Passos Coelho e Maria Luísa Albuquerque andaram uns meses a fingir, mas já não aguentavam mais. Tinham que apoiar as medidas de apoio às sanções a Portugal, embora essas punissem o seu último ano de Governo. Deve ter dado um trabalhão articular a hipocrisia. Passos, hoje no DN, revela ao mundo a descoberta que trasnforma um erro cometido por nós, num dado momento, em responsabilidade de quem no futuro estiver a sofrer as consequências do que nós fazemos agora. Talvez se possa chamar a isto responsabilidades futuras -desde que não assumidas por eles, claro - pelos erros que cometemos agora mesmo. Uma forma de defender a nossa ininputabilidade e a eterna responsabilidade dos outros.
Maria Luísa Albuquerque deixou-nos três bancos de pantanas - o BES, a Caixa e o Banif - e não hesita em afirmar que com ela nada disto aconteceria. Julgo que terá alguma razão, na tresloucada afirmação. Com ela os talibans de Bruxelas estariam seguros que a implosão da economia portuguesa estava muito bem entregue. Ninguém se lhe comparava, como concluiria sem esforço o próprio Vitór Gaspar.
Bruxelas não aguenta que um Governo - apoiado pelas esquerdas - se atreva a mostrar que há uma alternativa ao caminho por si imposto. Não olha a meios para atingir os seus fins. Mobiliza a quinta coluna interna para os seus sinistros objectivos.
Claro que clamar contra Passos, Maria Luís, e outros que tais, nada resolve. Sejam eles ou outros, a direita apostará sempre nesta UE, que é hoje a negação do projecto europeu inicial. Importa criar uma corrente politica que junte todos os que são contra a austeridade e que imponha novas regras de funcionamento democrático na União Europeia. O que não faz sentido é os partidos que são capazes de se unir à esquerda para formarem governo, sejam incapazes de criar uma plataforma mínima comum para implodirem os directórios há décadas dominados pela direita neoliberal e neoconservadora. Aí, Costa não o pode ignorar, os partidos socialistas têm muitas responsabilidades. A pergunta que se irá colocar dentro de algumas semanas é a de saber se se irão vergar às sanções e baixar a pata da austeridade sobre a população portuguesa, ou se vão fazer soar a sua voz e bater o pé ao ditador alemão e aos seus capangas internos e externos?
04/07/16
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2 comentários:
Cuidado com o exita.
Obrigado pela chamada de atenção
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