Vendo estas noticias e (sobretudo comentários online) às negociações entre a Autoeuropa e os seus trabalhadores (em que, em plenário, e creio que por voto secreto, recusaram a proposta de acordo em que o descanso do sábado passava a ser rotativo - de forma à fábrica trabalhar 6 dias por semana em vez de 5 - recebendo um subsídio em troca), ocorre-me como tanto gente por esse país fora, pelos vistos, sabe melhor do que os próprios o que é melhor para os trabalhadores da Autoeuropa.
A decisão de recusar um acordo é sempre uma decisão de resultado incerto; neste caso podem acontecer várias coisas:
a) a empresa pode aceitar fazer um acordo mais favorável aos trabalhadores
b) a empresa pode simplesmente impor unilateralmente o novo horário, sem sequer a compensação combinada
c) a empresa pode optar por reduzir a produção, despedindo parte dos trabalhadores
Nós não sabemos o que vai acontecer (quanto muito, só a administração da Autoeuropa o saberá, e mesmo essa não tenho certeza); mas, no meio dessa ignorância generalizada, provavelmente os trabalhadores da Autoeuropa ainda devem ser das pessoas em Portugal que mais informação terão sobre o que poderá acontece e sobre o grau de probabilidade dos vários cenários (além de serem, por natureza das coisas, também as pessoas que mais sabem - ou as únicas que sabem - aquelas coisas que são intrinsecamente subjetivas, como o incómodo que lhes representa deixarem de ter uma folga fixa ao sábado e quanto dinheiro para eles vale esse incómodo, ou o seu grau de tolerância ao risco); ou seja, apesar de tudo confio mais numa decisão tomada em plenário de trabalhadores do que nas opiniões de comentadores e facebookianos avulsos sobre o assunto.
[Tal como, em casos anteriores, também confiava mais nas decisões dos trabalhadores da Autoeuropa do que nas pessoas que, então, acusavam os acordos assinados de serem traições ou capitulações perante o patronato]
05/08/17
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário