29/12/12

Afinal há lados opostos que se tocam... Ou de como a esquerda nacionalista anda a subscrever as teses de matriz fascista sobre o capital financeiro

Uma explicação introdutória: No post anterior coloquei uma transcrição de alguém que condena a "parasitagem" do capital financeiro sobre a produção. Em suma, a banca alimentar-se-ia da depredação da produção. Produção essa que seria benévola e inocente à qual a banca se encarregaria de parasitar e de açambarcar como se as relações económicas fossem uma projecção do furto... Sendo essa uma tese altamente difundida à esquerda, coloquei provocatoriamente a transcrição de alguém que, vindo da direita mais extrema, partilhou e difundiu exactamente as mesmas posições sobre o mesmo assunto. Inusitado o facto de a esquerda que se diz patriótica e nacional se dedicar a replicar mecanicamente as mesmas teses e as mesmas palermices do passado. Que essa partilha de teses seja assumida como natural e que, ao mesmo tempo, se esqueça a sua origem no espectro político mais fascista, isso só demonstra a gravidade do actual momento histórico. Deixo os meus caros leitores com a transcrição integral e com as referências.

Versão integral

«Actualmente a ciência da bolsa e das finanças tornou-se um jogo com valores fictícios, um mágico ilusionismo de números, com que certos meios provocam uma distorção sistemática na passagem da produção para a comercialização. Os donos da bolsa recorrem hoje à hipnose de massas, adulterando as notícias, para gerar reacções de pânico. Excitam deliberadamente todos os impulsos patológicos, e a vida económica, que era uma actividade saudável de trocas, deu lugar a uma arbitrariedade e uma decomposição generalizadas. Esta ciência financeira nem sequer é internacional; é simplesmente judaica. As perturbações económicas sofridas por todos os povos nórdicos resultam das tentativas de subordinar o seu modo de vida a estas manipulações levantinas contranatura, baseadas em instintos meramente parasitários. Se acabar por ter êxito, este processo há-de destruir completamente todas as nossas condições naturais de vida».
Referências
Alfred Rosenberg (1986) Le Mythe du XXe Siècle. Bilan des Combats Culturels et Spirituels de Notre Temps, Paris: Avalon.
Alfred Rosenberg [s. d.] The Myth of the Twentieth Century. An Evaluation of the Spiritual-Intellectual Confrontations of Our Age (http://aryanism.net/downloads/books/alfred-rosenberg/myth-of-the-twentieth-century.pdf )
A passagem citada encontra-se na pág. 113 da versão em francês e na pág. 29 da versão em inglês.

14 comentários:

Anónimo disse...

Palermce é achar que isto prova alguma coisa.

João Valente Aguiar disse...

Palermice é querer esconder a coincidência de posições nacionalistas e defensoras do capitalismo "produtivo" entre a extrema-direita e a esquerda nacionalista...

Libertário disse...

Eu estou incluido no grupo dos palermas que ainda não entendeu bem onde o João Valente Aguiar, na sua sapiência marxista, quer chegar. Se fosse possível nos explicar mais pedagogicamente qual as razões que lhe permitem concluir que a especulação financeira é igual a toda a outra actividade económica capitalista produtiva agradecia.
Ja sabia desde Proudhon que a propriedade é um roubo, Marx ajudou-me a compreender os mecanismos capitalistas da exploração, mas até agora com João Valente Aguiar só "aprendi" que quem critica a especulação financeira, levada aos seus limites na nossa época, é um fascista. Mesmo que só o seja inconscientemente. Logo eu que nem sou da esquerda nacionalista...

João Valente Aguiar disse...

1 - eu não digo que a esquerda nacionalista é fascista. Existem pontos de contacto e que permitem a circulaçao de pessoas, temas e propostas políticas entre áreas distintas do espectro político. E isso sim é que é preocupante.

