A RDA69 anuncia assim a iniciativa:
De várias partes chegam rumores e notícias de que o SIS, a PJ, a PSP e demais funcionários do aparelho repressivo do Estado investigam grupos, colectivos, militantes e activistas com posições radicais descritas, alternadamente, como de «extrema-esquerda», «anti-sistema» ou «anarquistas». São apresentados como ameaças à segurança pública e à autoridade do Estado, sendo os seus actos – reais ou inventados – inseridos numa narrativa mais ampla de criminalização do protesto e do conflito social, à qual não faltam as referências aos contactos com outros grupos no estrangeiro.
A tentativa de diabolizar e reprimir preventivamente quem sai à rua e resiste à violência do Estado tem passado sobretudo pela construção de um perfil dos «manifestantes extremistas e perigosos», contrapostos aos outros «pacíficos e respeitadores da lei». Este debate parte de uma posição: é a força anónima que se forma nas ruas e a prática difusa da desobediência que assusta o poder e torna visível a sua infâmia, não esta ou aquela identidade ou agrupamento políticos. É porque tantos têm resistido que se procura isolar uns poucos para os perseguir judicialmente. Tratar-se-á aqui de discutir as causas desta estratégia repressiva e as melhores formas de a combater.
22/05/12
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7 comentários:
O SIS de olho em nós???
De que lado está o SIS? Do lado da população portuguesa ou dos banqueiros ladrões, dos políticos corruptos, dos juízes a soldo e dos comentadores venais? E, se assim for, será o SIS um braço de uma máfia?
Não deveríamos ser nós a estar de olho no SIS? Criar uma base de dados dos elementos que o compõem? O que fazem e como fazem?
Miguel,não só nenhuma forma de perseguição por razões políticas é tolerável nem nenhum propósito de restringir ou prevenir a participação política admissível como é um dever lutar contra todas as formas de discriminação por todos os meios contra a violação dos direitos humanos,qualquer ataque à vida e integridade associadas a qualquer uso de vigilância ou brutalidade - quando a repressão política é sancionada pelo Estado é sempre incompatível com o Direito.
A notícia de ontem no Correio da Manhã, dia 21 de Maio, " Radicais Violentos na Mira da PJ" é o exemplo típico de uma matéria de intoxicação acertada entre os serviços do Estado e jornalistas, se é que esses escribas merecem esse nome. No ano passado já tinha havido um caso similar.
A "notícia" de duas páginas com chamada destacada na primeira página é uma mera manobra de contra-informação contra anarquistas. Encontrar inimigos, e potenciais bodes expiatórios, é uma prioridade para os serviços do estado, em que se gastam milhões, para justificarem a sua própria existência...
Olhe, Diogo, estive vai não vai para deitar para o lixo o seu comentário. Pensando bem, deixo-o aqui como exemplo das astúcias dos negacionistas, anti-semitas, nacionalistas revolucionários, etc. etc., que tentam esconder o rabo, mas acabam sempre por deixar uma ponta de fora (aqui, a recomendação de, para combatermos o SIS, fazermos como ele). É compulsivo, não é?
Caro Miguel,
Julgo que está de acordo comigo em como existe uma máfia financeira todo-poderosa que domina todos os poderes do Estado – o executivo (que inclui o SIS), o legislativo, o judicial e ainda o (público e privado) poder mediático.
Em suma, estamos perante uma máfia financeira que tem nos bolsos os políticos, os juízes, os legisladores, as leis e a propaganda da televisão, jornais e rádios.
O que é que uma população pode fazer contra isto? Recorre aos tribunais? Recorre à polícia? Recorre à Assembleia da República? Recorre ao Governo? Recorre aos Media? Quando estão todos a soldo de uma máfia financeira?
Quando todos os mecanismos «supostamente representativos» a que podemos recorrer estão nas mãos de uma sociedade criminosa, qual é a (única) atitude razoável a tomar? Manifestações? Cartazes? Palavras de ordem? Cantigas de protesto? Que resultado tiveram até hoje?
