A recente polémica acerca dos livros da
Porto Editora com exercícios diferentes para os meninos e para as meninas, a
que alude o Miguel Madeira no post anterior, vem muito a propósito para
tentarmos esclarecer os fundamentos “racionais” das nossas convicções éticas e
políticas. Neste sentido, levanto apenas
duas perguntas :
1.
A importância que damos ao princípio de
igualdade tem alguma base científica, isto é, enraiza-se em conhecimentos
objectivos que possam ser verificados por método científico ?
2.
Supondo que o princípio de igualdade
assenta em dados “naturais” verificados cientificamente, que sentido, e aliás que
interesse, haveria em transformá-lo num princípio ético, político ou jurídico ?
Como é óbvio, não estou a justificar a
Porto Editora, nem a defender a quantidade de disparates que se escondem tantas
vezes por detrás da ideia das “diferenças naturais” entre homens e mulheres. Mas
cabe alertar para o seguinte : quem toma demasiado à letra o “princípio” de
igualdade corre o risco de esquecer, e de ocultar, que muito mais do que um “princípio”,
a igualdade é um fim, uma meta…
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