2 - As empresas capitalistas só funcionam recorrendo ao crédito como modo de financiamento das suas actividades quotidianas. Isso sempre aconteceu e muito mais do que um antagonismo entre o sector financeiro e o sector industrial existe, de fato, uma complementaridade. Claro que existem oposições e certamente rivalidades. Mas essas rivalidades também ocorrem entre empresas industriais do mesmo ramo económico, etc. A questão fundamental das teses que defendem esse pretenso antagonismo entre a finança e a produção é que a economia produtiva não cresceria fruto do garrote que a primeira colocaria sobre a segunda. Ora, a verdade é que os investimentos produtivos transnacionais necessitam de um volume maciço de capital-dinheiro que só pode ser colocado através do sistema financeiro. Na realidade o sistema financeiro existe em função da aplicação e da expansão dos negócios e dos investimentos produtivos. Mesmo "produtos" financeiros como os derivados e que aparentam ser meramente especulativos são, na verdade, instrumentos muito parecidos com os seguros. São, portanto, instrumentos que ajudam os capitalistas a regularem as oscilações dos mercados e de garantirem que os capitais aplicados em investimentos não se percam na sua totalidade, no caso de falência. Claro que esses derivados levantam problemas mas repare. Por cada dois anos de crise financeira, eles permitiram um crescimento económico de outros 30. Evidentemente à custa da exploração da força de trabalho. Mas considerar que a financeirização teria impedido o crescimento da economia produtiva nas últimas décadas é esquecer que esta cresceu de um valor aproximado de 15 para quase 70 triliões de dólares, isto em apenas 30 anos.

3 - em suma, a finança interliga-se profundamente com a produção e não a obstaculiza. Ao invés é o que permite gerir o sistema capitalista de produção num plano territorial e sectorial muitíssimo mais vasto e com uma tentativa de controlo das expectativas de negócio. O que se entende por especulação é uma ninharia comparado com o papel muito mais importante de regulação global do sistema financeiro que permite a expansão da produção (e da exploração económica).

4 - sobre o mesmo assunto: http://passapalavra.info/?p=62764

Anónimo disse...

Caro João Valente Aguiar,

É pelo facto de Marx ter escrito um manifesto intitulado "A Questão Judaica" que o assimila ao anti-semitismo nazi? Ou pelo facto de na circunstância presente contrariar a saída de Portugal da União Europeia que se juntaria numa manifestação ao lado do Durão Barroso ou de Merkel pela permanência de Portugal ou da Grécia no Euro? É pelo facto de os regimes fascistas terem (como aliás o faz a Frente Nacional em França) fundido uma crítica ao capitalismo liberal e a defesa do intervencionismo estatal à xenofobia e ao racismo, que os torna "compagnons de route" do pensamento de Keynes ou da maioria dos partidos de esquerda na Europa do pós-guerra? Convém um nível de honestidade intelectual e até de respeito pelas posições de quem pensa diferente. Rui Santos

João Valente Aguiar disse...

Onde é que eu escrevi que o Marx era anti-semita??? Ou que se equivaleria aos nazis???? Então eu defendo a linha marxiana de análise e de crítica da exploração e eu é que equiparo o Marx aos nazis???

Por outro lado, é evidente a existência da partilha de alguns pontos de vista políticos sobre algumas questões essenciais (crítica do capital financeiro e completa omissão das relações de exploração; nacionalismo; , etc.) entre a esquerda nacionalista (e aqui refiro-me sobretudo ao PCP) e a extrema-direita. Quem tem de justificar essa partilha de pontos de vista não sou eu... Os que continuam a repetir os mesmos erros e as mesmas teses é que deveriam justificar e explicar muito bem porque defendem soluções políticas que, em termos práticos, não se distinguiriam do ponto de vista estrutural... E que tal os que se colocam à esquerda começarem a reflectir sobre isto?

Anónimo disse...


