24/05/18

Na morte de Philip Roth

Philip Roth, que nos deixou ontem aos oitenta e cinco anos, era, na minha modesta opinião, o maior escritor vivo. Deixa-nos uma obra notável. Os dois livros que mais me impressionaram foram  Pastoral Americana e A Mancha Humana. Foram os primeiros que li e deixaram-me fascinado.


O Sueco Levov  e Coleman Silk são duas personagens poderosas e através delas Roth evidencia as insanáveis contradições presentes na sociedade americana. 
Roth escreveu sobre o fim de um tempo histórico a partir da vida das pessoas e da forma como elas  mudaram, muitas vezes violentamente, gorando expectativas construídas ao abrigo do sonho americano e dos seus lugares comuns. Escreveu sobre a finitude da vida, sobre a morte, sobre a forma como cada um de nós vai ao longo de vida lidando com essa morte, cada dia mais próxima. Escreveu sobre si próprio até decidir já não ter mais nada para dizer. Silenciou os seus vários alter-egos antes de a morte o silenciar a ele. Fica para todos nós, e para as futuras gerações, o som magnífico da sua voz única, impresso nos livros que nos deixa. (ver mais aqui e aqui)

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