21/02/17

Fazer depressa

Já se sabe que as grandes obras de arquitectura - grandes no tamanho, na localização privilegiada, nos recursos mobilizados e, presume-se, na qualidade - são elas próprias a sua exposição permanente. Objecto de visitação e de admiração, determinam muitas vezes um turismo específico. Walter Benjamim escreveu sobre isso, está quase a fazer um século.
O que esta notícia nos dá conta é de  uma inovação. A obra embora definitiva consegue trazer consigo um sinal do efémero, da necessidade de ser sempre refeita e reacabada. O alíbi foi a pressa e a dificuldade de, como diria o povo ignaro, fazer depressa e bem. Seria mais de acordo com a grandiosidade da coisa, com as suas aspirações artísticas, se o argumento fosse, por exemplo, " o irreprimível desejo de recordar/impor à cidade a necessidade imperiosa de se reinventar/reconstruir a cada instante".

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