Caro João,

Não precisa de se exaltar, ou aliás ao exaltar-se talvez entenda o absurdo de comparar posições que formalmente se podem assemelhar com identificação real de posições e de ideologias.
Nunca o acusaria de nada do que possa imaginar quando referi simplesmente o título do opúsculo de Marx ou se o fizesse não iniciaria este post por "Caro João".
Olhando para a história do pensamento económico veja por exemplo o que encontro nesta página dedicada a um dos ideólogos do liberalismo austríaco Ludwig von Mises:
www.mises.org: "El comunismo, el fascismo y las distintas formas de socialismo y economía controlada se hicieron populares por esa razón durante la década de 1930. El keynesianismo se ajustaba perfectamente a este clima intelectual." http://mises.org/community/blogs/euribe/archive/2011/03/13/keynes-el-hombre.aspx

Ou um pouco mais abaixo isto:
¿Dónde se situaba Keynes respecto del fascismo abierto? A partir de la dispersa información ahora disponible, no debería sorprender que Keynes fuera un entusiasta defensor del “espíritu de empresa” de Sir Oswald Mosley, fundador y líder del fascismo británico, al pedir un “plan económico nacional” omnicomprensivo a finales de la década de 1930. En 1933 Virginia Woolf escribía a un amigo íntimo que temía que Keynes se estuviera convirtiendo a “una forma de fascismo”. El mismo año, al pedir una autosuficiencia nacional a través del control del estado, Keynes opinaba que “tal vez a Mussolini le estén creciendo las muelas del juicio” (Keynes 1930b, 1933: p. 766; Johnson y Johnson 1978: p. 22; sobre la relación entre Keynes y Mosley, ver Skidelsky 1975: pp. 241, 305-306; Mosley 1968: pp. 178, 207, 237-238, 253; Cross 1963: pp. 35-36).

O que eu sei é que anos depois Joan Robinson, por exemplo, inspirada no pensamento de Keynes escreveu um livro sobre o pensamento de Marx à luz da abordagem macro-económica que Keynes e outros economistas na época estavam a desenvolver, que na época foi considerado um dos primeiros estudos académicos no mundo ocidental da obra económica de Marx.
Seja como for o que quero argumentar é que a similitude de posições pode ser sempre oportunisticamente lançada a todo e qualquer momento.
No caso da compreensão da economia, o que vejo na sua perspectiva é o seguinte:
- não acredita obviamente numa saída unilateral do euro porque em última instância não vê nenhuma hipótese da crise actual poder ser combatida através de uma recuperação do papel do Estado tal como este foi sendo desenvolvendo principalmente no século XX e especialmente no pós segunda-guerra mundial.
- crê (de forma similar ao liberalismo extremo?) que o papel do Estado numa economia será sempre o de domínio de classe, e portanto similar ao do cerceamento das liberdades tal como verificámos com o fascismo, por um lado, e o estalinismo, no outro extremo?
Na minha opinião, não consigo imaginar uma saída a curto ou médio prazo na conjuntura actual, para a crise em que nos encontramos, porque não há nem na sociedade portuguesa nem na europeia o que seria uma hegemonia social e política que exigisse uma ruptura de sistema social, económico e político.
Contudo, no plano da racionalidade económica, não acreditando eu nem no equilíbrio natural dos mercados, nem na mão invisível liberal, aceito como legítimo e razoável os argumentos que nos dizem quem crê que uma saída do euro e da união europeia poderia ser uma alternativa possível para a curto ou médio prazo começar a mudar alguma coisa. Não creio contudo que haja actores políticos nem "mobilização das multidões" disposta a iniciar esse processo. Para finalizar, essa comparação entre a esquerda e a extrema-direita não é de forma alguma nova.

Rui Santos

Miguel Serras Pereira disse...

