Miguel, o Aurora Dourada é monstruoso, mas não me parece que tenha no imediato sucesso numa tentativa de tomada de poder na Grécia. O perigo maior em toda a Europa é que a convergência entre importantes sectores reaccionários e sectores da esquerda soberanista, que tende, à semelhança do que no passado sucedeu, a antepor o nacional ao social, ou a declarar que o nacional é a via do social, leve, primeiro, a uma unidade de acção e, depois, através de uma decomposição/recomposição do tabuleiro político, à emergência de partidos ou movimentos de tipo (neo)fascista, através da fusão do primeiro e do segundo sector referido.
No caso da Grécia, o que não me espantava que pudesse acontecer seria um regime militar à maneira daqueles que costumava haver nos países árabes (Egito de Nasser, Síria e Iraque baathistas) - discurso anti-imperialista, aliança com Moscovo, nacionalistas e socialistas à mistura, e marxistas a dar apoio "crítico" ao regime até ao dia em que acordam todos a serem presos.
Ora, disse a Morsa ao Carpinteiro vamos ter muito que falar: de botas, e lacre, e veleiros, de reis, e couves da casa, de saber porque ferve o mar, ou se há porcos com asas.
Lewis Carroll
Alice do outro lado do espelho, cap. IV
3 comentários:
Miguel, o Aurora Dourada é monstruoso, mas não me parece que tenha no imediato sucesso numa tentativa de tomada de poder na Grécia. O perigo maior em toda a Europa é que a convergência entre importantes sectores reaccionários e sectores da esquerda soberanista, que tende, à semelhança do que no passado sucedeu, a antepor o nacional ao social, ou a declarar que o nacional é a via do social, leve, primeiro, a uma unidade de acção e, depois, através de uma decomposição/recomposição do tabuleiro político, à emergência de partidos ou movimentos de tipo (neo)fascista, através da fusão do primeiro e do segundo sector referido.
Abraço
miguel(sp)
No caso da Grécia, o que não me espantava que pudesse acontecer seria um regime militar à maneira daqueles que costumava haver nos países árabes (Egito de Nasser, Síria e Iraque baathistas) - discurso anti-imperialista, aliança com Moscovo, nacionalistas e socialistas à mistura, e marxistas a dar apoio "crítico" ao regime até ao dia em que acordam todos a serem presos.
Miguel,
em caso de ruptura com a UE, a dinâmica que apontas é, com efeito, extremamente verosímil.
Abraço
miguel(sp)
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