Retomando o ponto de partida deste texto, o elemento determinante para 
esta configuração reside no posicionamento face à divisão fundamental 
que percorre a formação social portuguesa. Uma postura que reivindique a
 herança de todos os movimentos de luta contra a secular ordem de 
exploração e violência que caracterizou o desenvolvimento capitalista 
nesta parte do mundo implica assumir uma posição minoritária e partir 
daí para transformar as relações sociais, a política e o mundo, à luz de
 uma cultura emancipatória igualitária e de um entendimento radical do 
significado da palavra “democracia”. Não se trata de glorificar uma 
identidade minoritária e muito menos de diabolizar uma reflexão 
estratégica empenhada em conseguir, em cada momento, a mais ampla base 
social de apoio para um determinado combate. Simplesmente, certos 
combates são pura e simplesmente impossíveis, ou estão persistentemente 
condenados à derrota, se não forem acompanhados de uma disputa no 
domínio das ideias, capaz de alimentar horizontes mais amplos do que 
aqueles que a actual configuração do espaço público e do debate político
 autorizam. A luta pela hegemonia, se norteada apenas pela preocupação 
de não descolar daquilo que é maioritário em cada momento, fica 
inevitavelmente reduzida ao que é autorizado pelo senso comum, 
conferindo a derradeira palavra a quem dispõe de mais instrumentos para o
 moldar.
01/07/14
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1 comentários:
Toda essa treta para quê ?
Com o cão gordo Soares acha que é desejável alguma coisa?
Estamos a definhar.
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