Caro Rui Santos,
só uma observação marginal, que não sei até que ponto merecerá a sua concordância.
Tenho para mim que é tão inútil pensar que o "keynesianismo" desemboca necessariamente no fascismo ou lá perto como pensar que constitui uma vacina contra essa ameaça ou contra as tentações de companheirismo de jornada do estalinismo. Mas hoje, e nomeadamente em Portugal, é verdade que a crença supersticiosa ou não suficientemente examinada na superior racionalidade dos aparelhos de Estado propriamente ditos pode facilitar a constituição de uma frente, ideologicamente supraclassista e suprapartidária, fazendo prevalecer a competência técnica (tecnocrática) sobre a "confusão" política, que tente empreender projectos de "salvação nacional", os quais a vingarem terão efeitos desastrosos sobre as liberdades e direitos fundamentais que ainda nos restam, completando (dialecticamente, se quiser) a sua corrosão durante as últimas décadas de expansão do poder político não declarado dos aparelhos de direcção e coordenação económicos… A defesa do intervencionismo que não comece por reivindicar um maior controle democrático do poder político e/ou o seu tendencial exercício igualitário pelo conjunto dos cidadãos organizados poderá servir sempre de justificação a regimes que, consagrando a gestão esclarecida dos mais competentes acima dos conflitos e divisões políticas tenderão a assumir os traços liberticidas dos fascismos ou de ditaduras burocráticas e classistas vermelhas do tipo que, justamente, Joan Robinson exaltou com argumentos "keynesianos", ou outros fabianos, anteriores ao keynesianismo, como os Webb, já antes tinham exaltado.

A esta observação, antes de terminar, acrescento que, no plano político, os nacionalismos e neo-nacionalismos ressurrectos que assombram a atmosfera europeia significam ameaças de balcanização, de militarização e de guerra igualmente adversos a quaisquer perspectivas de "saída da crise" no sentido da democratização das instituições e relações de poder estabelecidas.

Cordialmente

msp

Dédé disse...

Para o JVA a FINANÇA É SEMPRE FIXE, e o Lehman Brothers e o Madoff nunca existiram. Apenas mais uma invenção da esquerda nacionalista.

Anónimo disse...


Caro Miguel Serras Pereira,

Percebo as suas preocupações e concordo com o núcleo do que está dito nesta sua frase "A defesa do intervencionismo que não comece por reivindicar um maior controle democrático do poder político e/ou o seu tendencial exercício igualitário pelo conjunto dos cidadãos organizados". Creio que este reivindicar de maior controle democrático e político é que poderá ser o fundamento para que a esquerda em geral defenda maior intervenção do Estado (em poucas palavras, só é pertinente a intervenção se esta for fruto da vontade popular e não independente desta). Se eu não creio na mão invisível dos mercados também não creio na mão invisivelmente justa do intervencionismo estatal.
Creio que portanto que uma frente que eventualmente se pudesse constituir teria de ser ideológica e socialmente definida, teria de abarcar (no caso português) toda a esquerda social-democrata, socialista, comunista, libertária, enfim, criando uma plataforma que fosse exigida pela vontade popular e não que se lhe substituisse. Creio que respondi à sua pergunta, não? Bom Ano Novo!

Rui Santos

Anónimo disse...


Vias de facto:

Releiam o que vos diz o Rui Silva e aprenderão alguma coisa, salvo se decidirem persistir na intoxicação...

João Pedro

João Valente Aguiar disse...

O Dedé como sempre prefere marimbar-se para a relação íntima entre finança e indústria... Interessante como a esquerda nacionalista se preocupa tanto com a finança mas raramente aborda as relações de trabalho que é o plano onde se desenrola a exploração económica... Ao mesmo tempo, é interessante como os pretensos marxistas esquecem os bancos criados pelas grandes empresas transnacionais e como se esquecem do papel do crédito para a prossecução e expansão dos investimentos produtivos.

