31/08/17

É pró menino e prá menina !



A recente polémica acerca dos livros da Porto Editora com exercícios diferentes para os meninos e para as meninas, a que alude o Miguel Madeira no post anterior, vem muito a propósito para tentarmos esclarecer os fundamentos “racionais” das nossas convicções éticas e políticas.  Neste sentido, levanto apenas duas perguntas :
1.      A importância que damos ao princípio de igualdade tem alguma base científica, isto é, enraiza-se em conhecimentos objectivos que possam ser verificados por método científico ?
2.      Supondo que o princípio de igualdade assenta em dados “naturais” verificados cientificamente, que sentido, e aliás que interesse, haveria em transformá-lo num princípio ético, político ou jurídico ?
Como é óbvio, não estou a justificar a Porto Editora, nem a defender a quantidade de disparates que se escondem tantas vezes por detrás da ideia das “diferenças naturais” entre homens e mulheres. Mas cabe alertar para o seguinte : quem toma demasiado à letra o “princípio” de igualdade corre o risco de esquecer, e de ocultar, que muito mais do que um “princípio”, a igualdade é um fim, uma meta…

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