Manuel Maria Carrilho, no DN:
Olhando agora para o desperdício de tempo e de oportunidades dos últimos anos, o Tratado de Lisboa aparece como uma boa ilustração dos equívocos em que se tem vivido. Vale a pena reler a abundância de declarações então feitas sobre o seu extraordinário significado, e compará-las com as suas insignificantes consequências. Vale a pena rever as caríssimas encenações que então se multiplicaram para glorificar um acordo que repetidamente se apresentava como "histórico" para o futuro da Europa, e confrontar toda essa tagarelice com os impasses em dominó que, justamente desde então, têm bloqueado a União Europeia.
E isto aconteceu muito simplesmente porque o Tratado de Lisboa passou completamente ao lado do grande problema da Europa, que era e continua a ser o do enorme desajuste entre as suas instituições e aquilo que hoje se exige de uma economia integrada. A tarefa era certamente muito difícil, mas era essa a tarefa que era decisivo assumir. Ignorá-la, como o Tratado de Lisboa acabou por fazer, só podia ter estas consequências.
(publicado também aqui)
13/01/11
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2 comentários:
que era e continua a ser o do enorme
aparelho burocrático que sustenta, mas quase sem nenhuma funcionalidade
um exército de funcionários e um
desajuste entre as instituições
e os povos que pretende representar
o problema é que poucos ou quase ninguém se revê nesses funcionários e nas instituições
parecem ser um mal desnecessário
logo exigir integração e um funcionamento quando ingleses alemães e franceses nunca viram
durante muito tempo interesse numa união monetária
e os dois últimos só a concretizaram nos últimos 8 anos
é querer demais
Foi com extrema dificuldade que MM Carrilho se dignou realçar a " nobreza " de Manuel Alegre, no decorrer dos seus comentários na TVI...Fica-se sem saber se é apoiante de M. Alegre, ou não? Parece que ele, MMC, tinha planificada uma candidatura presidencial...A classe política alemã quer acabar com as regalias/mordomias/alcavalas dos eurodeputados. Vai ser lindo de ver... os "retornados" de Bruxelas! Niet
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