E o esquecimento da esquerda nacionalista da produção capitalista não é inocente. Os dirigentes da esquerda nacionalista sabem para que serve a crítica dirigida quase em exclusivo à banca. Dessa forma ilibam-se a hierarquização e a concentração das tarefas de direcção e de gestão do processo produtivo. Assim, na versão do que eles consideram como "socialismo" bastaria substituir os dirigentes privados por novos dirigentes a partir do aparelho de estado com umas foices e martelos à mistura e, dessa forma, manter a mesma estrutura das relações sociais. Foi assim que o capitalismo de Estado recuperou de revoluções e de lutas sociais passadas: apresentando um conteúdo capitalista e explorador revestido com uma forma socialista. É este, no fundo, o objectivo político da esquerda nacionalista: centrar toda a crítica no que chamam de agiotagem (nem que para isso reproduzam os argumentos provenientes de fascistas) para que a exploração possa decorrer sem problemas numa sociedade capitalista de estado. A que chamarão socialista. Que só o será no nome, nunca na prática.

João Bernardo disse...

É elucidativa a indignação e mostra que João Valente Aguiar bateu no ponto certo. Aliás, mais facilmente encontraria textos deste género entre os fascistas italianos e franceses do que entre os nacionais-socialistas, que defendiam que a política superava a economia — outra coisa que deveria fazer meditar alguns que hoje afirmam o mesmo.
O argumento de que se trata de meras coincidências é risível e não merece que se perca tempo com ele. Em história não existem coincidências, mas fios de uma teia comum.
Na França e na Bélgica, na década de 1930, em torno do conceito de «economia organizada» ou «economia dirigida» gerou-se uma convergência entre socialistas de direita, fascistas, keynesianos e partidários do New Deal, e sem esta convergência é impossível entender alguns dos aspectos decisivos do que viria a ser o colaboracionismo. Marcel Déat, René Belin e Henri de Man foram os nomes mais notórios. Igualmente importante neste meio foi o grupo X-Crise (Centre de Renseignements et d’Informations Sociales et Économiques), criado em 1931 por antigos alunos da École Polytechnique, conhecida como X. Georges Soulès, que depois adoptou o nome de Raymond Abellio, Jules Moch e Alfred Sauvy pertenceram ao grupo. Era um misto de think-tank e de grupo de pressão. Uma vertente da «economia dirigida» inseriu-se no colaboracionismo mas outra vertente teve um papel destacado na Resistência, sobretudo na Organisation Civile et Militaire e no Comité Général d’Études, e por aí contou-se entre a tecnocracia que veio a gerir os financiamentos do Plano Marshall e a assentar as primeiras bases do Mercado Comum.
Nos Estados Unidos, basta ler a obra incontornável de Arthur M. Schlesinger Jr. sobre o primeiro New Deal para entender a plataforma de convergência entre a esquerda rooseveltiana e a tecnocracia de propensões fascizantes.
Tudo isto deixou raízes na esquerda do pós-guerra, sobretudo naquela que eu gosto de chamar esquerda confusa, e raízes tanto mais sólidas quanto se perdeu a noção real do que foi o fascismo, já que praticamente ninguém lê os autores fascistas. E quando alguém aponta uma página com o dedo, é o que se vê.

Anónimo disse...

Um brevíssimo comentário: pelo que sei sobre o keynesianismo, um dos aspectos em que este converge com a análise económica do capitalismo feita por Marx é aquilo que ficou conhecido na economia como desemprego involuntário e na crítica feita por ambos os autores ao que Keynes designou como lei dos mercados ou lei de Say. Outra ideia que parece ser comum aos dois é a recusa do atomismo na análise da economia de uma sociedade daí ser considerado que a própria ideia de que os mecanismos de compreensão e análise dos comportamentos individuais serem diferentes de uma sociedade, e daí tanto o keynesianismo quanto o marxismo recusarem o atomismo liberal. O ponto a que quero chegar é que é necessário fazer mais do que críticas demasiado genéricas ao keynesianismo, por um lado, e distinguir níveis de análise, político, epistémico, não sendo uns níveis assimiláveis aos outros. O mesmo se poderia fazer quanto a diversas concepções de intervencionismo, planificação económica. Em síntese, a minha ideia é que para que seja profícua o ponto de partida de João Aguiar é necessário demonstrar a semelhança estrutural entre a perspectiva da dita esquerda nacionalista e do fascismo. Rui Santos