À laia de nota à margem do post que aqui publiquei recentemente, não me parece inútil propor aos frequentadores deste espaço que, após a leitura desta cacha que acompanha uma instrutiva peça jornalística em El País:
"En nombre de Alá el misericordioso, gracias a Alá de todo el mundo. Estamos en Tierra Santa y os digo a todo el mundo y os aviso; estamos viviendo bajo la bandera islámica y vamos a morir por ella hasta que nos hagamos con todas las tierras presas, de Yakarta hasta Andalucía; y os digo, España es tierra de nuestro abuelos y nos vamos a hacer con ella con el poder de Alá”
dediquem um momento de atenção ao vídeo editado pelo Público.es, que informa sobre o discurso de um colono israelita a meia-dúzia de palestinianos, justificando o "direito divino" que o assiste no seu propósito de torná-los escravos:
El vídeo muestra al colono judío intentando explicar a un grupo de al menos cinco palestinos por qué tienen que cederle la mitad de sus tierras para cultivar pan.
"Pronto el mesías va a venir, tú lo entiendes, está escrito en el Corán" comienza el colono, que advierte a los palestinos de que "cuando el Mesías venga ustedes serán nuestros esclavos", cosa que repite varias veces ante la incredulidad de los campesinos.
Los granjeros palestinos intentan razonar con él argumentando un sencillo: "Éstas son nuestras tierras". Ante lo que el colono responde: "Sólo si nosotros queremos", y adopta una actitud autoritaria ante el grupo. A continuación hace una oferta:
"Tú quieres pan y nosotros también queremos pan; para que eso sea justo tu siembras la mitad de la tierra y yo siembro la otra mitad, ¿qué te parece?"
"Pero estas tierras son de mi padre, no te puedo dejar que siembres aquí", responde uno de los palestinos. "No. La tierra de Israel fue dada por Dios a Abraham, Isaac y Jacob y nosotros somos el pueblo de Israel, hijos de Jacob. Esa fue su voluntad", finaliza el colono israelí.
03/08/14
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8 comentários:
Depois das guerras preventivas, da repressão e detenções preventivas, o que acabo de ler no post anterior do Miguel Serras Pereira é a invocação também de um tipo de «acusação e prática punitiva preventiva» contra o Hamas!!!!
Por isso não posso concordar em absoluto com este comentário do Miguel Serras Pereira:
«(...) não devemos esquecer que o Estado de Israel está a fazer aos palestinianos o que o Hamas tem como programa fundamental fazer aos judeus. Eis, mais uma razão pela qual, como luminosamente explicas, 'não [se] justifica[m] os discursos estúpidos de muita esquerda contra os "judeus" com ranços fascistoides ou de defesa acrítica dos "palestinianos" ou dos "árabes" nos seus conflitos com o Estado de Israel.»
Ao contrário do Miguel Serras Pereira, eu defendo incondicionalmente o direito de legítima defesa dos palestinianos nas suas próprias terras e casas.
Não estando aqui a tratar da questão se deve existir hoje ou não um Estado de Israel, o que é certo é que este Estado ( e os seus sucessivos governos) tem levado a efeito uma política colonialista, militarista, constante violadora das resoluções do Conselho de Segurança da ONU, e dos próprios direitos humanos relativamente aos palestinianos, para além da prática de apartheid.
Nestas circunstâncias, não é só o massacre e o genocídio dos palestinianos que está aqui em causa. É também toda a política de colonização e de afirmação militarista do Estado terrorista de Israel.
Em suma: o Estado de Israel é um Estado-canalha
Anónimo,
Quer dizer-me, por favor, onde é que eu nego "o direito de legítima defesa dos palestinianos", ou justifico qualquer coisa da ordem da "acusação e prática punitiva preventiva" contra o Hamas, ainda que, para me servir da sua linguagem, este pratiwue também, tanto quanto os seus meios o permite, um terrorismo (para-)estatal, ao mesmo tempo que impõe ao seu próprio povo um regime sangrento e fanático?
msp
Vamos por partes:
1) Eu não disse que o MSP nega o direito de legítima defesa dos palestinianos.
O que escrevi foi que « eu defendo incondicionalmente o direito de legítima defesa dos palestinianos nas suas próprias terras e casas.»
Fico a aguardar que o MSP assuma a defesa desse direito de legítima defesa.
2) Quando MSP escreve
«(...) não devemos esquecer que o Estado de Israel está a fazer aos palestinianos o que o Hamas tem como programa fundamental fazer aos judeus.»
o que faz é projectar no futuro uma «previsível» e «programática» acção do Hamas, que ainda não se realizou, e a «justificar» projectivamente a actuação actual do Estado de Israel.
