10/02/19

A crise venezuelana e o ditador Maduro.

Sinceramente não percebo qual é a relação entre a necessidade de denunciar as consequências da luta pela hegemonia mundial que as diferentes potências travam e a obrigatoriedade de defender  Maduro, o ditador que desgoverna a Venezuela como se se tratasse de coisa sua.
Maduro é um  ditador. Não é um governante progressista ou socialista ou seja lá qual for o adjectivo que possamos escolher. É um ditador sangrento, que não treme perante o sofrimento que inflige aos seu povo, em particular aos mais desfavorecidos.
Há sempre uma espécie de superioridade moral e intelectual de uma certa burguesia, solidamente ancorada na universidade capitalista, para usar uma terminologia que lhes é cara -  de que Boaventura Sousa Santos é o mais afamado exemplo - que nos vem explicar que tudo aquilo que se está a passar nada tem a ver com a defesa da democracia na Venezuela mas, apenas e só, com uma corrida pelo controlo do petróleo venezuelano. 
O que se passa na Venezuela, não tem nada que saber, é fruto da acção do imperialismo americano. A relativização da ditadura de Maduro é assim compensada pela mais importante denuncia do imperialismo americano. É tudo uma questão de escala e de se recorrer a uma visão global que não estará ao alcance de todos.

O Socialismo XXI jaz e arrefece esmagado pela pulsão ditatorial do regime liderado por Maduro. A correção das desigualdades, a grande bandeira que vinha dos tempos de Chavez, a fazer-se, é pela expansão da pobreza: estão todos a ficar cada vez mais pobres.

Como é possível defender um governante como este? Como é possível valorizar a acção das forças armadas enquanto suporte deste regime despótico? Apenas e só porque estamos perante uma agressão dos americanos no contexto da guerra mundial pela dominação dos recursos naturais que travam EUA, Rússia e China?
Quem atirou a Venezuela para as mãos do império americano, do execrável Trump e dos seus aliados locais? E se for para as mãos do império chinês, o que ganharão os milhões de venezuelanos sufocados pela pobreza extrema com isso?

2 comentários:

Anónimo disse...


O Guinote é um gato escondido com o rabo de fora. Para ele o quanto pior melhor, ou seja, é-lhe indiferente o domínio genocida do império. Que o digam os povos da Líbia, do Iraque, dA Coreia, da Síria, do Yemen, do Afeganistão, do, do, do, do…

João Pedro

José Guinote disse...

Já o João Pedro, para nosso conforto e possível salvação de todos os povos do..do..do..., é um artista enormemente dotado na arte de interpretar textos alheios e de os "torcer" até poder tirar deles tudo aquilo que a sua militância contra o "domínio genocida do império" exige. Boa sorte nessa grandiosa tarefa ao João Pedro.