Fidel Castro foi um revolucionário que liderou o seu povo numa luta que visava devolver aos cubanos a dignidade perdida e a esperança no futuro, que tinham sido esmagados pelo ditador Fulgêncio Baptista. Cuba era o bordel de luxo dos americanos, ainda por cima logo ali ao pé da porta.
A revolução cubana foi um dos momentos marcantes do século passado e Fidel, junto com Che e com outros, um dos seus protagonistas. Por razões, sobretudo más razões, Fidel foi ficando sozinho e a esperança em melhores dias foi-se esboroando. O bloqueio americano, imposto pelo democrata Kennedy, foi o alíbi perfeito para o reforço do poder autoritário e para a transformação da Cuba revolucionária numa Cuba ditactorial. Uma Cuba em que a falta de liberdade politica, a falta de respeito pelas minorias, de que o internamento dos homossexuais em "campos de correção e tratamento" foi um dos mais trágicos exemplos, a completa ausência de qualquer resquício de democracia politica, foi sempre "compensada" - no discurso dos que ainda agora defendem Fidel - pela excelência da educação pública e pela excelência do acesso aos serviços de saúde. Fidel começou revolucionário e morreu ditador. Morreu opondo-se à ténue abertura que o seu irmão tem liderado e, sobretudo, opondo-se à normalização das relações com os Estados Unidos, que Trump, aliás, se prepara para implodir.
Pode-se utilizar o carisma, a importância da luta revolucionária contra Baptista, o que se quiser. Há no entanto uma realidade que emerge: Fidel foi um dos que ajudou, com o seu exemplo, a desacreditar o socialismo e a mostrar que o Socialismo de Estado foi um dos maiores embustes políticos do último século.
Não há ditadores bons.
0 comentários:
Enviar um comentário