A "recuperação" da maioria do capital da TAP - e da sua gestão, recorde-se - não foi uma trapalhada pequena. Apesar do aplauso veemente do realizador António-Pedro de Vasconcelos, e das explicações atabalhoadas do nóvel ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, quase ninguém acha que o Governo tenha feito aquilo com que se comprometera. Antes pelo contrário. Percebemos todos que o Governo recebeu uns pretensos 50% da empresa a troco de menos de 2 milhões de euros, contra duas condições: Não fica a mandar nada na empresa e, quando ela lucrar recebe menos de vinte por cento dos dividendos; autorizou os compradores a arranjar dinheiro onde ele ainda abunda: na China. Ficámos todos a saber - os que ainda duvidavam .- que Passos e Portas venderam a TAP - quando já não tinham legitimidade política para o fazer - a dois empresários que não tinham dinheiro para revitalizar a empresa. Dinheiro que agora aparece por força destes investidores chineses, que entraram, dissimuladamente, à boleia da "intransigência" do Governo na devolução da TAP ao País.
Compreende-se por isso que Passos e Portas estejam horrorizados. Negócios com os comunistas chineses, nunca, afirmam em uníssono. Negócios com quem espezinha os direitos humanos, "jamais". Portas nunca se esquece de Tiananmen, e de rezar, quinzenalmente, pelas vitimas da barbárie comunista. Vai mesmo fazer uma campanha internacional para denunciar a submissão de Portugal ao capital-comunista chinês. Financiada pela EDP, pela REN, pela Fidelidade e pela Espirito Santo Saúde. Vai convidar Catroga para ser o "curador" da campanha.
15/02/16
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3 comentários:
Foi noticiado, pelo menos eu li e reli há poucos dias, que a entrada dos chineses aconteceu ainda no tempo do governo anterior.
Com isto não quero de modo algum retirar ênfase à situação denunciada, designadamente com a frase, que subscrevo inteiramente: "A "recuperação" da maioria do capital da TAP - e da sua gestão, recorde-se - não foi uma trapalhada pequena."
A politica tradicional entrou em agonia, desde que o Syriza se acomodou no último Verão sob a ameaça de um diktat de Schaüble, o todo poderoso ministro das Finanças de Ângela Merkel. Este é um dos leitmotiv mais fortes de um texto subscrito por Eric Hazan, fundador das Éditions La Fabrique, e Julien Coupat no matutino pariseense Libération de ontem. Trata-se de um texto luminoso e preclaro contra as terriveis ilusões do " circo eleitoral " que se insinuam na actualidade não só na classe politica francesa como sobretudo na europeia à esquerda do PS(`s)...Os autores, a que já se juntou o filósofo Jean-Luc Nancy, citam Kafka com desassombro: " Um mundo de mentiras não pode ser destruido pela verdade, somente por um mundo de verdade, melhor, por um mundo de verdades ".Niet
Existiu confusão nas datas sobre os textos contra a politica tradicional,publicados pelo matutino Libération., que anunciei. O artigo de Hazan e Coupat saiu a 24 de Janeiro pp. E a resposta do J-L.Nancy é do dia 11 do corrente mês.A situação politica portuguesa não é comparável à francesa,mas tem inúmeros pontos de contacto. Assim como as alternativas ao governo do PP espanhol que se perfilam em Espanha agora, podem vir a assegurar o modelo de coabitação dos socialistas com o Podemos. A situação económica e politica italiana é também muito complicada, e ninguém se arrisca a vaticinar o que quer que seja. Claro, os Média portugueses tentam ignorar todas estas questões, seja a que nivel for.O que se sabe, no entanto, é que a "solução" Costa de acordo parlamentar com o PCP, o Bloco e os Verdes foi muito bem recebida em Itália pelo governo Renzi, que tem secundado as pretensões portuguesas face às " correcções " alvitradas pelo Eurogrupo. Niet
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