Helena Matos, comparando a posição da UE face à entrada do FPO no governo austríaco em 2000 com o atual governo grego, conclui que "Quinze anos depois, na Grécia, a extrema-esquerda e a extrema-direita formaram um governo.(...) o que não esperávamos, ou pelo menos eu não esperava, era ver como a extrema-esquerda lava branco tão branco que não se lava apenas a si mesma, como também lava a extrema-direita."
Na verdade, tanto antes como sobretudo depois disso já tinha havido governos com partidos de extrema-direita na Europa, sem que isso tenha provocado nenhum clamor -como a Liga Norte e a Aliança Nacional (mesmo antes de abandonar as referências fascistas) em Itália, a Lista Pim Fortuyn holandesa e a Liga das Famílias
Polacas (ou já agora o o Partido da Lei e Justiça, que aliás é o aliado no
Parlamento Europeu dos Gregos Independentes) também
já estiveram no governo e aí já não houve nenhuns boicotes; mesmo os dois anteriores governos gregos já tiverem, direta ou indiretamente, a participação da União Popular Ortodoxa (ou de membros desse partido que se passaram na altura para a Nova Democracia) - ou seja, a
extrema-direita e afins já foram branqueadas há muito, mesmo sem
coligações com a extrema-esquerda (de qualquer maneira, apesar de tudo, não consideraria os Gregos Independentes "extrema-direita" - serão talvez mais o equivalente ao CDS/PP no tempo de Manuel Monteiro, ou mesmo do Paulo Portas naqueles dias mais lavoura/antigos combatentes, enquanto a Aurora Dourada será o equivalente do PNR).
27/01/15
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