.
Uma pessoa está sempre a aprender.
Vítor Dias,
1. A sua leitura distorce o que vem está escrito no post sobre sindicalismo e movimentos sociais.
2. Eu, se fosse a si, não me embevecia, nem me limitava a embasbacar-me, mas inquietava-me seriamente com a boleia que as palavras do seu camarada Arménio Carlos dão a declarações como estas, do ministro do Administração Interna, e que o Pedro Viana cita aqui num post vizinho: ""Aquilo que aconteceu no Chiado não tem nada a ver com a manifestação da CGTP, que decorreu tranquilamente, com sentido cívico e de tranquilidade. Quero sublinhar também que em frente à Assembleia da República há imagens em que elementos da CGTP não permitiram que fosse confundida a sua manifestação com aqueles elementos que provocaram a situação no Chiado” (http://viasfacto.blogspot.pt/2012/03/aprendiz-de-salazar.html).
msp
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