A tomada de posição da provedoria de Justiça deve ser apludida a mãos ambas. A Emel é uma empresa que gere a concessão do estacionamento público na cidade de Lisboa. Empresa que tem a simpática tarefa de gerir uma oferta de 200 mil lugares para uma procura de 600 mil automobilistas. A principal razão pela qual a Emel é conhecida - e odiada - pelos moradores e visitantes da cidade, é o carácter repressivo da sua intervenção, e os valores astronómicos que as coimas aplicadas representam. Num país em que tanta gente ganha o ordenado mínimo como é que ter uma viatura bloqueada pode representar mais de cem euros de custos não previstos?
Hoje em dia na paisagem urbana há uma nova figura que se destaca: a viatura bloqueada e a viatura a ser rebocada para um qualquer depósito de viaturas.
Percebe-se agora que se trata de uma azáfama que é bastante rentável para os próprios, e daí que cause espanto que o Governo e a própria autarquia de Lisboa - com a sua maioria de esquerda - não decida colocar um ponto final neste saque.
Da mesma forma que causa espanto que não seja revista a concessão, de forma a colocar um ponto final em todas as formas de abuso e de excesso, que o provedor de Justiça refere, e que o comum dos cidadãos já sofreu na pele.
Com um tão grande défice entre a oferta de estacionamento e a procura -fruto de décadas de más políticas públicas de habitação e de mobilidade - apostar todos os trunfos na repressão é uma forma severa de castigar os que já tinham sido vitimas dos erros políticos e das omissões políticas de décadas, no que à habitação e mobilidade se refere.
15/01/18
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1 comentários:
Da última vez que me desloquei a Lisboa, cravaram-me 60,00€ por ter parado a viatura diante de um café, onde havia outros carros em segunda fila, enquanto fui buscar a bagagem ao apartamento. Nada fazia supor que estivessem emboscados. Ainda reclamei, porque é um abuso. Haja vergonha e moralidade. Essa malta dos milhões sem trabalho não faz ideia do que significam 60,00 para quem trabalha.
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