Não será isto fazer uma acusação de tipo preventivo para «legitimar» ou desculpabilizar a «prática punitiva» do Estado de Israel?
3) MSP ainda escreve :
«o Hamas (…) pratique também, tanto quanto os seus meios o permite, um terrorismo (para-)estatal, ao mesmo tempo que impõe ao seu próprio povo um regime sangrento e fanático?»
Dou de barato que assim seja. Que o Hamas pratique esse terrorismo (para)estatal e que imponha um regime sangrento e fanático.
Mas eu pergunto: o que é que isso tem a ver com o massacre e o genocídio dos palestinianos?
O que é que isso tem a ver com o colonialismo e a colonização da terra palestiniana?
O que é que isso tem a ver com o racismo e o apartheid imposto pelo Estado de Israel:
Só a invocação do obscurantismo do Hamas descredibiliza o seu autor.
Seria algo parecido com o facto de um comentador em plena invasão do Iraque desculpabilizar essa invasão com a invocação do obscurantismo do Saddam Hussein.
Sim, pode-se criticar o Hamas, e muita outra coisa.
Mas isso nunca deve servir para desculpabilizar e justificar um massacre dos palestinianos e a limpeza étnica da Palestina.
Não me parece que o Anónimo esteja interessado em compreender, mas explico, uma vez mais. Não legitimo, mas denuncio explicitamente as operações "preventivas" e terroristas do Estado de Israel. Não confundo o fanatismo clerical do Hamas nem o regime mafioso-policial que promove e considero a luta contra ele uma forma de resistência tão essencialmente legítima como os outros direitos dos palestinianos de resistência à opressão. Repudio por igual o programa de messianismo militarista do Estado de Israel e o programa da mesma natureza do Hamas — independentemente do grau em que um ou outro mostrem momentaneamente capacidade de "implementação". Por fim, tenho por evidente que o terrorismo do Estado de Israel não combate legitimamente, antes alimenta, o regime de terrorismo (para-)estatal do Hamas — e não confundo os israelitas ou os judeus com o Estado de Israel nem os palestinianos com o Hamas ou os que se proclamam sua representação ou vanguarda histórico-teológica. É só.
msp
Subscrevo integralmente o último comentário do MSP.
Julguei ter sido claro desde o início o meu juízo. Mas, pelos vistos, enganei-me. Agradeço a oportunidade que me deu de pôr os pontos nos ii.
msp
Está tudo muito certo no processo de interpretação avançado quer pelo anónimo quer pelo MSP. Só que faltam alguns pormenores ou nuances que tornem a discussão do " processo " mais profunda e enquadrada, no sentido da superlativa noção de risk-averse,que parece definir tão bem a paradoxal,trágica e "infinita"guerra israelo-palestiniana, sugeita a alterações invisiveis ao menor sinal de instabilidade regional.Os grandes politologos norte-americanos avançam mesmo com a figuração do triádico teatro nipónico,o Kabuki teater,para datar e precisar o grau de compromisso sado-maosoquista que envolve Israel e o Hamas. Boicotando subtil e flagrantemente a Autoridade Palestiniana e tentando esconjurar a aterragem das falanges do Al-Qeda junto à fronteira de Israel,os falcões do governo ultra-ortodoxo e neo-liberal de Bibi Netaneyaho aplicam sem cerimónia uma politica( e acção militar)dúplice e calculista com a direcção do Hamas para implementar um status-quo que visa uma "paz perpétua " impossivel e funesta com incalculáveis consequências para a democracia no Médio Oriente. Niet
Com dois cessar-fogos inimagináveis e uma terrivel ameaça a pesar sobre os " prisioneiros de Gaza", parece mais do que altura dos postantes do Vias descerem a terreiro para analisarem o autêntico pântano politico-militar em que se encontra o Médio Oriente. O que parece motivar tudo e todos,o Hamas e as bandas incontroláveis à sua esquerda, Israel, os USA,a Russia e a China, helàs, no entanto, prende-se com a rapina e aproveitamento das reservas colossais de petróleo que jazem no terrirório iraquiano e do Kurdistão. São tão grandes, da ordem dos 150 biliões de barris, que Hillary Clinton histérica quase que "afiançou " de antemão uma aliança com a direita republicana USA para poder bombardear, se Obama estiver de acordo,tudo o que mexe no perimetro incandescente da fabulosa reserva iraquiana, que os fanáticos da miragem do Califado pretendem manipular e pôr a valer...Niet
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