14/12/12

Ópera Bufa

Se daqui a meses o venal Berlusconi se transformar no campeão da periferia contra a chanceler Merkel, será chegado o momento em que a tragédia europeia desaguará numa ópera bufa. Poderá esperar-se tudo, mas dificilmente um final feliz — conclui uma crónica de proveitosa leitura, publicada hoje por Viriato Soromenho Marques no DN (ler o resto aqui).

5 comentários:

Miguel Serras Pereira disse...

Acabo, ao abrigo do ponto 3 do estatuto que regula a aprovação de comentários neste blogue, de recusar a publicação de um comentário assinado pelo leitor "Rocha". No entanto, não quero deixar de o transcrever aqui, porque, fazendo os métodos de discussão parte dos métodos de luta política, o naco de prosa rejeitado ilustra bem a concepção da luta política que certos militantes obscurantistas adoptam hoje, e que são extremamente reveladores do que preconizam como "regime revolucionário" futuro.

"Ora aí está uma expressão que descreve bem o choradinho do João Valente Aguiar a chorar baba e ranho - uma grande tragédia grega - sobre a sua épica batalha pela sua palavrosa retórica eurófila que foi vítima de uma chuva de tomates e ovos podres. Quanta importância! Quanta comédia! E tudo acaba num tragico-cómico gran finale! Coitadinho... volta para a saia da mãe. Não sei o que lhe diz a mãe dele, a minha sempre me disse: "presunção e água benta cada um toma a que quer". E o que eu digo é que se eu soubesse o que sei hoje também tinha mudado de profissão. O mundo precisa de mais comediantes".

As palavras ficam com quem as diz, Rocha. E - a menos que emende a mão - é tudo.

msp

Rocha disse...

Ok, confesso que me excedi. Fiquei demasiado comovido com a despedida do JVA ao 5 dias.

Libertário disse...

Muito se tem escrito sobre esta crise na Europa e sobre os vários cenários de implosão da União Europeia e/ou do Euro. Não vi até agora, no entanto, uma análise séria sobre as razões que poderiam levar as classes dominantes da Europa a decidir-se dar um fim num projecto que é seu com meio século de existência.
Mania de suicido? Incapacidade de análise? Desejo mórbido?
Os políticos não decidem nada, menos ainda os eleitores, com ou sem manias de nacionalismo, não há pois razão para que a corda seja esticada até rebentar. Se «salvaram» o Brasil, a Argentina, a Coreia e todos os demais países em crise, as instituições internacionais (FMI, BM e todas as outras, abertas, discretas e secretas) não estão propriamente apostadas no fim do mundo ou na Revolução e irão funcionar novamente como companhia de seguros do capitalismo internacional.
O que devemos pensar, prioritariamente, os anti-capitalistas, é na luta social, presente e futura, contra as classes dominantes deste capitalismo global e as novas formas de exploração e de dominação que nos querem impor. O resto, deixem-me que vos diga, é conversa fiada de comentaristas políticos.

logo opera bufa disse...

é exagero

é mais vaudeville

e infelizmente nem é do piorzinho

João Valente Aguiar disse...

O que eu acho piada aos meninos e meninas alinhados ao PCP é o facto de perante as teses pretensamente erradas que eu (e vários outros como o Miguel) defendo (e defendemos), se preocuparem tanto perante tais teses "erradas". Ou não têm que fazer ou então é porque afinal os "errados" têm muita razão.

Sobre os insultos. As atitudes inqualificáveis ficam com quem as pratica. E só demonstra o quanto percebem realmente de assuntos políticos e económicos para apenas saberem responder com insultos. O insulto só abona em seu favor e só lhes fica bem.