04/04/20

Solidariedade Nacional para com todos os desempregados

Roubo o título e a ideia a Paulo Pedroso, que a defende num artigo publicado no DN.

Faço apenas uma ressalva: esta medida não pode excluir todos aqueles que ficam sistematicamente  fora do sistema de protecção social porque são sócios-gerentes de pequenas empresas que se viram obrigadas a fechar, como aconteceu depois da crise de 2008-2010. Refiro-me aos "famigerados" MOE (membros dos órgãos estatutários].

Esta gente - muitas dezenas de milhares - descontaram durante décadas - pagando a parte do trabalhador e a parte da empresa, sobre os seus salários - e, apesar da propaganda feita pelo Governo do PP/PSD, apenas menos de 1% conseguiram ter acesso ao subsídio de desemprego, tão irrealista e impossível de conseguir eram as condições exigidas.

Com a nova crise muitos milhares irão passar - estão já a passar - pelo mesmo trauma. Talvez porque estamos a falar de "empedernidos capitalistas" ninguém dedica uma palavra a estas pessoas. É o que faz termos um parlamento em que a maioria dos deputados nunca criou uma empresa - muitos nunca trabalharam para qualquer empresa, tendo dedicado, com assinalável sucesso, a vida ao partido -  e muitos deles, apesar do conhecimento que gostam de exibir sobre as características do tecido empresarial português, sobre a importância das PME´s e das Micro-empresas, na verdade acham que essas empresas foram criadas por geração espontânea e que os seus sócios-gerentes nunca existiram.

A maioria dos deputados até deve achar graça aos MOE, já que na sua história de vida todos eles devem ter aprendido desde muito cedo - nas escolas de formação de quadros -  que criar uma PME é mesmo um disparate sem sentido, uma manifestação de uma total falta de senso. Algo que uma pessoa com algumas aspirações na vida nunca faria, nem recomendaria aos seus filhos.

Não estou a falar  daquelas magníficas PME´s ou micro-.empresas que são criadas para o ajuste directo que chega logo a seguir. As que depois de "esgotado" o ajuste directo, encerram imediatamente a actividade e serão substituídas por outras para novos "ajustes directos". Aquelas que nunca tiveram trabalhadores permanentes, nem esse tipo de trapalhadas. Referia-me às outras aquelas que não "circulam" neste tipo de "economia".




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