10/04/20

Os Coveiros da União Europeia: mais austeridade (Actualizado)

A aprovação de uma pacote de auxilio às economias dos países da Zona Euro foi saudada pelo Presidente do Eurogrupo como uma resposta adequada para esta época e algo impensável há algumas semanas.

Ninguém parece entender o significado das palavras de Mário Centeno, talvez com excepção dos eternos defensores da austeridade e do ministro das Finanças holandês ou do reaparecido senhor Schaubble.

Portugal, e os países que ainda se encontram sob os efeitos da última crise, pouco ou nenhum apoio recebem, cerca de 2% do PIB, uns irrisórios 4,2 mil milhões de euros devidamente embrulhados em medidas austeritárias.  Este compromisso histórico, na peculiar interpretação de Centeno, não irá permitir a Portugal "comprar" mais do que um mês tal o impacto que a pandemia está a ter na nossa economia.

António Costa aproveitou uma visita ao programa de Manuel Luís Goucha para explicar ao povo que é preciso "evitar a todo o custo que a austeridade entre na vida dos portugueses".  O Manuel Luís Goucha, que não é um expert em austeridade e outras pandemias, não se lembrou de perguntar ao primeiro-ministro de que portugueses estava ele a falar. Antonio Costa recebeu já o apoio solidário de Rui Rio que se disponibilizou para apoiar as medidas austeritárias necessárias nos próximos orçamentos. Um conforto.

Para não perder o seu protagonismo o Presidente da República veio anunciar que já tinha formado a convicção de que o estado de emergência deve ser prolongado.

Um cansaço.

Actualização: A entrevista de António Costa à Lusa parece pretender comprometer o BE e o PCP com as dificuldades que aí vêm. Dificuldades que António Costa sabe que têm um nome bem conhecido da maioria dos portugueses: austeridade.  A referência a um tempo de "vacas gordas" por oposição a um tempo futuro de "vacas magras", é um mau momento de António Costa. O que quererá o primeiro ministro dizer com tempo das vacas gordas?
Será que para ele isso significa o tempo em que os portugueses perderam rendimento, perderam as casas que estavam a pagar há muitos anos, perderam o emprego, perderam a possibilidade de assegurarem aos seus filhos uma melhor qualidade de vida, ficaram com serviços de saúde cada vez piores e cada vez mais inacessíveis, ficaram com um cada vez mais difícil acesso à educação superior e sem acesso a uma habitação adequada ao seu nível de rendimento?

Para completar aquilo que acima escrevi recomendo a leitura deste artigo de opinião.

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