O João Bernardo acaba de publicar, no Passa Palavra, o seguinte comentário sobre a iniciativa de um evento Universidade Marcus Garvey (2-4 de Agosto de 2013) da Plataforma Gueto. Aqui ficam à laia de aviso à navegação as suas observações:
A Plataforma Guetto colocou no Facebook uma chamada de atenção para uma tal Universidade Marcus Garvey, um evento que ocorre entre 2 e 4 de Agosto de 2013 (…) A Plataforma Guetto esclarece que «este evento enquadra-se dentro de um conjunto de programas de formação política organizado pela Plataforma Gueto com o objetivo de munir-nos, enriquecer-nos de conhecimento que nos emancipa». A Plataforma Guetto considera ainda Marcus Garvey como «um dos mais importantes líderes africanos de todos os tempos».
É necessário que a chamada esquerda tenha chegado a um grau muito profundo de degradação para escolher como luminária um político confessadamente fascista e racista, anti-sindicalista e anticomunista, e cujos projectos relativamente à África denotavam um acentuado neocolonialismo. Seria interessante que a Plataforma Guetto divulgasse a opinião que a National Association for the Advancement of Colored People tinha a respeito de Marcus Garvey. Aliás, faço notar que uma das obras usadas neste artigo para fazer a crítica do movimento de Garvey tem como autor o pan-africanista George Padmore.
Na época de Garvey eram necessários os fascistas para enterrarem os valores da esquerda, mas hoje a própria esquerda se encarrega de se enterrar a si mesma.
04/08/13
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3 comentários:
Outra pérola da mesma plataforma:
«Como se a maioria dos trabalhadores a quem se pretende transmitir um sentimento de segurança não fosse precisamente um dos grandes defensores deste genocídio. Como se um dos principais representantes desses trabalhadores não chamasse “escurinho” ao gajo do FMI. Como se o dinheiro dos capitalistas pretos de Angola não incomodasse mais do que o dinheiro dos capitalistas espanhóis que há muito cá esta. Os trabalhadores brancos que preferem ser explorados pelo patrão branco. Solidariedade de raça daqueles que precisam de se sentir seguros e que acreditam que somos a causa da sua insegurança. Aqueles que são mais eleitorado da direita do que da esquerda e que portanto para os captar a própria esquerda se serve de narrativas de insegurança e patriotismo.»
http://plataformagueto.wordpress.com/2013/06/27/justica-so-aquela-que-soubermos-fazer/
Pérola? Então o capital angolano é de facto o único capital opressivo e autocrático cleptocrático que alimenta o sistema bancário (real sede de poder) em Portugal? Aliás existe algum "grande capital" que não concentre estes atributos? Mas alguém tem dúvidas que os apelos patrióticos em cartazes de ditas esquerdas não piscam o olho ao nacionalismo? Isto é alguma mentira?Não se saca dinheiro em Festas do Avante em ATM do banco espírito santo? Não são incapazes as esquerdas tão defensoras dos desprovidos incapazes de levar um africano ao poder?Vê se algum lider, algum parlamentar, que seja afrodescente entre essas fileiras?Lidera?Não se apresentam os "escolhidos" da esquerda com hábitos de consumo semelhantes aos da burguesia angolana?Não serão estas esquerdas as primeiras inimigas de si próprias? Quantos governos conseguimos formar nesta sociedade à esquerda para transformar o país? Será isso outra pérola da plataforma? Será que autoproclamada esquerda não tem que olhar mais para si e para o seu insucesso em vez de procurar aniquilar mais uma organização de cidadãos que se forma para transformar a sociedade, combater impérios do capital e combater o racismo? Vamos entrar em conflito também ou formar uma plataforma maior? É sempre a mesma coisas, o egocentrismo dos supostos colectivistas por excelência.
Great!
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