Mas o meu amigo está enganado. Contra uma máfia que faz uma lista das suas potenciais ameaças, eu proponho (como fazem as polícias honestas) que a população faça uma listagem o mais elaborada possível de todos os bandidos que supostamente a «representam».
E Isto não é ladrão que rouba a ladrão. De um lado estão 10 milhões de gente honesta que têm de se defender de uma máfia que tem atirado este país para a miséria. Eu proponho uma violência circunscrita. Você vê uma solução mais pacifista? Uma solução dentro de regras que são ditadas pela máfia?
Diogo,
não insista, por favor. A minha paciência para sofismas e insinuações está a acabar. E deixe lá o "meu amigo", o "Caro Miguel", essas falinhas mansas mais os seus acompanhamentos "violentistas". Vá tentar arranjar chocadeira para os ovos da serpente noutro lado.
Miguel,
Algumas opiniões que demonstram estarmos sob o domínio de uma Máfia Financeira que tem nos bolsos os políticos, os juízes, os legisladores e os Media:
Fernando Madrinha - Jornal Expresso de 1/9/2007:
[...] «Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles. [...] os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais.» [...]
Chris Gupta: "A constituição de uma «Democracia Representativa» "consiste na fundação e financiamento pela elite do poder [a Grande Finança] de dois partidos políticos que surgem aos olhos do eleitorado como antagónicos, mas que, de facto, constituem um partido único. O objectivo é fornecer aos eleitores a ilusão de liberdade de escolha política e serenar possíveis sentimentos de revolta..."
De 115 ex-governantes: 84 foram para a Banca (Jornal Expresso - 2/10/2010):
Dirigentes do Bloco estudaram o percurso de 115 ex-governantes: 84 foram para a Banca ou tiveram uma ligação ao sector bancário, passando por órgãos sociais dos mais diversos bancos. Mais interessante ainda: desses 84 ex-governantes com ligação à banca, na grande maioria dos casos (56, ou seja, dois terços,) essa ligação não tinha antecedentes, e só surgiu depois da passagem pelo Governo.
Professor Universitário Paulo Morais - Correio da Manhã - 10 Janeiro 2012
As grandes sociedades de advogados adquiriram uma dimensão e um poder tal que se transformaram em autênticos ministérios-sombra. É dos seus escritórios que saem os políticos mais influentes e é no seu seio que se produz a legislação mais importante e de maior relevância económica. Estas sociedades têm estado sobre-representadas em todos os governos e parlamentos e constituem hoje o símbolo maior da mega central de negócios em que se transformou a política nacional.
Algumas destas poderosas firmas de advogados têm a incumbência de produzir a mais importante legislação nacional. São contratadas pelos diversos governos a troco de honorários milionários. Produzem diplomas que por norma padecem de três defeitos:
a) São imensas as regras, para que ninguém as perceba; b) São muitas as excepções para beneficiar amigos; c) E, finalmente, a legislação confere um ilimitado poder discricionário a quem a aplica, o que constitui fonte de toda a corrupção.
Mário Soares no Programa "Prós e Contras" [27-04-2009]:
Mário Soares: [...] «Pois bem, agora um jornal, não há! Uma pessoa não pode formar um jornal, precisa de milhares de contos para formar hoje um jornal e, então, para uma rádio ou uma televisão, muito mais. Quer dizer, toda a concentração da comunicação social foi feita e está na mão de meia dúzia de pessoas, não mais do que meia dúzia de pessoas.»
Fátima Campos Ferreira: «Grupos económicos, é?»
Mário Soares: «Grupos económicos, claro, grupos económicos. Bem, e isso é complicado, porque os jornalistas têm medo. Os jornalistas fazem o que lhes mandam, duma maneira geral. Não quer dizer que não haja muitas excepções e honrosas mas, a verdade é que fazem o que lhes mandam, porque sabem que se não fizerem aquilo que lhe mandam, por uma razão ou por outra, são despedidos, e não têm depois para onde ir.» [...]
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