Egypt's military rulers have formally dissolved the lower house of parliament and barred MPs from entering, according to a state newspaper.
Friday's move comes one day after the supreme court issued two controversial rulings, one of which declared the parliament unconstitutional.
Riot police surrounded the building, backed by the military, according to Al Ahram, and the ruling Supreme Council of the Armed Forces (SCAF) sent the People's Assembly a formal order to disband.
Politicians were not allowed to return to the parliament building.
The Muslim Brotherhood, whose Freedom and Justice Party (FJP) controls the largest bloc in parliament, has said it will not immediately accept the court's ruling.
Saad al-Katatni, the parliament speaker, plans to hold a session next week to discuss the decision.
SCAF's move raises tensions just hours before Egypt's presidential runoff is scheduled to begin. But Cairo was mostly calm on Friday, with only a few dozen protesters gathered in Tahrir Square.
(...)
The next president will take office without a clear mandate, there is no constitution spelling out the powers of the president, and without an elected legislature.
SCAF announced on Thursday that it would assume lawmaking powers after parliament's dissolution.
On Friday, the generals said they would manage the budget as well, according to Al-Ahram.
Earlier this week, the justice ministry issued a decree allowing the military to arrest civilians for a range of crimes, further empowering the military and raising comparisons with the country's recently scrapped emergency law..
"I think that in the coming days, weeks, SCAF will issue what we call a supplementary constitutional declaration by which it will try to further specify the powers of the new president," said Mazen Hassan, a legal scholar at Cairo University.
Many Egyptians have taken to calling the events of the last week a "coup."
Mohamed ElBaradei, the Nobel Prize-winning former diplomat and onetime presidential hopeful, called the situation a travesty.
"Electing a president in the absence of [a] constitution and parliament is electing an emperor with more powers than [the] deposed dictator," he said on Twitter
15/06/12
O golpe judicial/militar no Egipto (V)
por
Miguel Madeira
Al Jazeera - SCAF formally disbands Egypt parliament:
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6 comentários:
Há meses que a conjuntura política do Egipto se tornou extremamente preocupante. Ninguém percebe a valsa-hesitação da administração de Obama, por um lado, a que se juntam, por outro, os efeitos do pesadelo da corte saudita por não querer islamistas no poder no Cairo e o velado jogo de ameaças da direita israelita-agora-tão-forte-e-atrevida...De qualquer modo, o candidato da Irmandade deve ser eleito e, com a benção das três referidas " tutelas ", se conformará em redigir uma nova Constituição com o poder militar como caução e árbitro. Niet
"os efeitos do pesadelo da corte saudita por não querer islamistas no poder no Cairo"
A ideia que eu tinha era de que a Arábia Saudita e os emiratos do Golfo eram os principais financiadores da IM (claro, é possivel que a IM esteja a ser financiada por sauditas privados mas que a familia real esteja contra ela).
Meu caro: O Egipto é a encruzilhada e espelho do Médio Oriente. O facto dos islamistas se apresentarem divididos pode talvez ter causado arrepios à corte saudita... Aliàs, os grandes comentadores internacionais relativizam muito o jogo do " rato e do gato " entre a " vera " Junta militar e o IM; e o grande Baradei fala de farsa política para caracterizar o imbróglio técnico-constitucional criado pela " Junta ". Washington convida as " autoridades " eleitas( e a eleger este fim de semana) a andarem depressa...na via democrática e pluralista. Ameaçando como quem não quer a coisa com o corte da renda financeira que há anos enviam para as autoridades no poder... Salut! Niet
Sondagens apontam para a vitória do candidato da Irmandade Muçulmana,engenheiro Mohamed Morsi- que disse " amar as Forças Armadas "- por 75 por cento dos votos dos 90 milhões de eleitores. O candidato do Antigo Regime e da " Junta " militar usufrui de uns escassos 25 por cento.No entanto, existem duas contrariedades de vulto:o perigo de os militares votarem por infracção, pois a lei não o permite, e eles perfazem 2 milhões; e, acima de tudo, 40 por cento das assembleias de voto não possuem controlo adequado e detectou-se em larga escala a compra de votos- por 500 libras egipcias- dos lavradores pobres, mais de um terço dos eleitores. Niet
Um thriller político-militar de alta intensidade e perigo está a envolver o desenlace das presidenciais no Egipto. Contrastando informações,as autoridades militares de Ryade podem ter dado garantias à Junta militar do Egipto para endurecer os limites da coabitação política com a Irmandade.Correm os mais desencontrados resultados finais das presidenciais na capital, mas observadores isentos apostam na vitória de Morsi favorecido pelos votos realizados pelos dois outros candidatros islâmicos. A rocambolesca morte em Genève do todo-poderoso e legendário ministro do Interior saudita, princípe Nayef, alegadamente por AVC como reacção humoral a um fait-divers mundano causado por uma sua concubina em Paris,gera a maior perplexidade no espaço cruel da real-politik saudita, nos dois sentidos do termo.A hipótese de um Termidor militar apoiado pela direita egipcia- e acalentado por todos os meios pelo defunto ministro do Interior- pode ter sido alvo de uma cilada/provocação antecipada trabalhada pelas " secretas " de grandes potências em grande ansiedade no Cairo e em Ryade. Niet
O engenheiro Morsi acabou por ser eleito Presidente no Egipto. Representava o partido Justiça e Liberdade, de obediência islâmica moderada. Havia o candidato da Junta Militar e mais dois das franjas do islamismo radical. Entretanto, existem já umas suas polémicas declarações feitas no Sábado à noite, antes de se conhecerem os resultados,num meeting com estudantes na Universidade do Cairo, em que defende o Coräo como a verdadeira Constituição e o Jihad como forma de luta... Niet
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