A propósito de uma iniciativa de solidariedade com quatro trabalhadores perseguidos pela administração do supermercado Minipreço por terem participado na última greve geral, o glorioso sindicato CESP filiado na CGTP respondeu da seguinte forma:
Se a denúncia desta situação feita pela Gui Castro Felga faz todo o sentido, falta saber porque ainda existe gente de diferentes tendências à esquerda que pensa que é possível estabelecer qualquer tipo de aliança emancipatória com as direcções de organizações totalmente opostas a qualquer tipo de acção autónoma dos trabalhadores. Não é politicamente justificável que sectores relevantes (e aparentemente maioritários) do Bloco de Esquerda e que sectores libertários continuem a suspirar com uma aliança de esquerda com aqueles que tudo fazem para controlar e enquadrar as lutas dos trabalhadores. Certamente que existem pessoas muito estimáveis do PCP e da CGTP. Mas são quase sempre militantes de base e pessoas sem qualquer tipo de decisão sobre as orientações fundamentais das organizações a que pertencem. Mesmo na base dessas organizações são sempre excepções.
Até quando a esquerda não-leninista vai continuar na ilusão de que pode conviver alegremente com os descendentes dos cangalheiros de revoluções?
26/07/13
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5 comentários:
Caríssimo,
roubaste-me o post que tinha debaixo da língua ou, vá lá, do teclado sobre este mesmo assunto.
Abraço
msp
João,
Coloquei há pouco no Passa Palavra
http://passapalavra.info/2013/07/81639
um comentário que reproduzo aqui:
É tudo muito curioso. A Comissão Sindical, sob a chancela do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal e da CGTP, distribuiu uma Nota à Comunicação Social em que afirma «repudiar quer o boicote pedido quer as acções que outros grupos estão a marcar». Veja-se a este respeito o belo texto que João Valente Aguiar publicou no Vias de Facto:
http://viasfacto.blogspot.com.br/2013/07/as-vanguardas-esclarecidas-atacam-de.html
Ora, perante este caso declarado de traição sindical, os promotores do boicote invocam o pretexto de «idiossincrasias e contradições de uma organização sindical de massas e plural» e concluem apelando para a «necessidade de os trabalhadores mais esclarecidos se sindicalizarem».
Precipitam-se para iludir as lições da prática. Em benefício de quem? Enquanto houver uns a fazer lixo e outros atrás a varrê-lo...
João Bernardo,
ao ler o teu comentário ao post do João lembrei-me — e não, não foi só, hélas, no BE que pensei — do personagem que, num dos seus romances, Kundera descreve como “o mais brilhante aliado dos seus próprios coveiros”. É que a noção assenta (a matar, é caso de o dizer) às vozes a que te referes, e que, contra os métodos do PCP ou da CGTP, apelam à unidade e ao reforço incondicional da unidade com quem, como dizia o Cesariny, lhes dá “para baixo em cima da cabeça com um pau”.
Pura desonestidade confundir um comunicado de uma comissão sindical de empresa com um comunicado do Sindicato. Este existe e está disponível num post da Lúcia Gomes no «cinco dias».
Por acaso o comunicado que a Lúcia Gomes divulga é dos promotores do boicote e não de nenhum sindicato. Entretanto, não adianta andar a brincar às palavras. Como se na CGTP ou no PCP as organizações de base tivessem qualquer tipo de autonomia e fizessem o que lhes dá na gana...
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