Suspeito que o problema de Trump e dos seus apoiantes com o filme "The Hunt" é que, do ponto de vista deles até dá uma visão positiva dos "progressistas" - que em vez de loosers e snowflakes, aparecem quase como sendo real men (ok, a cabecilha parece ser uma mulher - tal como aliás a dos "deploráveis" - mas pronto...), que gostam de perseguir e matar outras pessoas (e imagino que por vezes até usem armas de fogo).
Ou numa visão mais benevolente, pelo menos não têm aquele impulso de torcer pelo que parece ser o lado mais fraco (isso é mais para loosers e snowflakes) e por isso não percebem que os "deploráveis" são suposto ser os bons da fita.
Já agora, se este filme alguma vez chegar a ser visto, não me admirava que com o tempo tenha uma evolução parecida com a de Há Lodo no Cais (um filme que na altura foi feito com uma clara marca de direita, a atacar os sindicatos - e na altura em que o filme foi feito o sindicato dos estivadores estava nas mãos de uma esquerda relativamente radical - e a elogiar os denunciantes - pouco depois de o realizador ter deposto na comissão de McCarthy - mas que hoje em dia quase ninguém descobre essa marca ideológica ao vê-lo, e até poderá julgar que é mais um dos filmes de denúncia "liberais" dos anos 50/60) - daqui a umas décadas, quem o vejo ignorando o contexto político do momento, até associará mais os ricos elitistas (e que - pelo trailer - acham que podem fazer tudo porque são eles que "pagam tudo") com a direita e as pessoas comuns (a lutarem para não serem mortas pelos ricos) com a esquerda.
Claro que há sempre a possibilidade de no fim do filme haver um plot twist com este que Matthew Yglesias sugere...
11/08/19
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