21/04/16

Ainda sobre Breivik : uma reflexão incontornável do nosso assíduo comentador Libertário

Já publiquei o texto que se segue na caixa de comentários do post que ontem aqui deixei. Mas faço questão de o tornar mais visível, retomando-o aqui, à falta de poder dar-lhe maior destaque.

O encenador e ex-dirigente maoista Helder Costa publicou na Internet um comentário:

"Sabemos que a peste nazi-fascista está a alastrar por toda a parte.
Mas a cereja no bolo foi a decisão de um tribunal Norueguês dando razão às queixas de "Tratamento desumano" de que seria alvo o assassino Breivik - 87 mortos , entre eles 79 jovens que estavam num acampamento - cumprindo pena de 21 anos. Desumano porque estava em isolamento em terriveis condições - cela com 3 compartimentos, TV, jornais, livros, alimentação, etc...
E agora o governo Norueguês tem de lhe pagar uma indemnização choruda!
Felizmente que esse Breivik é um nazi coerente. (…)"


Este comentário apoiado por diversas pessoas diz tudo sobre o pensmento desta esquerda. Nas prisões não deveria haver direitos gerais que se aplicam também a fascistas, assassinos ou violadores…Nas prisões as leis seriam aquelas que o partido, ou o burocrata de serviço, decidissem. Estas conquistas históricas de direitos dos cidadãos esperavamos ver questionadas por fascistoides e reacionários, mas são igualmente criticados pela esquerda autoritária, principalmente pelos orfãos de Estaline. Porque será?


2 comentários:

joão viegas disse...

Muito bem. Não li a decisão, mas o proprio facto que ela seja possivel e, mesmo, banal, mostra a superioridade do Estado de Direito sobre todos os Breiviks deste mundo. Não se trata de dizer que a salvação vem do Estado de Direito, nem que este seja a panaceia, que não é. Mas saibamos ao menos valorizar o que ele nos traz que, não sendo tudo, também não é pouco. Todos os dias, as causas progressistas avançam graças a direitos conquistados em juizo por "filhos da puta" que têm nome Maurice Papon, Jean-Marie Le Pen e quejandos. Ainda bem que assim é e não vejo melhor garantia de que os delirios em nome dos quais esses "filhos da puta" foram parar à frente dos tribunais não podem levar a melhor...

Convém lembrar isto hoje, dia 25 de Abril, quando se ouvem vozes que, legitimamente, se interrogam sobre o cumprimentos das promessas de Abril. São legitimas as duvidas, as frustrações, as exigências. Mas cabe também lembrar que o 25 de Abril foi sobretudo o momento em que decidimos que a expressão dessas duvidas, frustrações e exigências seria democratica. Alguém quer voltar para tras ? Eu, não. Aprofundar, não é voltar para tras. Antes exige que saibamos reconhecer a solidez dos patamares em que nos apoiamos, quando queremos ir mais a fundo (ou quando queremos ir mais alto, tanto faz).

Olha, vou ver se encontro tempo para escrever um post sobre as relações complexas que a esquerda tem com o "melhorismo".

Até là, um forte e vintecincodeabrilesco abraço !

Miguel Serras Pereira disse...

Venha o psot, caro João. E daqui vai, até lá, um robusto abraço

miguel(sp)