16/12/15

A Revolução segundo Errico Malatesta

Revolução é a criação de novas instituições vivas, novos grupos, novas relações sociais; é a destruição de privilégios e monopólios; é um novo espírito de justiça, de fraternidade, de liberdade, que deve renovar toda a vida social, o nível moral e as condições materiais das massas, chamando-as a providenciarem, através da sua acção directa e consciente, para o seu próprio futuro.

Revolução é a organização de todos os serviços públicos por aqueles que neles trabalham, no seu próprio interesse, bem como no interesse do público.

Revolução é a destruição de todos os laços coercivos; é a autonomia dos grupos, das comunidades, das regiões.

Revolução é a federação livre provocada por um desejo de fraternidade, por interesses individuais e coletivos, pelas necessidades da produção e defesa.

Revolução é a constituição de inúmeros agrupamentos livres baseados em ideias, desejos e gostos de todos os tipos que existem entre as pessoas.

Revolução é a formação e dissolução de milhares de corpos, representativos, distritais, comunitários, regionais e nacionais que, sem ter qualquer poder legislativo, servem para tornar conhecido e para coordenar os desejos e interesses dos povos próximos e distantes e que agem por meio de informações, conselhos e exemplo.

A revolução é liberdade demonstrada no cadinho dos fatos - e dura tanto tempo como a liberdade dura, isto é até outros, aproveitando o cansaço que avassala as massas, as decepções inevitáveis ​​que se seguem a esperanças exageradas, os erros prováveis ​​e falhas humanas, têm sucesso na constituição de um poder, que apoiado por um exército de conscritos ou mercenários, estabelece a lei, detém o movimento no ponto em que chegou, e, em seguida, inicia a reação.

Errico Malatesta (1853-1932)

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