24/02/17

CLARO QUE É INACEITÁVEL

Acho que estamos quase todos de acordo com a ministra sueca. Aliás no que é que esta medida difere das adoptadas pelo Luxemburgo e pela Holanda, que atraem os nossos Pingos Doces? Apenas no facto de se dirigir a pessoas e não a empresas. Pessoas que o Estado Português acha merecerem um tratamento melhor do que o que dispensa aos portugueses. Cidadãos de primeira.

2 comentários:

joão viegas disse...

Meu caro José Guinote,

Não é so inaceitavel. E' um escândalo absoluto que demonstra a nossa imaturidade politica e democratica. Que esta medida possa ter sido aprovada e que vigore, denota uma preocupante ignorância de todos os Portugueses em relação a conceitos tão basicos e tão fundamentais, em qualquer regime democratico, como sejam a igualdade dos cidadãos perante a lei e perante os encargos fiscais. Este escândalo não é outra coisa do que o restabelecimento, por consentimento das autoridades do pais colonizado, do antigo regime das capitulações.

Palavra, eu vou aos arames de cada vez que penso nisto. E não houve uma alma que impugnasse esta medida ? Não houve um so tribunal a lembrar que temos uma constituição ? E principios politicos e civicos basicos ?

Isto é de desesperar completamente... Neste momento, somos forçados a reconhecer que seria um progresso notavel para a nossa democracia tornarmo-nos uma colonia da Suécia. Essa é que é essa...

Abraço

José Guinote disse...

Meu caro João Viegas este tipo de medidas mostram bem a forma como todos nós lidamos com a democracia. Estamos dispostos a aceitar que há europeus mais iguais do que os outros. Estamos dispostos a aceitar que no nosso país exista um tratamento de excepção para outros europeus que os coloca num plano superior ao nosso. Estamos dispostos a aceitar que podemos ser tratados como de segunda no que se refere aos direitos fiscais. A igualdade dos ciadãos perante a lei não é coisa que os interesse, como muito bem referes. Esta nossa permissividade é a mesma que nos leva a aceitar que haja empresas fortemente poluidoras que não prestam contas do que fazem porque são empresas empregadoras e isso coloca os nossos direitos - neste caso à saúde e ao ambiente - no plano da irrelevância.
Esta medida foi tomada no âmbito da Troika e que se saiba, a menos que a ministra sueca aperte com o Centeno, está para durar. Dizem que é bom para a economia, que é o mesmo que diziam Passos e Portas. Velhos pragmatismos. Um abraço