02/07/18

Eleições Presidenciais no México: a inédita vitória da esquerda.

López Obrador venceu as eleições presidenciais no México. O seu programa político, acusado de populista, coloca o acento tónico no combate às desigualdades. O combate à corrupção é identificado como a principal prioridade para o novo Presidente. A correlação entre corrupção e desigualdade é uma evidência, com base cientifica, que parte da esquerda recusa.
Combater a corrupção e a criminalidade é uma tarefa hercúlea numa sociedade marcada pela corrupção e pela violência extremas. Durante a camapnha eleitoral foram assassinadas mais de uma centena de pessoas e meia centena de candidatos.
A eleição de Obrador tem um significado político muito relevante não apenas para a América Latina. Trata-se de uma explicação que pode ser aplicada aos países europeus, como Portugal, que foram submetidos aos programas austeritários, impostos pela Comissão Europeia, designados por Programas de Resgate. Os Governos da direita política que lideraram o país desde os anos oitenta impuseram uma aproximação às teses neoliberais com uma promessa de um crescimento suficiente para permitir erradicar a pobreza a médio prazo. A velha e relha teoria económica do trickle-down. Os mexicanos cansaram-se de esperar e de ver negadas todas as promessas que lhes fizeram. Ainda bem que optaram por tentar encontrar uma solução política para a vida desgraçada a que têm sido sujeitos na esquerda política.

1 comentários:

Niet disse...

O México conseguiu " moderar " a agressividade traumaturga do PR americano? López Obrador venceu uma direita desunida mas muito perigosa, com o institucional PRI cada vez mais à direita e dos três candidatos neoliberais um, Rcard Anaya, conseguiu o feito de federar um Movimento Social de esquerda na sua proposta impossivel de colaboracäo de classes. Nenhum dos candidatos neoliberais aceitou ou reclamou o apoioo do PRI. López Obrador, antigo presidente da capital Cidade do México, usou os lances de pactos interpartidários à Lula e a táctica de Sanders, aliando-se a um partido evangelista de extrema-direita, Encontro Social.