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29/07/11

Espião que espia espião tem cem anos de perdão?

Não tenho seguido com muita atenção o assunto. Parece que mete aventais, russos e negócios em África, tudo coisas respeitáveis e recomendáveis, portanto.
Resumindo o que corre para aí: diz-se que um super-espião português passou informação confidencial a uma empresa para a qual seria depois contratado como assessor.
Garante o agora ex-super-espião português que passou toda essa informação nos limites da legalidade. Será, eu cá não faço ideia nenhuma.
Não deixa, contudo, de ser bizarro que a mesma empresa para a qual passou as informações confidenciais nos limites da legalidade o tenha depois contratado como assessor.

O João Lisboa resumiu há uns dias o assunto com analítica clarividência
1) "Expresso" acusa super-espião de "passar" informação confidencial à empresa para onde, de seguida, iria trabalhar;
2) Super-espião nega tudo;
3) Super-espião pondera apresentar uma queixa-crime contra o "Expresso" por eventual existência de situações de violação de correspondência privada;
4) Logo, se a notícia do "Expresso" foi obtida através de violação da correspondência privada, a notícia... é verdadeira.

Entretanto, o advogado do ex-super-espião já avançou com uma queixa-crime contra desconhecidos por violação da conta pessoal de e-mail do seu cliente.
Dois comentários
1. Não vejo que haja necessariamente violação. Se um super-espião me enviasse informação confidencial dentro dos limites da legalidade e eu por qualquer motivo o quisesse lixar, fazia constar a informação que obtivera entretanto dentro dos limites da legalidade e pronto. Acho que não é preciso ter lido o John le Carré para perceber isto.
2. O ex-super-espião português tem mesmo cara e tamanho de ex-super-espião.
Imaginá-lo de avental a jurar fidelidade aos irmãos não me tranquiliza nada, antes pelo contrário.

09/03/11

Hibernemos, irmãos, hibernemos

O humor português, tirando o dos alentejanos, não será dos melhores do mundo mas que Portugal é uma anedota... ninguém disso duvide.
Este ano já tivemos umas doidas a lançar as cinzas de um morto para dentro de um respiradouro de Metro, depois tivemos o "povo de esquerda" a votar militantemente no Festival da Canção, agora temos o povo, presumo que de direita, a tentar impedir que o grupo vencedor vá à Eurovisão.
E ainda só vamos em Março...

14/02/11

Basicamente acho que é isto: quem lhe comeu a carne que nos roa os ossos

Os egípcios encheram a Praça Tahrir até Mubarak partir para as termas. Os italianos, num processo de imitação a que Berlusconi chamou «subversivo», saíram para a rua este fim-de-semana. Em Portugal discutem-se “moções de censura”.
O BE avançou com uma, em nome, diz o partido de Louçã, da “violação de contrato, perda de palavra, da quebra de confiança” (tudo coisas um bocado antigas, digo eu, mas sem com isto pretender comparar-me com o QI da malta citada no post abaixo).
O Portas, eterno líder do CDS, emergiu logo para dizer que a moção de censura do BE pode ser um favor a Sócrates.
No PSD, enquanto Passos Coelho cavaquisticamente “não comenta”, alguns militantes do Partido, como, por exemplo, Marques Mendes, afirmam mais ou menos o mesmo do que Portas: a moção de censura é um frete monumental ao primeiro-ministro.
O PCP, como habitualmente, reflecte em segredo numa moção de censura que seja minha, minha e só minha.
Quanto ao próprio Sócrates, eterno líder do PS, diz que a moção de censura do BE só serve os interesses da direita, transmitindo mensagens erradas aos mercados (os mercados tornaram-se assim numa espécie de papão omnipresente e omnipotente, pior do que "o homem do saco" da minha infância ….).
Nenhuma novidade, portanto, no reino da fantochada. Ou apenas uma: depois do Simplex, dos painéis solares diurnos e nocturnos, dos moinhos de vento e do Magalhães, parece que finalmente vamos ser salvos pelos carros eléctricos e os árabes que metam o petróleo naquele sítio
A acreditar no Teixeira dos Santos — e como não acreditar? — é o delírio!