26/01/15

Entratanto, noutra fronteira da Turquia

Forças Curdas expulsam o Estado Islâmico de Kobani (TSF)

Já agora, isto é capaz de confirmar a tese de Zizek de "Deixado à própria sorte, o liberalismo lentamente minará a si próprio – a única coisa que pode salvar seus valores originais é uma esquerda renovada. Para que esse legado fundamental sobreviva, o liberalismo precisa da ajuda fraterna da esquerda radical. Essa é a única forma de derrotar o fundamentalismo" (afinal, parece a única força local no terreno capaz de fazer frente ao Estado Islâmico é um grupo de ex-marxistas-leninistas em transição para o anarquismo).

2 comentários:

Anónimo disse...

portanto, Zizek acaba a auto-definir-se como um aliado de esquerda do liberalismo? se isto é o melhor que a esquerda pode produzir, mandem-lhe três pás de terra para cima e cantem-lhe um requiem porque ela está morta.

Miguel Madeira disse...

Dá-me a ideia que "liberalismo" tem pelo menos 3 ou 4 sentidos:

a) fora do mundo anglófono, significa uma defesa da combinação entre liberdades civis, estado laico, governo constitucional, etc., com não intervenção do Estado na economia (basicamente, o programa das revoluções do século XIX)

b) precedido por "neo", significa apenas não intervenção do Estado na economia, mesmo que combinado com politicas conservadoras ou autoritárias (estilo Pinochet)

c) no contexto norte-americano, significa coloquialmente liberdades civis, estado laico, etc., imigração pouco limitada, mais politicas económicas de tipo social-democrata

d) finalmente, tenho a ideia que na Grã-Bretanha (e mesmo nos EUA, no discurso mais académico) é muitas vezes usado globalmente para todos os defensores das liberdades civis, independentemente do seu programa económico (uma soma de a + c?)

Imagino que a referência a liberalismo pelo Zizek (que publicou o artigo em causa numa revista britânica) seja algo entre c) e d)