05/02/13

"Excerto de uma mensagem que não enviei " (João Bernardo em torno de Victor Serge)


Belíssimo, a "desescrita" do João Bernardo em torno de Victor Serge, que nos trouxe hoje o Passa Palavra. E pode ser que me engane, mas creio que a Maria Velho da Costa, a cujo inesquecível título aqui peço arrimo, não me desmentiria. Quanto ao que o João Bernardo diz, de passagem, de Gide e da sua moral, não sendo pouco, ou por isso mesmo, não posso impedi-lo de suscitar em mim uma expectativa impaciente de o poder ler um pouco mais sobre o assunto. Ainda há meses, falei a um amigo, assessor de uma editora com pergaminhos, tentando mobilizá-lo para a tentativa de convencer os responsáveis da casa que assessora a publicarem Les faux-monnayeurs, Si le grain ne meurt e os dois regressos da URSS. O meu amigo talvez não goste menos de Gide do que o João Bernardo, mas pensa que só dificilmente alguma editora da região se meterá nisso, pelo menos nos tempos mais próximos.

Mas o que por ora me importa, sobretudo, é assinalar o acontecimento digno de memória e regozijo que seria o João Bernardo, reunindo, por exemplo, o texto de hoje, outro sobre o Gide, o “Ponto Final”, o “Epílogo e Prefácio…”, e acrescentando-lhe talvez uma ou outra coisa mais na mesma veia, desfizesse ou “desescrevesse”, ainda que num só pequeno volume, uma parte da biblioteca do que parece ter decidido não compor.

1 comentários:

Anónimo disse...

Tornei-me um " sergista" também, se isso quer representar alguma coisa... Para mim, é de um reconforto ético, estéctico e moral superlativo: e as magnificas editions Agone de Marseille estão a republicar aos poucos a obra completa numa versão rigorosa e cheia de paixão. E sobre Cronstad, por exemplo, há uma passagem nos seus " Cadernos "onde ele, V. Serge, aflora a tese de que Zinoviev mentiu. Andei em consulta na electrónica bibliografia do Instituto de História Social de Amesterdão, mas ainda não consegui apurar a " coisa ". Falta-me contrastar as provas de honra de Emma Goldman e do seu companheiro sobre o detalhe fabuloso revelado pelo V. Serge. Niet