10/01/11

Dúvida cívica e recomendação patriótica

Confesso a perplexidade que experimento perante o facto de nenhum de entre a meia-dúzia de candidatos presidenciais, todos tão apostados no interesse nacional, se ter lembrado de propor aos outros a suspensão da campanha eleitoral, em cujo decurso poderão surgir questões incómodas, acusações mútuas, evocações de episódios e temas de debate susceptíveis de sugerir, senão suscitar, instabilidade política e também, por conseguinte, de enervar os mercados de cujos humores o país - para já não falarmos na UE e no mundo - visivelmente depende. Não seria um dever patriótico, com efeito, a suspensão da campanha - seguida pela nomeação, por consenso entre os candidatos, de um deles para a Presidência da República, dispensando a intervenção dos eleitores e evitando distraí-los da prioridade, estabilizadora e logo cívica, do combate ao défice?

2 comentários:

joão viegas disse...

Bem visto,

Aviso à navegação : governar com os olhos postos no olhar ameaçador do "exterior", seja por causa do perigo vermelho, seja por causa do cancro fascista, seja por causa da ditadura "dos mercados", é sempre a porta aberta para o descalabro.

Sempre foi.

Um pais governa-se de dentro e para dentro, como um lar. Senão, deixa de ser um pais, ou um lar, e os seus membros passam a ter interesse em ir empregar-se como domésticos noutros sitios.

Pelo menos é o que penso, eu que sou provavelmente mais "internacionalista" do que a quasi-totalidade dos leitores deste blogue...

Justiniano disse...

Bem visto, caro MSP!!